Curti: Em temporada de 60 jogos, bullpen deve ser (ainda mais) importante na MLB em 2020
Como já amplamente noticiado, a temporada de 2020 terá 60 jogos para cada uma das 30 equipes da MLB. Tiro curto, portanto. Desses 60, 40 serão contra adversários da mesma divisão e outros 20 contra a divisão correspondente da outra liga – portanto, AL vs NL West/East/Central e vice-versa.
Praticamente não temos precedente de uma temporada tão curta assim. Em realidade, será a temporada com menos jogos desde 1877, quando ela também teve apenas 60. Ante isso, uma realidade se avizinha: bullpen. Para os iniciantes no beisebol, trata-se do grupo de arremessadores especialistas que “fecha” os jogos, geralmente atuando no terço final das partidas. Um arremessador “titular”/”abridor” tem uma autonomia – salvo retirada por mau desempenho – de coisa de 90, 100 arremessos. Quando/se ele cansar, os especialistas entram em atuação.
Aí que tá: em 2020, com menos jogos e mais atletas em cada elenco, podemos ter os abridores sendo poupados em dados momentos para que estejam “frescos” para duelos divisionais importantes. Ou mesmo podemos ver uma preocupação com a ferrugem dos abridores pelo tempo parado e o momento atípico. Com isso, não seria estranho imaginar um maior uso de bullpen – até porque esse uso só cresce na última década. O Tampa Bay Rays, por exemplo, chegou a usar “abridores” da mesma forma que times usam fechadores (closers) para a primeira entrada.
Os Rays, inclusive, podem ser um dos times mais beneficiados caso os arremessadores de alívio (bullpen) sejam mais usados. No ano passado, esse coletivo de Tampa Bay liderou a MLB em entradas arremessadas, com 772 – ou seja, volume. Mas não só: também qualidade. Foi o melhor bullpen do beisebol, com ERA de 3.66. Adversários de divisão dos Rays, o New York Yankees já há algum tempo tem um dos melhores bullpens do beisebol. Para além de estatísticas, são nomes fortes: Zack Britton, Tommy Kahnle, Adam Ottavino e o míssil cubano Aroldis Chapman.
Algo curioso para vermos nessa questão é se veremos abridores saindo do bullpen como às vezes acontece na pós-temporada. Esse expediente pode ser usado à rodo pelo Los Angeles Dodgers, que tem uma rotação profunda de arremessadores abridores mesmo com a saída de Hyun-Jin Ryu. Por outro lado, o atual campeão, Washington Nationals, pode sofrer. Embora as coisas tenham melhorado na pós-temporada, o trabalho dos arremessadores de alívio (relievers) dos Nats foi pavoroso de março a setembro. O time teve 5.66 de ERA do bullpen durante a temporada regular.
Bullpen, pela própria natureza das coisas na MLB de hoje, é algo cada vez mais importante. Como destacado pelo ESPN Stats and Info em pacote de estatísticas que recebemos, no ano passado 8 dos 11 melhores bullpens da MLB foram à pós-temporada. Dos três que não foram, Indians e Cubs poderiam ter ido – e os Giants acabam sendo a exceção que confirma a regra. Em 2020, podemos ver isso acontecendo ainda mais.
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