Nuzman se cala em depoimento à Polícia Federal e entrega três passaportes

ESPN.com.br
Carlos Arthur Nuzman na chegada à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro
Carlos Arthur Nuzman na chegada à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro Getty

Considerado o principal responsável pelo pagamento de propina a dois membros do COI na eleição do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, Carlos Arthur Nuzman permaneceu calado durante seu depoimento, na tarde desta terça-feira, na sede da Polícia Federal na cidade olímpica.

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016 teve sua casa alvo de busca e apreensão nesta manhã como desdobramento da Operação Unfair Play, um braço da Lava Jato que investiga a corrupção durante o governo estadual de Sérgio Cabral (2006 a 2014).

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Os investigadores de PF, Ministério Público Federal e Receita Federal - com auxílio das autoridades francesas - apontam Nuzman como elo entre o pagamento da propina de US$ 2 milhões para Papa Massata Diack através do empresário Arthur Soares, o "Rei Arthur".

Além de ficar calado durante o depoimento, o cartola de 75 anos entregou três passaportes às autoridades: o brasileiro, o diplomático e o russo.

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A denúncia do MPF, por sinal, aponta que Nuzman teria vendido o seu voto em favor da candidatura de Sochi para sediar os Jogos Olímpicos de Inverno em 2014 em troca de um passaporte russo para poder fugir das investigações brasileiras.

Os investigadores levaram em conta um depoimento prestado na França para reter o passaporte do presidente do COB. A testemunha em questão é Eric Walther Maleson, ex-atleta, fundador e antigo presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG).

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Foi ele quem revelou ao Ministério Público francês a existência de irregularidades na eleição realizada em Copenhague há oito anos, com agentes do país pagando propina a dirigentes africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) em troca do voto.

De acordo com Eric Maleson, Nuzman conseguiu nacionalidade russa para, caso fosse necessário, deixar o Brasil e evitar ser alvo da Justiça nacional.

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"Há suspeitas de que Carlos Nuzman tenha nacionalidade russa, motivo pelo qual requer a intimação para que entregue todos os passaportes que possuir", diz a minuta do Ministério Público. Traduzido do francês para o português, Eric Maleson disse ao MP do país europeu: "Segundo o mesmo, Carlos Nuzman está corrompido e terá até obtido a nacionalidade russa pelo primeiro-ministro russo na altura em contrapartida do seu voto a favor de Sotchi para a organização dos JO de Inverno 2014. Essa nacionalidade russa devia lhe permitir esperar escapar da Justiça brasileira se fosse necessário (sic)".

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