Brasileirão tá ruim mas tá bão!
“Pobre de um campeonato cuja principal atração é a luta contra o rebaixamento”. Muita gente está dizendo isso. Colegas queridos da TV, amigos da pelada, companheiros e companheiras de boteco que sabem muito mais que eu sobre os mistérios da bola e da vida. Mas não acho que isso seja necessariamente uma desgraça futebolística.
Em primeiro lugar, é preciso considerar o balanço entre o prêmio no topo e o castigo na rabeira. Vamos à parte de cima. O título é para um só, apenas um clube é campeão. E se vice no Brasil nunca foi grande coisa, com o aumento do número de vagas na Libertadores o direito a disputar o principal torneio continental, segundo prêmio mais cobiçado, perdeu em desafio. O faisão virou carne de vaca. As vagas podem beneficiar até o 9º colocado do torneio – hoje seria o Galo, que está quatro pontos acima da zona do rebaixamento. Ir direto ou não para a fase de grupos ainda não é picanha nobre. Já o castigo fuzila quatro clubes. Não faz diferença ter sido 17º ou último. Todos levam a mesma condenação. Não é de se estranhar, portanto, que a esta altura haja mais times brigando intensamente para não cair do que para ser campeão.
Sim, a luta pelo título este ano está insossa pela sobrenatural campanha do Corinthians no primeiro turno. Não fosse o Timão, no mínimo Santos, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro estariam com fé na disputa pelo caneco. Acontece em todos os campeonatos por pontos corridos. Há anos de disputa maior, outros de barbadas.
“Não é só a falta de disputa pelo título. É o nível técnico que está baixo”. Muita verdade. Não há um time cujo futebol encha os olhos. O Corinthians do primeiro turno foi de uma eficiência enorme, mas segue sendo um time com limites técnicos claros, embora Carille tenha conseguido elevar o desempenho a uma altura improvável nas análises de início de temporada. A aposta da vez é o Cruzeiro, que tem elenco forte e vai jogar o resto da temporada solto, com a tranquilidade de quem já ganhou o ano com a Copa do Brasil.
O barato de um campeonato por pontos corridos é o caminho. A emoção é diluída entre as 38 rodadas. A emoção do Brasileiro já está acontecendo. Sim, do Atlético-PR pra baixo, todo mundo nesta pausa de Data Fifa está mais preocupado em não cair. Treze clubes. E a luta por migalhas tem lá sim sua graça. Muita.
É claro que a qualidade anda rasteira em nossos campos. Seria diferente se o Fluminense pudesse segurar Richarlison, o São Paulo Luiz Araújo, o Palmeiras Gabriel Jesus, o Vasco Douglas, o Santos Thiago Maia, o Grêmio Pedro Rocha, blá blá blá. Mas aí é outra questão. A realidade que temos é outra. Estou me contentando com pouco? Sei lá, talvez seja porque goste muito desse troço...
Fonte: Maurício Barros
Brasileirão tá ruim mas tá bão!
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