Piadas, provocações e mais um show midiático: agora em Roma, o Mourinho de sempre
Quem esperava um José Mourinho redimensionado, diferente e eventualmente mais focado no futebol talvez tenha se decepcionado com as respostas vagas sobre ideias táticas ou a utilização de jogadores como Zaniolo. Já aqueles que resolveram assistir à apresentação do técnico português na Roma atrás de um show midiático de uma das figuras mais carismáticas do futebol mundial certamente curtiram.
Entre muitas piadas, algumas estocadas (“tem quem ganha e não paga os salários”, disse, em clara referência à Inter) e as já tradicionais exaltações da própria carreira, Mourinho foi mais ou menos o Mourinho de sempre. Numa sala de imprensa cheia de jornalistas de todo o mundo, o técnico português iniciou sua fala citando o imperador Marco Aurélio e brincou sobre o desejo de encerrar a entrevista antes mesmo que ela começasse.
Levantou-se uma vez, ainda no início, para arrancar pessoalmente uma proteção nas janelas que fazia barulho por causa do vento. Em mais de uma oportunidade, mesmo que com simpatia, solicitou o fim da entrevista ao responsável pela comunicação (“quero treinar!”), que, contudo, pediu paciência ao português.
De diferente, talvez pela consciência da força dos rivais, desta vez não prometeu conquistas num curto prazo: “vocês só falam de títulos, nós falamos de tempo, de projeto, de trabalho. Título não é só uma palavra, seria uma promessa fácil, mas a realidade é outra coisa. Títulos vão chegar, mas este clube não quer conquistas isoladas. Ele quer chegar lá e ficar lá. Queremos ser sustentáveis”.
Quem quiser pode ver a entrevista na íntegra, em italiano, clicando aqui.
Leia abaixo alguns trechos da entrevista de José Mourinho na sua chegada à Roma.
Sobre a recepção dos torcedores da Roma:
“A reação à minha contratação foi excepcional. Tive a sensação de ainda não ter feito nada para merecer isso e me senti imediatamente em débito porque a torcida me acolheu de um jeito muito emocionante. E a primeira coisa que preciso fazer aqui é agradecê-los.”
A cidade influenciou na sua escolha de carreira?
“Não, porque eu não estou aqui em férias. A incrível ligação do clube com a cidade de Roma é óbvia: o símbolo, as cores o nome. No mundo todo se confunde a cidade e o clube, e essa é uma responsabilidade, mas não estamos aqui para fazer turismo, estamos aqui para trabalhar. Por isso, treino às 16h, arriverdeci, ciao! (e se levanta antes mesmo da primeira pergunta)”.
Veja a chegada de Mourinho!
Sobre a chance de ganhar títulos com a Roma:
“Queremos chegar a conquistar títulos. Mas ganhar imediatamente? Claro que isso pode até acontecer, porque no futebol essas coisas acontecem, mas seguindo uma trajetória normal não será assim”.
Se ele será beligerante na Roma como era nos tempos da Inter:
“Para defender os meus, o meu clube e os meus jogadores, farei de tudo. Para procurar problemas, não. Estou mais maduro”.
O que diria a quem afirma que ele já não está no seu auge?
“Sou uma vítima daquilo que fiz, de como as pessoas me olham. No Manchester United eu ganhei três títulos e para muitos foi um desastre. No Tottenham eu cheguei a uma final que não me deixaram jogar e foi um desastre. O que para mim é um desastre, para os outros é uma coisa fantástica”.
Após ser comparado com Antonio Conte, campeão com a Inter:
“Existem treinadores na história de um clube que você não deve jamais comparar. Neste clube, por exemplo, se você fala de (Nils) Liedholm ou de (Fabio) Capello, não os compare com ninguém, nunca. Quando você fala da Inter, não compare ninguém comigo ou com Helenio Herrera”.
Sobre o Italiano não ser mais o principal campeonato do mundo como em seus tempos de Inter:
“Talvez estejamos aqui falando do futebol campeão europeu. Talvez. No mínimo estamos falando do vice-campeão, e com quase todos os jogadores atuando na Itália, neste campeonato. E se esse não é mais o campeonato principal, a responsabilidade é nossa de passar a fazer algo a mais. Eu trabalho para a Roma, mas de modo indireto trabalho pelo futebol italiano”.
Sobre o confronto com Cristiano Ronaldo:
“Ronaldo não precisa se preocupar comigo porque eu não sou zagueiro. Se jogar, vou ter que bater nele com certeza, mas infelizmente estou muito velho para isso”
Questionado sobre se Dzeko voltará a ser o capitão do time
“Não preciso te dizer o que faço dentro do clube. Se entrarmos nessa dinâmica de eu precisar dizer o que faço, com quem falo, o que falo, desculpe mas eu serei um antipático que não vai dividir com vocês o que faço internamente. Sobre o capitão, é o clube e os jogadores que têm que saber isso antes de vocês”.
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