Dois lances do craque Pelé ficaram até mais famosos que seus gols na Copa do Mundo de 1970. Um deles foi o drible de corpo no goleiro Mazurkiewicz, do Uruguai, que depois quase terminou em um gol antológico - a bola saiu raspando a trave. O outro foi o chute do meio-campo que por muito pouco não escobriu o arqueiro Viktor, da Tchecoslováquia. Ambos os lances ficaram conhecidos como "o gol que Pelé não fez".
Na última segunda-feira, porém, um jogador do Bragantino fez o que nem mesmo o "Rei do Futebol" conseguiu durante a conquista do tri no Mundial do México.
Com um petardo do meio da rua (veja no vídeo abaixo), o lateral direito Calebe, de 18 anos, estufou as redes da Inter de Limeira, empatando a partida, válida pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, em 2 a 2. Um verdadeiro golaço. O "gol que Pelé não fez".
Em entrevista ao ESPN.com.br, o ala, que é volante de origem, admitiu a surpresa com a pintura e descreveu o que pensou no momento em que resolveu chutar de tão longe.
Ou melhor, tudo o que não pensou...
"Eu sempre fico na sobra da defesa, mas estávamos perdendo e precisávamos empatar de qualquer jeito. O jogo já estava com 37 minutos, aí a bola veio pela lateral, passei o meio-campo e chutei, não pensei em nada (risos). Fiquei surpreso demais quando a bola entrou, nem vi o goleiro pulando, para te falar a verdade! Foi o gol mais bonito que fiz na carreira, e espero fazer outros como esse", comentou.
A boa batida na bola do garoto, aliás, vem de família. Calebe é filho de ninguém menos que o ex-volante e hoje treinador Silas, de passagens vitoriosas por clubes como São Paulo, Internacional, Vasco, San Lorenzo-ARG, além da seleção brasileira, nos tempos de atleta.
É do pai que vem os principais conselhos para uma carreira de sucesso no futebol.
"A influência dele é muito grande em tudo na minha vida. Ele vai a todos os meus jogos, critica quando precisa e elogia também quando acha justo. Ele sempre dá os palpites dele e me ajuda a evoluir. Sou muito grato por tudo", afirma o lateral, que admite ser muitas vezes comparado ao ex-atleta da seleção brasileira.
"Sempre tem as cobranças e comparações, é natural, mas eu não ligo. Meu pai fez a história dele e eu quero escrever a minha", brada o atleta, que divide a vida de jogador com a de universitário, já que cursa educação física na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas.
Foi através de Silas, inclusive, que o volante/lateral teve sua primeira experiência em um clube. Após seu pai arrumar um teste, ele foi aprovado e atuou na base do São Paulo dos 11 aos 14 anos. Após Silas ir trabalhar no Catar, porém, Calebe foi junto para o Oriente Médio, onde atuou pelo time amador de sua escola.
No retorno ao Brasil, o atleta terminou o colegial enquanto participava de testes para ingressar em uma nova equipe profissional. Sua primeira tentativa foi na Ponte Preta, mas não foi aprovado. Em seguida, contudo, ganhou o "sim" em Bragança Paulista, e defende o time da cidade desde o ano passado.
Além do bom futebol, Calebe ainda se destaca no Bragantino em outra atividade: a de cantor e pianista. Inspirado em Djavan, um dos reis da música romântica brasileira, ele agita as concentrações e diz que faria bonito até mesmo no programa The Voice Brasil, da TV Globo.
"Minha mãe acha que eu tenho o dom de cantar e falou até para eu investir em aulas de canto, acredita? Mas é só hobby, mesmo. Eu canto na igreja e também para animar a rapaziada na concentração, além de tocar piano. Curto música gospel e sou muito fã do Djavan e de músicas romântica. Até hoje só me apresentei na igreja, não tenho vontade de participar do The Voice, mas acho que faria bonito (risos)!", finaliza.
Filho de ex-seleção brilha na Copinha, faz gol que Pelé não fez e ainda canta no vestiário
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