O Manchester United comunicou nesta terça-feira que irá se aconselhar com "organizações relevantes" após o grupo anti-discriminação Kick It Out denunciar torcedores do clube por cantarem uma música "ofensiva" sobre o centroavante Romelu Lukaku nos últimos jogos dos Red Devils.

Um grupo de fãs foi filmado cantando a referida canção durante a vitória por 3 a 0 do United sobre o Basel, pela Champions League, na semana passada. 

Na música, que faz uma paródia da letra do clássico "Made of stone", da banda inglesa Stone Roses, os torcedores brincam dizendo que o centroavante belga tem um "pênis de 24 polegadas", o que daria 60cm. A Kick It Out, porém, considerou a letra "discriminatória" e "racista", e pediu que ela seja barrada. 

"A Kick It Out tomou conhecimento de um vídeo de um canto racista de torcedores do Manchester United que foi gravado no dia 13 de setembro. A letra usada no canto é ofensiva e discriminatória. Estereótipos racistas nunca são aceitáveis tanto no futebol quando na sociedade em geral, independentemente de terem a intenção de mostrarem apoio a um jogador", disse um porta-voz do grupo.

"Entramos em contato com o Manchester United sobre esse tema e vamos trabalhar juntamente com eles e com a FA [Associação de Futebol da Inglaterra] para resolver essa questão da melhor maneira. Se recebermos mais exemplos de cantos discriminatórios, iremos encaminhar às organizações responsáveis para que os autores sejam punidos", completou.

Em comunicado, o Manchester United disse que apoia a iniciativa e irá fazer de tudo para impedir que os cantos voltem a acontecer. 

"Estamos buscando conselhos de todas as organizações relevantes. O Manchester United tem tolerância zero com todas as formas de discriminação", disse a equipe.

Segundo apurou o ESPN FC, porém, a polícia de Manchester não recebeu nenhuma reclamação sobre o caso, e, portanto, não abriu nenhum tipo de investigação até o momento.

Os "Diabos Vermelhos" já agiram para impedirem cantos racistas em várias oportunidades no passado.

Na temporada 2000/01, por exemplo, o clube distribuiu panfletos pedindo que os torcedores parassem de cantar uma música ofensiva sobre o rival Manchester City, que fazia referência ao desastre do submarino Kursk - exercício militar russo que terminou em tragédia, com 118 mortos. 

Já em 2009, o técnico Alex Ferguson escreveu uma carta aberta aos fãs para condenar uma música sobre o treinador do Arsenal, Arsene Wenger.

Em outros clubes isto também ocorre. No início de setembro, por exemplo, o Chelsea publicou comunicado exigindo que os torcedores parassem de cantar uma música sobre o atacante Álvaro Morata que possuía conteúdo anti-semita.