Por Carlo Ancelotti na seleção, seria piada não esperar seis meses
A informação surgiu nesta segunda-feira (12), publicada pelos colegas do UOL Esporte: em outubro passado, Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, foi sondado sobre a possibilidade de dirigir a seleção brasileira a partir do ano que vem. O italiano teria demonstrado interesse em iniciar conversas, contanto que pudesse começar seu trabalho após o final da atual temporada europeia (meio de 2023).
Que Ancelotti se interesse pela possibilidade, hoje, não nos surpreende como nos surpreenderia há alguns anos. Ele já ganhou tudo (inclusive financeiramente) com clubes de futebol e buscará uma rotina mais leve, talvez até aposentado, para o pós-Real Madrid. Pois a rotina de trabalho em seleções, sabemos, é bem mais leve, e a chance de trabalhar numa Copa do Mundo, vencê-la e encerrar o jejum de 24 anos da seleção mais prestigiada do planeta parece tentadora como marco final de carreira.
Quanto à escolha de Ancelotti por parte da CBF, não caberia nem mesmo discussão: trata-se de um dos maiores técnicos da história, o maior vencedor da Champions League – torneio similar à Copa – e único campeão nas cinco maiores ligas europeias, competente tanto na parte tática quando na gestão de grupo, e de quebra com um ótimo histórico na relação com jogadores brasileiros, muitos dos quais desenvolveu profundamente sob sua batuta (vide Vinicius Jr., um dos astros da seleção neste próximo ciclo).
Portanto, mesmo aqueles que ainda se opõem à contratação de um técnico estrangeiro, sob o capenga argumento de que “um país com a tradição futebolística do Brasil precisa de um técnico brasileiro”, terão enormes dificuldades para apresentar um candidato nascido por aqui que possa fazer frente a alguém como Carlo Ancelotti.
Surge, então, uma teoria ainda mais surpreendente: a de que o Brasil não estaria disposto a esperar mais seis ou sete meses para que Ancelotti terminasse a temporada com o Real Madrid, encerrasse antecipadamente seu vínculo com o clube espanhol (que vai até o meio de 2024) e assumisse, enfim, a seleção brasileira.
Essa versão – não confirmada pela CBF, que nega inclusive ter feito qualquer contato com o treinador – ecoaria como absurda num país que inúmeras vezes encerrou o trabalho de técnicos no meio do ciclo de Copa, por tropeços em eliminatórias ou Copa América; um país que tantas vezes, por conta de seu calendário insano, pede para que o técnico da seleção nem convoque os melhores jogadores disponíveis; um país que, acima de tudo, avaliará o trabalho do seu futuro treinador baseando-se apenas na próxima Copa e nos seus três, quatro, cinco, seis ou sete jogos. É isso que vai contar.
Imaginar a possibilidade de abrir mão de Carlo Ancelotti porque ele não assumiria pessoalmente a seleção brasileira em tempo de comandá-la em uma ou, no máximo, duas datas-Fifa de 2023 soaria como piada. Mas uma piada que, infelizmente, não nos surpreenderia.
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