Neste sábado, o Pachuca, do México, venceu o Wydad Casablanca, do Marrocos, pelas quartas de final do Mundial de Clubes da Fifa, e agora pegará o Grêmio na semifinal da competição, na terça-feira, às 15h (horário de Brasília).
Um dos times mais poderosos de seu país, o Pachuca é dono de seis títulos da liga nacional, mas se destaca principalmente como potencial continental. Até hoje, o clube já venceu a Liga dos Campeões da Concacaf em cinco oportunidades (2002, 2007, 2008, 2009/10, 2016/17), e jogará seu 4º Mundial nesta temporada.
O clube também é uma potência financeira, e possui um elenco caríssimo, recheado de jogadores de várias seleções, como o japonês Keisuke Honda (ex-Milan), o chileno Edson Puch, o colombiano Óscar Murillo, o norte-americano Omar González e o uruguaio Jonathan Urretaviscaya, além dos mexicanos.
Boa parte desse dinheiro veio da entrada de um dos homens mais ricos do mundo, o empresário Carlos Slim Helu, que já foi o homem mais rico do mundo e atualmente tem a 6ª maior fortuna do mundo, de acordo com a revista Forbes: US$ 63,9 bilhões (R$ 209,24 bilhões).
Ele é proprietário da América Movil, maior companhia telefônica da América Latina, além de ter negócios nas áreas de construção civil, mineração, comércio e imobiliária. Também é dono de uma das maiores coleções de arte do mundo, que fica exposta no Museu Soumaya, na Cidade do México, e tem 17% das ações do New York Times, o mais importante jornal do planeta.
Em 2012, Slim, através do Grupo Carso, uma de suas holdings, entrou no negócio do futebol e comprou 15% das ações do Pachuca, em um investimento de US$ 100 milhões (R$ 327,5 milhões, na cotação atual). Tanta grana permitiu ao clube reforçar seu elenco com astros internacionais, passando a competir no mesmo nível de América, Chivas, Monterrey e Tigres e ganhando o Mexicano Clausura em 2016 e a Liga dos Campeões da Concacaf de 2016/17.
Parecia que a parceria duraria para sempre, com cada vez mais investimento do magnata das telecomunicações e cada vez mais títulos para o clube mexicano. No entanto, as coisas não correram como o esperado...
Isto porque o empresário Jesús Martínez Patiño, dono do Grupo Pachuca (que controla, além do Pachuca, o León-MEX, o Mineros de Zacatecas-MEX, o Coyotes de Tlaxcala-MEX, o Talleres-ARG e o Everton-CHI) acabou entrando em choque com Carlos Slim depois que o bilionário quis ter mais influência e interferência nas decisões das equipes, inclusive pedindo para comprar mais ações para chegar a ter 49% do controle.
O dono da América Móvil também queria substituir o presidente do León, Jesús Martínez Jr (filho de Jesús Martínez Patiño) pelo empresário Arturo Elías Ayub, homem de sua confiança.
Centralizador, Patiño preferiu que os times voltassem a seguir com as próprias pernas, e apostou em uma estratégia arriscada (e cara).
No início de setembro, o Grupo Pachuca entrou em acordo com o Grupo Carso e comprou de volta todas as ações que haviam sido vendidas em 2012.
No entanto, com a valorização que elas tiveram no período, Patiño teve que dar o dobro do que Slim investiu quando as adquiriu há cinco anos, e acabou pagando US$ 200 milhões (R$ 655 milhões) para readquirir controle total do Pachuca e dos outros times.
Ao menos oficialmente, a relação terminou em bons termos. Em comunicado divulgado à época, o Grupo Pachuca e o Grupo Carso disseram que a relação se encerrava de maneira amistosa "depois que se cumpriram todos os objetivos que haviam sido planejados".
Além disso, a América Móvil seguirá como parceira do Pachuca, atuando como intermediária na negociação dos direitos de transmissão de TV da equipe - no México, cada time negocia individualmente seus acordos com as operadores, vendendo os direitos para quem quiser pela quantia que considerar justa.
No entanto, a imprensa mexicana tem dúvidas se o atual vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf conseguirá manter seu poderio financeiro após esse gasto de R$ 655 milhões, além de não ter mais o apoio do 6º homem mais rico do mundo nos bastidores.
Desta vez, o Pachuca conseguiu evitar o vexame que sofreu em muitas das participações anteriores. Antes de 2017, a única vez que o clube passou para a semifinal foi em 2008, quando eliminou o Al Ahly, do Egito, nas quartas. Na semi, porém, caiu para a LDU, do Equador, e depois perdeu para o Gamba Osaka, do Japão, na disputa do 3º lugar.
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