| Lugano explica cortes do São Paulo e diz que jogadores não haviam aceitado, mas ri: 'Não mudou nada; não podia pagar' |
A negativa de
Leco aos que pediram a cabeça de Raí, se for mantida como imagino
que será, tem que ser aplaudida.
Há mais que
resultados na construção do clube.
Se aceitasse a
pressão do centrão, o grupo que pretende obter diretorias,
incluindo a ocupada pelo ídolo, teria sido covarde e mancharia a
história do São Paulo.
O episódio,
desta vez, tem que ser tratado de outra forma.
É necessário
mudar o sistema político do São Paulo. Há muito tempo falo sobre o
tema. Chega de procurar, após cada crise, alguém para culpar e ser
sucedido pelo cartola que tende a ser o próximo criticado.
Diminuir a força
do Conselho é fundamental. O presidente não deveria ficar refém
dos seus integrantes, nem ter a caneta para tomar todas as decisões.
As vozes dos
torcedores devem, seja de forma direta ou indireta, ter mais peso,
pois no futebol onde dinheiro é a principal meta, eles mantêm os
interesses dos patrocinadores, televisão, empresas de material
esportivo e tudo que gera receitas.
Não é possível,
no atual cenário, o grupo de conselheiros ávidos por cargos
continuar especulando nas entranhas políticas em busca de
diretorias.
Na turma que
pretendia demitir o maior ídolo, tem gente que trabalhou na gestão
de Marcelo Portugal Gouvêa, virou oposição, ganhou diretoria de
Juvenal para aprovar o 3° mandato, foi dispensado e voltou para
oposição, apoiou Kalil Rocha Abdala, fez campanha contra Aidar,
pouco depois estava na diretoria do cartola que renunciou e, como
fora nomeado para almejada pasta pelo então presidente, criticou
Ataíde Gil Guerrero.
Por que o São
Paulo tem que ficar a mercê disso para ser governável?
Ainda sobre os
que pediram a saída de Raí, teve quem exigisse pedido de perdão do
funcionário por reclamar de Bolsonaro.
Mas quando
Antônio Cláudio Mariz de Oliveira escreveu no Estadão “é dever
cívico persuadir a sociedade a se mobilizar em reação ao chefe do
executivo”, declaração mais forte que a de Raí, fez-se o
silêncio, porque o advogado e conselheiro é muito temido e
respeitado no Conselho, e ai da pessoa que cogitar se intrometer na
sua opinião.
Antes da ouvir a
pífia e provável alegação que Raí é assalariado, ressalto que
além de afirmar que se tratava de opinião pessoal, é remunerado e
pode ser cobrado pelo que faz no futebol do São Paulo.
Leco, ao lado de Raí, durante entrevista coletiva do São Paulo, no CT da Barra Funda
GazetaPress
Em quem vota ou
como pensa o mundo são questões fora do acordo entre patrão e
empregado.
Antes de
encerrar, aviso que omiti por opção os nomes, o que diminuirá a
audiência do texto.
Creio que seriam
xingados, além de generalizarem, e sou contra essa forma radical de
crítica.
Qualquer debate
para ser útil e positivo necessita respeito. O Conselho também tem
pessoas que mantiveram a postura ideológica de oposição, recusaram
cargo para manter suas lutas, como fez Kalef João Francisco e alguns
outros.
Sei que muitos no
órgão discordam quando falo que o São Paulo necessita mudar.
Respeito a opinião da parte conservadora do Conselho, e dessa forma
deve caminhar a democracia.
Está na hora da
torcida ter mais importância prática. É lembrada nos momentos de
dificuldade e na hora política costuma ser relegada à nulidade,
mesmo sendo o que torna muito grande os principais cargos dos
cartolas.
Compensa
refletir, diante de tudo isso, se o clube gerido por executivos
obteria mais receitas e troféus.
Raí é o diretor de futebol do São Paulo desde dezembro de 2017
Gazeta Press
Raí falou como
brasileiro
Era para ser
apenas outra opinião sobre o presidente.
Leio um monte,
favoráveis ou contrárias, embasadas ou fanatizadas, profundas ou
superficiais, desde a eleição.
É teu direito de
cidadão, seja comunista, socialista ou capitalista, ignorante ou
letrado, com seus valores, noções de ética, sociologia, economia,
política, sabedoria e mais argumentos, ter conceito sobre o atual
governo.
Como é de
todos, em qualquer condição, o de discordar.
Isto se chama
democracia, onde o candidato, seja corrupto e mentiroso, ou
plenamente honesto, preparado ou incapaz, pode ser escolhido,
criticado e ou elogiado pelos eleitores, tudo em prol da harmonia
coletiva.
Cartolas têm apoio de Bolsonaro para o Paulista recomeçar em maio
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