Para o Brasil, grandes na repescagem europeia não é sinal de alívio. Pelo contrário
A presença de importantes seleções europeias como Itália, Portugal e Suécia na repescagem das Eliminatórias Europeias para a Copa do Mundo de 2022 serviu para que muita gente passasse a propagar devaneios a respeito de certa debilidade das principais forças do futebol no Velho Continente.
É fato que a atual campeã europeia, assim como a seleção de Cristiano Ronaldo (entre tantos outros talentos), irá disputar uma duríssima repescagem dentro de cinco meses. E também é fato que se uma delas ou mesmo as duas ficarem de fora da Copa do Catar o nível de dificuldade a ser encarado na competição pode vir a ser (um pouco) menor.
Entretanto, tratar isso como sinal de fraqueza dos selecionados europeus seguindo a distorcida lógica de um nivelamento por baixo porque “a campeã continental nem mesmo conseguir se classificar” é, no melhor dos casos, falta de informação.
Não faltou nem mesmo quem, com o intuito de ressaltar o nível do Brasil, usasse o fato de seleções como San Marino, Malta ou Cazaquistão disputarem as Eliminatórias Europeias para ironizar o nível da competição na comparação com a briga travada nas Eliminatórias Sul-Americanas entre suas 10 seleções – das quais metade deve ir ao Catar.
Não faz sentido algum.
Ainda que seleções como as citadas acima joguem as Eliminatórias na Europa, elas não passam de figurantes cuja importância se dá, eventualmente, no cômputo de saldo de gols das equipes que as goleiam a cada rodada.
Bem mais significativo é notar que a disputa europeia obriga, por exemplo, a campeã continental a brigar por UMA vaga direta contra uma seleção como a Suíça, que chegou às quartas de final da Euro após eliminar ninguém menos que a França. Ou perceber que a Espanha, outro time de excelente futebol na Euro e na Nations League, precisou disputar sua vaga contra a Suécia – correndo risco de ir à repescagem até os minutos finais de sua derradeira partida.
Se o formato (um tanto quanto enfadonho) das Eliminatórias Sul-Americanas tem o mérito de ser indiscutivelmente mais justo e fazer com que avancem as melhores seleções do continente, o formato europeu, até por necessidade devido ao grande número de equipes, acaba por funcionar melhor como preparação à Copa, por maior similaridade com o Mundial.
Não há o que se discutir em relação ao bom nível de competitividade da seleção brasileira e suas chances de conquistar o título no Catar. São muitos os motivos para isso: o formato da Copa, a importância e respeito do Brasil, a qualidade de seu elenco e, por que não, o ótimo aproveitamento de Tite, com 50 vitórias, 12 empates e apenas 5 derrotas com a seleção.
Reafirmar suas chances de título, porém, não deveria hoje significar favoritismo. Sobretudo, e apesar dos resultados das Eliminatórias, pela comparação do futebol das melhores seleções europeias com o futebol jogado pelo time de Tite.
O mesmo Tite que, aliás, por tantas vezes já lamentou e continua lamentando que o calendário da Uefa o impeça de enfrentar seleções da Europa durante sua preparação. Afinal, ao contrário dos que defendem cegamente o próprio técnico ou a seleção brasileira, Tite assiste atentamente às partidas de seus rivais e sabe muito bem de onde virão os adversários mais duros na briga pelo hexa.
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