Ela não pode andar, mas ganhou sete medalhas paraolímpicas e faz 'escalada' só com as mãos

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Amanda McGrory parou de andar aos cinco anos e se tornou campeã paraolímpica
Amanda McGrory parou de andar aos cinco anos e se tornou campeã paraolímpica Getty

“Tecnicamente, é só uma escada adaptada. Mas alguns dos meus colegas mais dramáticos gostam de chamar de “escada para o inferno.”

Não é um treino comum. A norte-americana Amanda McGrory intercala a pista de atletismo com exercícios de força, em um circuito com escaladas cronometradas, no menor tempo possível: 4 a 30 segundos, com descanso de um ou dois minutos entre uma sessão e outra.

Mas tudo isso, com as mãos. Os pés?! Ficam presos em um cabo suspenso! “Você já tentou escalar com as mãos, enquanto seus tornozelos ficam suspensos? Pode parecer fácil, mas prometo, isso machuca”, disse a atleta em entrevista ao espnW.

Amanda McGory, 31 anos, é uma guerreira. Não usa os pés porque não pode. Aos cinco anos, acordou um belo dia sem conseguir andar. Depois de semanas de visitas a inúmeros hospitais para fazer diversos exames, foi diagnosticada com mielite transversa, uma inflamação na medula espinhal que levou à paralisia de suas pernas.

“Por meses, eu ia para a cama à noite acreditando que, da mesma forma, eu ia acordar um dia e magicamente voltar a andar. Demorei um pouco para entender que esse não era o caso. E então, eu simplesmente decidi que ia parar de comer. Aos sete anos, eu pesava 15,8 kg.”

Foi então que seus pais descobriram o Variety Club oh Philadelphia, um acampamento para crianças com deficiências físicas. Amanda McGory foi apresentada ao esporte sobre a cadeira de rodas e ganhou bolsa de atletismo e basquete adaptados, na Universidade de Illinois.

“Mudou a minha vida. Pela primeira vez, fui capaz de interagir com crianças da minha idade com quem eu podia dividir minhas lutas e frustrações diárias. Isso me ajudou a ganhar autoconfiança e começar a aceitar minha condição.”

Amanda McGrory se superou. Fez licenciatura em psicologia, viajou o mundo e, atualmente, está fazendo mestrado em Biblioteconomia e Ciência da Informação. No esporte, voou ainda mais alto, conquistando sete medalhas em Jogos Paraolímpicos (quatro em Pequim-2008/uma de ouro, uma de prata e duas de bronze; e três no Rio de Janeiro-2016, uma de prata e duas de bronze)

Seu currículo vitorioso soma, também, prata no Mundial de Londres, neste ano, e ela já venceu mais de 25 maratonas. A próxima será em Nova Iorque, no dia 5 de novembro. E os circuitos com escaladas cronometradas continuam sendo os degraus que a levarão a sua última Olimpíada, Tóquio-2020.

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