O lateral direito George Lucas já 'sofreu' na carreira por ser xará do criador de "Star Wars", que recentemente chegou aos cinemas com o sétimo filme da saga ("O despertar da força"). Uma das brincadeiras mais comuns que o ex-jogador de Santos e Grêmio escutava dos torcedores era de que 'cruzava com efeitos especiais'. Mesmo com a coincidência, sua família não é fã de Han Solo, Luke Skywalker e companhia.
"O motivo do meu nome é simples: meu pai queria George e minha mãe Lucas. Então fiquei George Lucas para não desagradar nenhum dos dois (risos)", disse o atleta, que atualmente está desempregado, ao ESPN.com.br.
"Na primeira entrevista, ainda pelo Grêmio, já fiquei sabendo desta história. Imagina, eu vim do interior do Rio Grande do Sul e os meus pais nem imaginavam o que era isso. Até na Espanha me perguntavam. Para falar a verdade, eu nem curto muito "Star Wars". Só vi um filme de toda série, mas pretendo assistir esse novo que está no cinema", completou.
Se o nome não nada ver com o mago das telonas, a alcunha que ganhou na Baixada Santista era uma homenagem a um popstar da bola.
"No Santos eu ganhei o apelido de 'Beckham da Vila Belmiro' por causa das assistências, dos cruzamentos e me achavam parecido com ele na aparência", relembrou, aos risos. "Isso foi invenção dos moleques, do Neymar e do Mádson. Cada um tinha um apelido diferente lá", garantiu.
"O Beckham é incomparável, o talento dele é diferenciado. Eu bato bem na bola e sempre cobrei as faltas, escanteios e pênaltis. Em termos de beleza, lógico que eu me considero mais bonito que ele (risos). Tô brincando, se tivesse uns 70% da beleza dele tava bom. Só não tenho a conta bancária dele, podia ser igual", contou, aos risos.
'Beckham da Vila' humilhou astro do 'Barça'
Antes de virar o Beckham 'genérico', ele enfrentou o original quando atuou por três temporadas no Celta de Vigo, da Espanha. Na Liga das Estrelas jogou contra alguns dos maiores jogadores de todos os tempos. Sua estreia foi logo contra o Barcelona na primeira partida da temporada 2006/2007 contra astros do calibre de Lionel Messi, Ronaldinho Gaúcho, Eto'o e Deco.
"Perdemos por 3 a 2, mas eu fiz um jogo muito bom, foi espetacular para mim. Era o time que tinha ganhado a Uefa Champions League de 2006, só tinha estrelas. O lance que mais me marcou foi uma meia lua bacana que dei no Giuly. Ele era considerado muito rápido e como era ponta me acompanhava até a defesa deles. Ainda dei um cruzamento perfeito, foi show de bola. Repercutiu demais por ter sido primeiro jogo", recordou o jogador.
"Marcar o Messi é muito difícil, é como marcar o Neymar e o Ronaldinho Gaúcho, são três fenômenos", disse, aos risos. "Não dá para anular esses caras, mesmo com todo um sistema armado é difícil parar. Infelizmente não consegui vencer nenhum jogo contra o Barcelona", lamentou.
Contra a outra força espanhola, porém, o brasileiro teve melhor sorte. O estrelado Real Madrid, que ainda era chamado de time dos "Galáticos", foi derrotado pelo modesto Celta. A equipe da capital espanhola tinha Beckham, Roberto Carlos, Robinho, Ronaldo, Raul, entre outros.
"Vencemos dentro do Santiago Bernabeu com um gol do Nenê [atualmente no Vasco] e outro do Fernando Baiano [ex-Corinthians]. Foi épico e inesquecível para todos nós", relembrou o lateral direito.
O 'monstro' Neymar
George Lucas ficou duas temporadas no Santos, entre 2009 e o começo de 2011, onde viveu alguns dos melhores momentos da carreira. Chegou ao clube indicado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo e acompanhou o nascimento para o futebol profissional de um dos melhores jogadores do mundo na atualidade.
"Vi o Neymar subindo para o profissional e dava pra ver que ele era um monstro. Ele era um menino, meu parceiro de quarto na concentração. Ele é um moleque do bem, adorava uma brincadeira e é muito humilde. Um talento impressionante e nato. Nunca foi deslumbrado, só queria saber de jogar e se divertir. Até hoje ele deve ser assim. A família sempre estava do lado dele, sempre muito dedicado nos treinamentos", disse George Lucas.
Com apenas 25 anos à época, o lateral direito era um dos mais velhos do elenco, que foi vice-campeão paulista em 2009 e vencedor do Estadual e da Copa do Brasil no ano seguinte.
"Éramos todos muito amigos, era comédia demais. Uma vez teve uma encrenca do Robinho com Wesley por causa de uma partida de sinuca. Eles tinham mania de apostar tudo. Foi a maior confusão, mas só durou cinco minutos. Depois já estavam se abraçando (risos)", rememorou.
"O clima era ótimo e sabíamos que íamos entrar e ganhar os jogos, era uma confiança muito boa. [o técnico] Dorival Júnior sabia levar bem demais isso. Ninguém acreditava na gente porque não tivemos contratações famosas. Eram muitos jogadores jovens buscando seu espaço e com o mesmo objetivo por isso deu tudo tão certo", analisou.
Tite e a esperança
Poucos talvez se lembrem, mas George Lucas começou a carreira no Grêmio, que era treinado pelo técnico Tite - atualmente o mais baladado treinador do Brasil.
A ascensão foi muito rápida. George Lucas deu os primeiros passos no futsal, onde ingressou com oito anos e ficou até os 13. Depois passou para base do Olímpico.
"Subi para [ o profissional] com apenas 17 anos. As coisas aconteceram muito rapidamente pra mim. Virei titular muito cedo. O Tite é um cara que tenho muita consideração. Foi ele que me efetivou no time de cima", relembrou o lateral.
Aos 20 anos, foi emprestado ao Atlético-MG e a partir daí iniciou uma perigrinação pelo futebol. Em seguida foi apra o Celta de Vigo, depois para o Santos, o Braga, de Portugal, o Avaí, o Pelotas, o Ituano, o Sport, o Veranópolis, o América-RN e o Remo, seu último clube.
Aos 31 anos, o jogador, que está sem time no momento, se prepara para alguma boa proposta em 2016.
"Estou morando em Passo Fundo. Treino sempre para manter a forma e estou muito motivado, ainda tenho muito tempo de futebol", disse ele.
Que a força esteja com você....
'Beckham da Vila Belmiro' lembra dia em que humilhou astro do Barcelona
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