PF prende dois e faz busca na casa de Nuzman em operação sobre a Rio 2016

ESPN.com.br

Polícia Federal faz busca na casa de Nuzman em operação sobre a Rio 2016

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, é alvo de mais uma etapa da Lava Jato no Rio de Janeiro. A operação, batizada de Unfair Play, mandou agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal para as ruas para prender suspeitos de comprar jurados da eleição da cidade sede da Olimpíada de 2016.

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Desde as 6 horas da manhã, agentes cumprem mandados de busca na casa de Nuzman e também na sede do COB. O presidente da entidade será intimado a depor ainda nesta terça-feira, na sede da Polícia Federal.

"Como há suspeitas de que o presidente do COB tenha nacionalidade russa, ele está proibido de ausentar-se do país e deverá entregar todos os passaportes que possuir", explicou o Ministério Público em nota. 

As investigações apontaram para indícios de Carlos Arthur Nuzman participou de forma direita na compra de votos do Comitê Olímpico Internacional (COI) para que o Rio de Janeiro fosse eleito a cidade sede dos jogos do ano passado. O presidente do COB teria intermediado toda a relação entre aqueles que pagavam e os integrantes do COI.

O Ministério Público Federal brasileiro, por meio de um acordo de cooperação, trabalha junto com o Ministério Público de Finanças da França, que investigavam a compra de votos. Assim, autoridades francesas estão acompanhando toda a ação desta terça-feira, que acontecem também em Paris e Miami: "Para dar continuidade aos trabalhos, o MPF obteve na medida cautelar autorização para realizar pedido de cooperação jurídica internacional com as Ilhas Virgens Britânicas, França e Estados Unidos, a fim de rastrear os recursos que o representado Arthur Soares possui em nome de interpostas pessoas nesses países".

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Há um mandado de prisão preventiva contra Arthur César de Menezes Soares Filho, ex-dono de uma fornecedora do Estado do Rio de Janeiro, a Facility, e outro para sua ex-sócia, Eliane Pereira Cavalcante.

Conhecido como "Rei Arthur", o empresário seria o dono do dinheiro que abastecia o esquema, colocando tudo em uma conta no Caribe, que era gerenciada por um operador financeiro do grupo do ex-governador Sérgio Cabral.

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Segundo a investigação dos procuradores, para ter mais contratos com o Estado, era pago propina a Cabral por meio de uma conta em Antígua e Barbuda. O mesmo dinheiro teria sido usado para pagar a compra de votos do COI. Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

São 70 policiais federais cumprindo os dois mandados de prisão preventiva e onze de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

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Confira nota emitida pela Polícia Federal sobre a operação:

"A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil, deflagra na manhã desta terça-feira (5/9) a Operação Unfair Play, com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso envolvendo o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A operação, nova fase da Lava Jato no Rio de Janeiro, conta com apoio de autoridades francesas.

Cerca de 70 policiais federais cumprem 2 mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal/RJ, na cidade do Rio de Janeiro (Leblon, Ipanema, Lagoa, Centro, São Conrado, Barra da Tijuca e Jacaré), no município de Nova Iguaçu/RJ e em Paris/França.

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As investigações, iniciadas há nove meses, apontam que os pagamentos teriam sido efetuados tanto diretamente com a entrega de dinheiro em espécie, como por meio da celebração de contratos de prestação de serviços fictícios e também por meio do pagamento de despesas pessoais. Além disso, teriam sido realizadas transferências bancárias no exterior para contas de doleiros.

O fatos apurados indicam a possibilidade de participação do dono das empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional para a compra de votos para que a capital fluminense fosse escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas 2016, o que ensejou pedido de cooperação internacional com a França e os Estados Unidos."

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