Ministério Público diz que Nuzman foi responsável por 'unir as pontas' para pagamento de propinas e o proíbe de deixar o país

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Carlos Arthur Nuzman, entre Pelé e Lula, comemora escolha do Rio como sede olímpica, em 2009
Carlos Arthur Nuzman, entre Pelé e Lula, comemora escolha do Rio como sede olímpica, em 2009 Getty

O Ministério Público Federal (MPF) deu mais detalhes sobre a operação deflagrada nesta terça-feira pela suspeita de compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016. O MPF afirma que Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, foi o principal responsável pela intermediação do pagamento de propinas envolvendo duas figuras do alto escalão do esporte mundial.

"O esquema criminoso completa-se com a ponta faltante: a atuação do Comitê Olímpico Brasileiro, por atuação de Carlos Arthur Nuzman, figura central nas tratativas para escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Sem a presença e negociação entabulada por ele, a engenhosa e complexa relação corrupta aqui narrada poderia não alcançar o sucesso que efetivamente alcançou. Nuzman foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares", explicaram os procuradores.

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"No anúncio da cidade-sede de 2016, em Copenhague, estavam Cabral e Nuzman. 'É natural – e notório – que eles estivessem no evento. A presença destoante, e que conecta todos os elos do esquema criminoso, é do empresário Arthur Soares'", esclarece a MPF

Arthur Soares, o "Rei Arthur", é considerado o principal parceiro do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral no esquema de pagamentos de propina.

"Por quebra telemática de e-mails trocados entre os sócios, o MPF descobriu que o empresário pretendia se mudar para o Uruguai. Além dessas prisões, também foi autorizado pela Justiça a condução do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, para oitiva junto à Polícia Federal", disse a MPF.

"Como há suspeitas de que o presidente do COB tenha nacionalidade russa, ele está proibido de ausentar-se do país e deverá entregar todos os passaportes que possuir", revelou o Ministério Público.

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As investigações esclarecem que o "Ministério Público Francês colheu substancioso material para demonstrar que houve compra de votos para escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Um dos votos foi comprado de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo e então membro do Comitê Olímpico Internacional, por meio de seu filho, Papa Massata Diack".

"Vasta documentação e provas robustas revelaram que a organização criminosa de Cabral comprou o voto do presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, por 2 milhões de dólares", continua o comunicado.

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"Com a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, o grupo político, capitaneado por Cabral, teve ampla possibilidade de capitalizar-se politicamente e receber milhões em investimentos para realização de obras públicas. Diversas dessas obras (Arco Metropolitano, Maracanã e Linha 4 do Metrô), anunciadas como 'legado' das Olimpíadas de 2016, renderam milhões em pagamento de vantagens indevidas (propina) ao ex-governador e demais membros da organização criminosa", diz o MPF. 

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