Hoje adversário na Itália, zagueiro lembra por que preferiu o São Paulo ao Milan

Rafael Valente e Vladimir Bianchini
O zagueiro Lyanco durante treino pelo Torino na sexta-feira
O zagueiro Lyanco durante treino pelo Torino na sexta-feira Divulgação Torino FC

Diante do Milan, o zagueiro Lyanco, 20, deve voltar ao time titular do Torino após uma sequência de seis jogos sem atuar. O adversário deste domingo poderia ter um significado especial para o brasileiro. Há cerca de dois anos, o clube rossonero fez uma proposta que poderia ter mudado a vida do defensor.


O ano era 2015. Lyanco tinha 18 anos e jogava na base Botafogo. Tinha até disputado a Copa do Brasil e o Brasileiro da categoria sub-17 na temporada anterior e estava decidido a sair porque os salários estavam atrasados. Apareceram muitos interessados. Entre eles a equipe italiana.

"Meu empresário recebeu o contato de um sujeito do Milan. Eles queriam me contratar, apesar de eu só ter jogado pela base do Botafogo. Mas eu entendia que não era hora de sair do meu país. Até porque eu tinha o sonho de fazer meu nome no Brasil, conquistar algo por aqui e não sair tão cedo, com 18 anos. Os torcedores do Brasil não me conheciam. Então, tinha o sonho de fazer história no meu país", afirmou Lyanco, por telefone, para a reportagem do ESPN.com.br.

Naquele momento, Lyanco foi sondando também por  Cruzeiro, Atlético-MG e Fluminense (onde chegou a jogar por seis meses, quando tinha 10 anos). Ele não era um simples aspirante a jogador. Com passagem pela seleção sub-17, era visto como um jogador com potencial.

O São Paulo chegou mais do que com uma sondagem. E acabou vencendo os concorrentes e tirando Lyanco do Botafogo.

"Apesar da proposta  do Milan, o que me agradou mesmo foi o que o São Paulo me ofereceu. Quando eu jogava pela base do Botafogo já me chamava a atenção os torcedores do São Paulo na base. Eles acompanhavam a equipe sub-17. Quando a proposta chegou, falei para o meu pai: 'É para lá que quero ir'", disse Lyanco.

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O time do Morumbi oferecia uma estrutura bem incomum para jogadores de base, com um centro de treinamento próprio, em Cotia. Além disso, estava acostumado a formar equipes campeões nacionais e internacionais nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20.

A expectativa de Lyanco era defender apenas a base naquele início de 2015, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

"Fiquei cinco meses no sub-20 e o [técnico Juan Carlos] Osorio me pediu para subir [para o time profissional] de forma definitiva. O primeiro jogo que fiz como profissional do São Paulo foi como volante. Osoria dizia que eu tinha qualidade para sair jogando do campo de defesa para o ataque", relembrou Lyanco.

"As palavras dele me deram confiança para treinar no meio dos caras. Era um time com muitos talentos. Tinha Pato, Ganso e Luis Fabiano.  As preleções, as entrevistas e até as conversas particulares que o Osorio tinha comigo me deram muita confiança. Ele incentiva eu dar passes, assistências. Queria me ver dar certo".

No entanto, para tristeza de Lyanco, Osorio durou pouco tempo no São Paulo. Ficou cinco meses. Depois dele muitos treinadores passaram pelo time tricolor: Doriva, o argentino Edgardo Bauza, Ricardo Gomes e Rogério Ceni, além de Milton Cruz, técnico interino em algumas ocasiões.

O defensor viu aspectos positivos em tantas mudanças ao longo de apenas dois anos.

"Cada um dos que passou me fez aprender um pouco mais. Isso me ajudou a crescer como pessoa e a crescer profissionalmente. Às vezes via o clube jogando mal e tentava entender melhor o jogo. Tive menos vivência com o Rogério Ceni. Quando ele chegou eu estava na seleção sub-20. Tive tempo de fazer apenas um jogo com ele". 

O motivo que fez com que Lyanco não pudesse conviver muito com o ídolo dos torcedores tricolores foi o Torino. O clube italiano foi um dos interessados em contratá-lo no início deste ano, ganhando uma disputa contra a arquirrival Juventus. 

Para ter o defensor do São Paulo, o Torino acertou o pagamento de 6 milhões de euros (na época, algo em torno de R$ 20 milhões) e mais 2 milhões de euros (cuja cotação naquele período era próxima de R$ 6,6 milhões) como bônus, além de acertar que 7% do valor de venda no futuro seria destinado à equipe brasileira. A Juventus, que tentou por mais tempo ter o defensor, chegou a oferecer 5 milhões de euros, sem qualquer extra.

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  • Retorno ao time

Lyanco treinou na sexta-feira e é cotado para ser titular na zaga ao lado de N'Koulou. Deve tomar a vaga do veterano Burdisso. O zagueiro brasileiro não atua desde a partida contra o Verona, em 1º de outubro, quando o time granata empatou por 2 a 2, em casa, pelo Campeonato Italiano.

Depois desse compromisso ele ficou afastado por uma lesão muscular, perdendo seis partidas pela competição, mas esteve no banco de reservas dos dois últimos jogos (Inter de Milão e Chievo). Mesmo ausente, Lyanco é um dos jogadores mais queridos pelos torcedores durante os treinos do time.

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  • Confira a rodada

Sábado
12h Bologna x Sampdoria
15h Sassuolo x Verona
15h Chievo x Spal
17h45 Cagliari x Inter de Milão

Domingo
12h Udinese x Napoli
12h Genoa x Roma
12h Milan x Torino
15h Lazio x Fiorentina
17h45 Juventus x Crotone
17h45 Atalanta x Benevento

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