Única técnica do Mundial Feminino de Handebol se divide entre clube e seleção e critica a classe: ‘Mulheres desistem diante das dificuldades’

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Helle Thomsen é a única técnica mulher do Mundial Feminino de Handebol 2017
Helle Thomsen é a única técnica mulher do Mundial Feminino de Handebol 2017 Getty

Ainda é raro ver mulheres no comando de clubes. É assim na maioria dos esportes e no handebol feminino não é diferente. Mas Helle Thomsen está quebrando barreiras: é a única à frente de uma seleção entre as 24 que disputam o Campeonato Mundial da Alemanha. A dinamarquesa de 47 anos assumiu o cargo de técnica da Holanda em setembro e já tem como primeiro grande desafio transformar a prata da última edição em ouro inédito.

Um dos expoentes do handebol mundial, a Holanda terminou o Mundial de 2015 na segunda colocação e parou nas semifinais dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016, perdendo também a disputa do bronze. Helle Thomsen, então, foi contratada. Três meses depois, em dezembro, conquistou a prata no Campeonato Europeu. Até então, a Holanda havia disputado o torneio continental cinco vezes, com um 7º lugar como melhor resultado.

Esse foi o segundo pódio consecutivo dela na competição. Em 2014, assegurou o bronze comandando a seleção da Suécia. É mais uma conquista em seu currículo recheado. Ex-jogagora, Helle deu os primeiros passos como técnica no FC Midtjylland e faturou dois ouros na Liga Dinamarquesa.

Mais uma missão: em julho deste ano, aceitou comandar o time romeno CSM Bucareste, em parapelo às meninas da Holanda. Tem, em suas mãos, um elenco de estrelas do handebol mundial, entre elas a central Isabelle Gullden e a armadora-esquerda Cristina Neagu – atual melhor do mundo. E o título já veio: em setembro, conquistou ouro na Supercopa da Romênia.

“Acho que às vezes, as mulheres param muito cedo e não dão o último passo para terem um trabalho de destaque. Quando um homem é demitido, ele toca a bola para frente e começa a procurar outro emprego. Quando um mulher é demitida, ela pensa ‘não sou boa nisso, vou procurar outra coisa para fazer’. Vejo muitas treinadoras boas nas cateogorias de base, mas que desistem quando chegam à elite porque não suportam a pressão dos patrocinadores, dos torcedores e da mídia. Acredito que, por isso, temos poucas mulheres treinadoras na elite mundial. Gostaria que mais mulheres crescessem em suas profissões, sonhassem grande e não parassem quando tudo começar a ficar difícil”, disse Helle Thomsen à imprensa local da Holanda.

Ex-jogadora, a dinamarquesa já acumula títulos como treinadora
Ex-jogadora, a dinamarquesa já acumula títulos como treinadora Getty

Com moral, Helle Thomsen teve seu contrato renovado com a Federação de Handebol da Holanda, assinando acordo para continuar no cargo por pelo menos mais dois anos e com opção de continuar à frente da seleção durante os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

“Helle se encaixou perfeitamente à visão que temos do handebol: jogo rápido e atrativo. Estamos convencidos de que o time nacional da Holanda vai dar, com ela, os passos necessários para se consolidar no topo do handebol mundial”, elogiou said Sjörs Röttger, diretor técnico da Federação.

O Campeonato Mundial da Alemanha começou a ser disputado na última sexta-feira e termina no dia 17. As holandesas estão no grupo D, com Alemanha, Sérvia, Coreia do Sul, China e Camarões. A equipe comandada por Helle Thomsen estreou com derrota para as coreanas (22-24) e, na segunda rodada, venceu as chinesas (40-15). O próximo jogo será contra as camaronesas, nesta terça-feira, às 12h30 (de Brasília).

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