Má gestão de carreira pode levar Lukaku à maior idolatria que já viveu
A qualidade de um jogador como o belga Romelu Lukaku é indiscutível. A improvável combinação entre sua força física e biotipo com a técnica e capacidade de arranque que possui o transformam em um jogador tão bom quanto raro no futebol mundial.
Mas a exemplo do que ocorreu recentemente com Neymar, Lukaku conseguiu um feito admirável para um jogador do seu nível: fazer com que (quase) ninguém o quisesse, aos 30 anos de idade.
O Chelsea, com quem tinha contrato, nem cogitou reintegrá-lo ao elenco após um ano de empréstimo para a Inter; a lembrança sobre como o belga agiu em sua última passagem pelos Blues, quando repetia o desejo de voltar ao time italiano pelo qual havia conquistado o scudetto 2020-21, certamente colaborou para a posição.
A lógica, portanto, apontava para a permanência de Lukaku na Inter depois de uma última temporada 2022-23 em que ele começou mal, mas foi evoluindo aos poucos, à medida que sua condição física – prejudicada por lesões – também evoluía.
Foi essa evolução que fez com que os dirigentes da Inter, no meio da temporada passada desinteressados em mantê-lo na equipe, tenham resolvido fazer um esforço financeiro para contratá-lo de forma definitiva.
Estava tudo certo com o Chelsea, mas os empresários de Lukaku acharam que seria melhor negócio negociá-lo com a Juventus, e não mais com a Inter, motivo pelo qual começaram a enrolar antes de assinar o contrato cujas bases já haviam sido estabelecidas com a equipe de Milão.
Resultado: a Inter descobriu a articulação e dispensou Lukaku de forma inequívoca, recusando-se inclusive a ter qualquer nova conversa com o estafe do jogador. Já na Juventus, quem não quis Lukaku foram os torcedores, que protestaram diante daquilo que consideravam um prejuízo: a chegada do belga para ocupar a vaga do sérvio Vlahovic, de apenas 23 anos.
E assim o tempo foi passando, e o encerramento da janela de mercado se aproximando. Vlahovic ficou na Juve, sem que Lukaku definisse seu destino.
Até que, nesta segunda-feira, jornais italianos e ingleses confirmassem o que deve se tornar oficial em breve: Lukaku será jogador da Roma, por empréstimo, até o final da temporada. Para isso, o belga aceitou reduzir seu salário de cerca de 11 para 7 milhões de euros por temporada.
Na capital italiana, Lukaku reencontrará o técnico José Mourinho, com quem já trabalhou duas vezes em passagens por Chelsea e Manchester United. Encontrará, também, uma torcida fervorosa que ele próprio já elogiou depois de tê-la enfrentado no estádio Olímpico; uma torcida que deve recebê-lo de braços abertos e com um desejo de idolatrá-lo que ele certamente não encontraria no Chelsea, na Inter ou na Juventus – clubes onde ganharia mais dinheiro.
É possível que vejamos, na sua chegada à Roma, cenas parecidas com a impressionante reação que se viu na chegada de Dybala, no início da temporada passada. Porque assim funcionam os romanistas, mas também porque é evidente para esses torcedores: jogadores como Dybala e Lukaku, não fossem os contextos particulares que os levaram à capital italiana, dificilmente estariam jogando com a camisa grená.
Resta saber, agora, se o desejo de Lukaku dar resposta àqueles que o dispensaram será maior que a competência dos que gerenciaram sua carreira nos último anos.
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