Carille, Valentim e Elano: o Brasileirão caiu nas mãos dos novatos
Não foi nada planejado, mas chegamos à reta final do Campeonato Brasileiro com os três primeiros colocados e postulantes ao título sendo comandados por treinadores novatos. Fábio Carille no líder Corinthians, Alberto Valentim no Palmeiras e Elano no Santos. Este, último, aliás, deve em breve passar a ser chamado também pelo sobrenome, Blumer, porque no futebol o sujeito, quando vira técnico, sei lá por que raios tem que ter dois nomes, como Muricy Ramalho, Dorival Junior, Roger Machado. Será que é pra ficar mais importante, fazer jus à função de “professor”? Ainda bem que não fizemos isso com Adenor Tite nem Alexi Cuca...
Carille entrou no Corinthians porque o clube fracassou em tentar Dorival e Roger. Valentim assumiu “até o fim do ano” porque Cuca foi um fiasco em seu retorno ao atual campeão brasileiro. E Elano virou interino até que o Santos defina um nome para 2018. Ok, mesmo que atabalhoadas, sem muito planejamento, o que importa é que as chances apareçam. Torço pelos três.
Por outro lado, vemos alguns treinadores medalhões perdendo relevância. Vanderlei Luxemburgo foi demitido do Sport, em mais um trabalho com resultados ruins. Idem para Levir Culpi, embora sua passagem pelo Peixe tenha sido um pouco melhor que a de Luxa no Leão. Oswaldo de Oliveira treina o Galo, mas quase ninguém aposta que seguirá para a temporada 2018. Soa mais como um tampão até o final do Brasileiro. Muricy Ramalho está aposentado por problemas de saúde. Marcelo Oliveira “caiu de produção” nos últimos anos. Felipão já não desperta o mesmo interesse de antes, e tenho dúvidas se um time de ponta do Brasil o acolheria se quisesse voltar da China. Celso Roth, Joel Santana, Leão e Nelsinho Baptista são outros nomes de quem nem se fala. Dos veteraníssimos, resistem sob holofotes Abel Braga e Paulo César Carpegiani.
Alguns caras um pouco mais novos, como Ney Franco, Péricles Chamusca, Andrade, Cristóvão Borges e Ricardo Gomes, perderam mercado. Mas seguem com prestígio Dorival Júnior, Cuca, Renato Gaúcho e Mano Menezes. Vágner Mancini, Eduardo Baptista e Fabiano Soares continuam em busca de maior relevância.
As trocas de gerações não acontecem com data marcada, mas ao longo de alguns anos. A mudança vem pelo desgaste das ideias dos antigos e a necessidade do futebol de buscar sempre algo novo. E isso não tem necessariamente a ver com a idade do treinador, mas com seu desejo de evoluir. Maurizio Sarri, por exemplo, está com 58 anos e montou um Napoli repleto de frescor. O futebol é orgânico, não estanque. Quem é responsável pela estratégia deve estar sempre pensando, refletindo, arriscando. Prender-se a um modelo que foi vencedor no passado é o primeiro passo para desbotar o futuro.
A reta final do Brasileirão, portanto, será instigante também nesse sentido: que soluções apresentarão Carille, Valentim e Elano para seus desafios? E Zé Ricardo e Jair Ventura, como encerrarão a temporada? Pensando no ano que vem, Rogério Ceni voltará a se arriscar? Fernando Diniz vai ter sua chance em um time grande? E Roger Machado, vai subir de patamar? Mais que caras novas, o futebol brasileiro precisa de novas ideias.
Fonte: Maurício Barros
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