“Fica, Diniz” x “Vem, Ancelotti”: uma aula sobre nossa ansiedade
Começo este texto ainda durante o primeiro tempo de (até aqui) Peru 0 x 0 Brasil pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Embora seja legítimo desconfiar que o início da produção do artigo antes mesmo do final do jogo tenha relação com o horário avançado da partida, não é nada disso.
Afinal, se a ideia deste post é discutir – e é – a chegada ou não de Carlo Ancelotti para o comando da Seleção Brasileira substituindo o "suposto interino" Fernando Diniz em 2024, o resultado de Peru x Brasil, ou mesmo o desempenho da Seleção neste jogo, não deveria interessar.
Qualquer um que tenha acompanhando atentamente o futebol brasileiro na última década conhece bem as (muitas) qualidades e as eventuais fragilidades de Fernando Diniz. É evidente que o mesmo se aplica a Carlo Ancelotti, com a diferença de que, no seu caso, o número dos que o conhecem é infinitamente maior.
Não é preciso enumerar mais uma vez as principais valências de ambos, algo feito à exaustão, por motivos óbvios, nos meses que antecederam as Eliminatórias Sul-Americanas.
Também não é preciso compará-los, até porque seria covardia com o brilhante e ainda promissor técnico brasileiro, 15 anos mais jovem que o italiano, que ostenta a marca de maior vencedor da história da Champions League e único treinador a ter vencido as cinco principais ligas nacionais da Europa.
São currículos e histórias incomparáveis, pelo menos por enquanto.
Cogitar desistir do plano-Ancelotti por uma goleada aplicada sobre a Bolívia na primeira rodada das Eliminatórias pode até soar normal no contexto do futebol brasileiro, onde o imediatismo e a ansiedade para determinar o melhor time/jogador/técnico-de-todos-os-tempos-da-última-semana é o padrão.
A ideia da desistência, porém, seria insana. Também porque o desempenho do Brasil em Eliminatórias costuma ter pouca ou nenhuma relação com o nível de disputa da Copa do Mundo seguinte – que, por aqui, é só o que conta.
Nem mesmo uma ótima sequência nos seis jogos das Eliminatórias que Fernando Diniz tem garantidos para si deveria fazer a CBF titubear na sua intenção inicial, ao menos se essa intenção, a de trazer Carlo Ancelotti, foi baseada em critérios técnicos e não na mera aprovação popular de um nome respeitado por todo o mundo.
PS: o Brasil acaba de vencer o Peru por 1 a 0, com um gol do zagueiro Marquinhos aos 45 do 2º tempo, placar que não deve servir nem para arrefecer e nem para aumentar a grita por “Fica, Diniz” iniciada após os 5 a 1 na Bolívia. Agora é só aguardar a provável goleada sobre a Venezuela em outubro...
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