'League of Legends': Driblando regra e com "aval" da Riot, Flamengo aliciou Nyu

Rodrigo Guerra e Roque Marques/ESPN.com.br

Topo da TShow, Nyu é um dos alvos do Fla para 2018
Topo da TShow, Nyu é um dos alvos do Fla para 2018 PromoArena

Apesar de recente, a entrada do Flamengo eSports no League of Legends já rendeu muita polêmica. A última delas é o aliciamento do topo Renan "Nyu" Augusto, da TShow - que aconteceu com supervisão direta da Riot Games.

A informação foi apurada pelo ESPN Esports Brasil nesta quarta-feira (13). Segundo fontes ligadas à negociação, a distribuidora do jogo e responsável pelo circuito competitivo deixou um furo nas regras e “deu aval” para que a Cursor Esports - responsável por tocar o projeto de esports do Rubro-Negro - aliciasse o jogador.

Segundo as mesmas, a Cursor, procurou a direção da TShow para negociar a contratação de Nyu, mas foi informada que o jogador só sairia perante pagamento da multa.

Descontente com essa situação, a Cursor entrou em contato direto com o jogador e fez uma proposta - o que configuraria aliciamento. Apesar disso, o Flamengo não pode ser punido pois a regra anti-aliciamento do Circuito Desafiante - criada recentemente -, só valerá a partir do dia 20 de janeiro. 

Como a data limite de inscrição para o CD será em 18 de dezembro - quase um mês antes da validação da regra -, tanto o Flamengo como qualquer outra equipe da divisão pode procurar diretamente jogadores sem receber nenhuma punição. 

Questionada pela TShow, a Riot Games afirmou que “não pode fazer nada, mas orienta que os clubes não pratiquem isso [o aliciamento] por questões éticas”. João Vytor Rosa, CEO da Cursor, por sua vez, afirmou aos Bodes que organizadora deu o "aval" para o contato direto com o jogador.

O topo é a única posição em que o Flamengo ainda não conta com um jogador. Os outros quatro integrantes da escalação rubro-negra já foram anunciados na última semana.

Vale reforçar que realizando essa manobra o Flamengo não desrespeita as regras anti aliciamento impostas pela Riot Games para o Circuito Desafiante, que só valem a partir do dia 20 de janeiro de 2018. Entretanto, age de maneira anti-ética e considerada anti-desportiva com a equipe companheira do Circuito. 

Além disso, o possível favorecimento da Riot ao Flamengo demonstra um viés nesse assunto favorecendo o clube carioca.

Em resposta a reportagem, a Riot Games no Brasil fez a seguinte declaração:  "A Riot Games não comenta casos isolados, mas é de praxe a empresa instruir os times a seguir condutas de boas práticas na abordagem de jogadores contratados por outras equipes. Por essa razão, inclusive, a companhia vai adotar no Circuito Desafiante, a partir de 2018, a mesma regra de antialiciamento vigente no CBLoL".

O ESPN Esports entrou em contato com o Flamengo e a Cursor, que posteriormente à publicação da matéria encaminharam o seguinte posicionamento oficial: 

"Diante das recentes acusações levianas levadas à imprensa especializada em esportes eletrônicos nos últimos dias, o Clube de Regatas do Flamengo reitera que todas as negociações para contratação de reforços para sua equipe de League of Legends foram feitas com respeito total às regras aplicadas no mercado de games. Sobre a negociação com 'Nyu' é importante esclarecer que, além da TShow estar ciente da aproximação do Flamengo com o atleta e chegar a ter oferecido o referido profissional ao clube, as negociações foram dentro das regras, mas, mediante exigências da equipe do atleta, acabaram não se concretizando.
 
As regras para consulta à situação de jogadores e negociações de contratações são diferentes para o Circuito Desafiante, tornando infundadas as acusações de aliciamento; cabe ressaltar que todos os atletas do Flamengo estão contratados dentro das regras vigentes no setor, com contrato de CLT e direitos de imagem, cumprindo a legislação vigente.
 
O Clube de Regatas do Flamengo, ao lado da Cursor, nossa parceira nesta empreitada, sempre se reporta à Riot Games antes de qualquer movimento relacionado a contratações de atletas de esportes eletrônicos. Todas as ações estão alinhadas junto à Riot com total segurança, já que estão documentadas todas as autorizações e comunicações. O clube repudia as denúncias infundadas supracitadas e irá tomar as medidas jurídicas necessárias se for preciso."

Aliciamento não é novidade

Com uma curta história nos esports, o Flamengo já protagonizou um suposto caso de aliciamento. Em outubro, a equipe foi denunciada na Riot Games por tentar contato direto com Gabriel "Revolta" Henud, Felipe "yang" Zhao e Gabriel "Kami" Bohm. 

A informação foi revelada com exclusividade pelo ESPN Esports Brasil.  Na ocasião, o Flamengo negou a acusação e disse "estar ciente das regras de aliciamento". A Riot Games, por sua vez, nunca falou publicamente sobre a denúncia.

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