Ronaldo tem razão e não tem culpa
Não há o que se discutir sobre a importância de Fábio na história do Cruzeiro. Seus 17 anos de serviços prestados ao clube e sua trajetória de conquistas tornam a idolatria da torcida compreensível, justa e até obrigatória. Relações assim são em grande parte as responsáveis por dar ao futebol a dimensão que ele tem.
Portanto, após a dispensa do goleiro pelos novos gestores do Cruzeiro, é preciso compreender, também, que muitos torcedores tenham corrido às portas da Toca da Raposa gritar “Ronaldo, gordão, vem dar satisfação”, para que o velho conhecido e novo proprietário do clube explicasse o término do vínculo com Fábio.
Alguns dias depois, Ronaldo foi. E não poderia ter sido mais claro.
"O Cruzeiro é um paciente em estado grave, estamos oferecendo o tratamento" e "encontramos um cenário realmente trágico no clube, mas temos que estancar o sangramento” foram suas duas frases mais contundentes que, verdadeiras, resumem com precisão o atual cenário do clube.
É até normal que, após um episódio como o corrido com Fábio, surjam infinitas acusações de insensibilidade e desrespeito. A chegada dos gestores cruéis, dos capitalistas impiedosos e inescrupulosos em busca do lucro incessante é uma narrativa comum e muitas vezes verdadeira no universo do futebol, mas não se aplica ao caso Fábio.
Fossem novos gestores assumindo Flamengo ou Palmeiras e agindo da mesma maneira com algum de seus ídolos, a discussão caberia. No Cruzeiro, não. O Cruzeiro de hoje precisa lutar para sobreviver. Se manter. Se estruturar. Crescer de forma sustentável. E, claro, subir para um dia voltar a ocupar os patamares que já ocupou no futebol brasileiro.
Não há outras prioridades e, dentro dos caminhos legais, não importa o que seja preciso fazer, não importa quão doloroso seja o tratamento. O foco do Cruzeiro passou a ser apenas um, e se as coisas chegaram neste ponto a responsabilidade não é de seus novos gestores.
A necessidade da dispensar um jogador com alto salário aos 41 anos de idade não é culpa de Ronaldo. É dos wagners, gilvans, itaires, zézés e tantos outros que no passado, com cargos maiores ou menores, não lançaram mão de tratamentos menos invasivos para que o Cruzeiro evitasse chegar ao ponto que chegou, o triste ponto de adotar um remédio tão amargo como a dispensa de Fábio.
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