Além de um inspirado Messi, Argentina encontrou sua tão cobrada base. Veja qual é
Lionel Messi é até aqui o artilheiro da Copa América. O líder de assistências. Das seis partidas disputadas pela Argentina, foi eleito o melhor em campo em quatro delas – contra Chile, Uruguai, Bolívia e Equador. Diante desses fatos, é normal que se crie a narrativa da messidependência e, mais do que isso, que se ignore qualquer evolução no trabalho de um técnico inexperiente como Lionel Scaloni.
A Argentina não é brilhante, assim como o (hoje favorito e bem mais consolidado) Brasil não o é, mas sua marca de 17 partidas de invencibilidade com 10 vitórias e 7 empates não pode ser atribuída apenas às atuações de Messi.
Scaloni definiu a base que tantas vezes foi acusado de não encontrar por mexer muito na equipe. Com critérios lógicos – aquilo que (não) fizeram nos seus clubes durante a temporada –, deixou de convocar nomes badalados como Dybala e Icardi. Pelo mesmo motivo, deu chances a jogadores como Dibu Martinez, Cuti Romero e Nico González, hoje seus titulares. Fez vários testes e com base neles tem definido escalações e alterações.
É o que se espera de um técnico de seleção. E de alguém com uma carreira curta como a de Scaloni não dava para esperar ou exigir muito mais.
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Os argentinos vivem um tabu de 28 anos sem conquistas com sua seleção principal, o que muitas vezes faz com que se coloque num mesmo balaio trabalhos de níveis bem diferentes dos que dirigiram a Albicesleste nesse período. Um período no qual, já com Messi, a Argentina chegou a uma final de Copa do Mundo e três finais de Copa América (sem contar a atual) – todas elas perdidas, duas nos pênaltis.
No futebol, contudo, uma desafortunada derrota nas penalidades muitas vezes é capaz de condenar um bom trabalho da mesma forma que uma vitória imerecida é capaz de consagrá-lo. O desfecho da grande final deste sábado (10) pode, inclusive, ser o mesmo das últimas disputadas pela seleção argentina.
Uma nova (e até mais provável) derrota para o Brasil, porém, não deveria ocultar o fato de que uma nova base existe, sim. E é esta abaixo:
No gol, aproveitando-se do espaço deixado pela ausência de Franco Armani (River Plate) por causa da COVID-19 já nos últimos jogos das Eliminatórias, Emiliano Martinez (Aston Villa), após ótima temporada na Premier League, tomou a posição de titular e parece ter se consolidado no posto com as defesas dos três pênaltis diante da Colômbia na semifinal da Copa América.
As laterais talvez tenham sido e ainda sejam as posições com maiores dúvidas para Scaloni. Hoje, porém, o jovem Nahuel Molina (Udinese) parece estar um pouco à frente de Montiel (River Plate) do lado direito, enquanto na esquerda a escolha entre Tagliafico (Ajax) e Acuña (Sevilla) fica condicionada a uma ideia de jogo respectivamente mais ou menos prudente, de acordo com o adversário.
Entre os zagueiros, Cuti Romero (Atalanta), um dos melhores defensores do último Campeonato Italiano, tornou-se em poucos jogos pela seleção nome indiscutível entre os 11, ainda que não deva jogar contra o Brasil por problemas físicos. Talvez para compensar sua falta de experiência, na cabeça de Scaloni o seu parceiro ideal é hoje o experiente Nicolás Otamendi (Benfica). Assim, Germán Pezzella e Martinez Quarta (ambos da Fiorentina) tornam-se as opções seguintes na hierarquia do treinador.
No meio de campo, já faz algum tempo, o técnico elegeu Leandro Paredes (PSG), Rodrigo De Paul (Udinese) e Giovani Lo Celso (Tottenham) como seu trio base e geralmente titular – meio-campistas dinâmicos, que marcam e jogam. A Copa América, porém, lhe trouxe a boa alternativa do nome de Guido Rodriguez (Betis), opção mais defensiva e especialmente útil em confrontos contra adversários mais técnicos como Colômbia e Brasil.
A exemplo do que ocorre no meio, o trio ofensivo base de Scaloni também já está claro e é composto por Lionel Messi (Barcelona?), Lautaro Martinez (Inter) e um voluntarioso Nico González (agora Fiorentina), que por sua enorme dedicação tática ficou com a vaga que também pode ser ocupada por Di Maria (PSG) ou Papu Gomez (Sevilla), hoje alternativas para o segundo tempo ou para enfrentar times contra os quais a necessidade de recompor seja menor.
A base está aí, sujeita a mudanças de acordo com adversário ou contextos específicos, e podendo no futuro ter acréscimos de outros bons jogadores hoje nem convocados. E ainda que Scaloni esteja longe de ser um dos melhores técnicos do mundo e de fazer sua seleção brilhar (quem faz?), sua permanência no comando da Argentina, seja qual for o resultado deste sábado, é uma obviedade que não deve ser nem mesmo discutida.
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