O principal valor da Supercopa
Após a grande partida de futebol jogada por Atlético-MG e Flamengo no último domingo, como aliás já ocorrera em 2021 após o jogo entre Flamengo e Palmeiras, a discussão sobre o valor e a importância da Supercopa do Brasil mais uma vez vem à pauta.
Seu valor, contudo, parece óbvio: é o valor de uma taça, de um jogo apenas, algo incomparável àquilo que vale o título de competições duríssimas e disputadas como a Conmebol Libertadores, o Brasileirão e a Copa do Brasil. Algo que, portanto, não deveria gerar crises, revoltas ou mesmo chiliques do lado perdedor.
A Supercopa serve, também, para que clubes, técnicos, jogadores e direções acrescentem números aos seus currículos de conquistas. Assim, eventualmente, nas infinitas (e muitas vezes divertidas) comparações entre fulano e cicrano, torcedores (e jornalistas também) lançarão mão destes números para justificar suas preferências.
O fato de o Atlético ter vencido as duas competições que credenciam um time a jogar a Supercopa pode, sim, fazer com que se discuta a necessidade – ou a justiça – de o jogo ser disputado nesse contexto, sem ao menos uma vantagem para o duplo campeão. Embora infantis, as brigas dos dirigentes de Flamengo e Atlético ajudaram a colocar foco neste debate.
Mas o mais relevante das últimas edições da Supercopa disputada no Brasil, seu principal valor, não diz respeito a um time ou contexto específico, e sim ao futebol brasileiro de maneira geral. A Supercopa, basicamente, escancara o quanto desperdiçamos do nosso futebol, e do prazer que ele pode gerar, a cada semana da temporada.
Porque tem ficado claro nas edições dessa disputa, ainda mais no cenário atual em que vários clubes têm (ou terão) condições de montar boas equipes, o quanto o nosso principal campeonato, o Brasileiro, pode ser forte e divertido. O quanto seus jogos podem ser tecnicamente bons, bem jogados, com qualidade e intensidade física.
Para que assim seja, porém, não dá para os jogos importantes da temporada se concentrarem em 7 meses, enquanto outros três são dedicados primordialmente aos estaduais. Não dá para times perderem seus principais jogadores para seleções quando jogam partidas importantes no cenário nacional. Não dá pra jogar bola em certos gramados, com certos árbitros. Não dá pra os estádios estarem vazios porque o torcedor precisa escolher em qual partida gastar seu dinheirinho, já que um time pode chegar a fazer 91 (!) jogos num só ano.
Definitivamente, assim não dá. E as lições da Supercopa, para a qual dois bons times se preparam e jogam com condições mais próximas do ideal, escancararam isso.
São lições óbvias e batidas, mas que, no Brasil, insistimos em ignorar.
Siga @gianoddi
No instagram @gianoddi
No Facebook /gianoddi
O principal valor da Supercopa
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.