Rival do Grêmio no Mundial fez algo inusitado: se 'livrou' de bilionário que já foi o homem mais rico do mundo

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Carlos Slim, ex-homem mais rico do mundo, durante coletiva em outubro deste ano
Carlos Slim, ex-homem mais rico do mundo, durante coletiva em outubro deste ano RONALDO SCHEMIDT/AFP/Getty Images

Neste sábado, o Pachuca, do México, venceu o Wydad Casablanca, do Marrocos, pelas quartas de final do Mundial de Clubes da Fifa, e agora pegará o Grêmio na semifinal da competição, na terça-feira, às 15h (horário de Brasília).

Um dos times mais poderosos de seu país, o Pachuca é dono de seis títulos da liga nacional, mas se destaca principalmente como potencial continental. Até hoje, o clube já venceu a Liga dos Campeões da Concacaf em cinco oportunidades (2002, 2007, 2008, 2009/10, 2016/17), e jogará seu 4º Mundial nesta temporada.

O clube também é uma potência financeira, e possui um elenco caríssimo, recheado de jogadores de várias seleções, como o japonês Keisuke Honda (ex-Milan), o chileno Edson Puch, o colombiano Óscar Murillo, o norte-americano Omar González e o uruguaio Jonathan Urretaviscaya, além dos mexicanos. 

Boa parte desse dinheiro veio da entrada de um dos homens mais ricos do mundo, o empresário Carlos Slim Helu, que já foi o homem mais rico do mundo e atualmente tem a 6ª maior fortuna do mundo, de acordo com a revista Forbes: US$ 63,9 bilhões (R$ 209,24 bilhões). 

Ele é proprietário da América Movil, maior companhia telefônica da América Latina, além de ter negócios nas áreas de construção civil, mineração, comércio e imobiliária. Também é dono de uma das maiores coleções de arte do mundo, que fica exposta no Museu Soumaya, na Cidade do México, e tem 17% das ações do New York Times, o mais importante jornal do planeta. 

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Em 2012, Slim, através do Grupo Carso, uma de suas holdings, entrou no negócio do futebol e comprou 15% das ações do Pachuca, em um investimento de US$ 100 milhões (R$ 327,5 milhões, na cotação atual). Tanta grana permitiu ao clube reforçar seu elenco com astros internacionais, passando a competir no mesmo nível de América, Chivas, Monterrey e Tigres e ganhando  o Mexicano Clausura em 2016 e a Liga dos Campeões da Concacaf de 2016/17.

Parecia que a parceria duraria para sempre, com cada vez mais investimento do magnata das telecomunicações e cada vez mais títulos para o clube mexicano. No entanto, as coisas não correram como o esperado... 

Jesús Martínez comprou ações de Slim de volta
Jesús Martínez comprou ações de Slim de volta Mario Castillo/Jam Media/LatinContent/Ge

Isto porque o empresário Jesús Martínez Patiño, dono do Grupo Pachuca (que controla, além do Pachuca, o León-MEX, o Mineros de Zacatecas-MEX, o Coyotes de Tlaxcala-MEX, o Talleres-ARG e o Everton-CHI) acabou entrando em choque com Carlos Slim depois que o bilionário quis ter mais influência e interferência nas decisões das equipes, inclusive pedindo para comprar mais ações para chegar a ter 49% do controle. 

O dono da América Móvil também queria substituir o presidente do León, Jesús Martínez Jr (filho de Jesús Martínez Patiño) pelo empresário Arturo Elías Ayub, homem de sua confiança.

Centralizador, Patiño preferiu que os times voltassem a seguir com as próprias pernas, e apostou em uma estratégia arriscada (e cara). 

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No início de setembro, o Grupo Pachuca entrou em acordo com o Grupo Carso e comprou de volta todas as ações que haviam sido vendidas em 2012. 

No entanto, com a valorização que elas tiveram no período, Patiño teve que dar o dobro do que Slim investiu quando as adquiriu há cinco anos, e acabou pagando US$ 200 milhões (R$ 655 milhões) para readquirir controle total do Pachuca e dos outros times.

Ao menos oficialmente, a relação terminou em bons termos. Em comunicado divulgado à época, o Grupo Pachuca e o Grupo Carso disseram que a relação se encerrava de maneira amistosa "depois que se cumpriram todos os objetivos que haviam sido planejados". 

Keisuke Honda, uma das mais caras estrelas do elenco, durante treino do Pachuca
Keisuke Honda, uma das mais caras estrelas do elenco, durante treino do Pachuca EFE/Martin Dokoupil

Além disso, a América Móvil seguirá como parceira do Pachuca, atuando como intermediária na negociação dos direitos de transmissão de TV da equipe - no México, cada time negocia individualmente seus acordos com as operadores, vendendo os direitos para quem quiser pela quantia que considerar justa.

No entanto, a imprensa mexicana tem dúvidas se o atual vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf conseguirá manter seu poderio financeiro após esse gasto de R$ 655 milhões, além de não ter mais o apoio do 6º homem mais rico do mundo nos bastidores. 

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Desta vez, o Pachuca conseguiu evitar o vexame que sofreu em muitas das participações anteriores. Antes de 2017, a única vez que o clube passou para a semifinal foi em 2008, quando eliminou o Al Ahly, do Egito, nas quartas. Na semi, porém, caiu para a LDU, do Equador, e depois perdeu para o Gamba Osaka, do Japão, na disputa do 3º lugar.

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