Messi deixa milhões de viúvas e, até na despedida do Barcelona, é comparável a Pelé e Maradona
Os santistas mais da antiga sofreram durante
muitos anos com o apelido de “viúvas do Pelé”. Após a saída do Rei do clube
praiano, ficou um grande ponto de interrogação sobre o futuro do Santos, o
clube de menor torcida dentre os grandes paulistas e o único deles com sede fora
da capital. Claro que o time perderia competitividade e relevância sem o maior
jogador da história. A mesma coisa está acontecendo agora com o Barcelona sem
Messi, apesar de o clube catalão atualmente ter mais protagonismo global e
potencial financeiro do que o time da Vila Belmiro. Creio que é possível sim
comparar as duas situações, assim como não dá para esquecer que Maradona deixou
milhares de “viúvas” em Nápoles.
O que era o Santos antes de Pelé? Um clube simpático que tinha, basicamente, três títulos paulistas, um deles em 1935, quando houve dois campeões em São Paulo. Com Pelé, ganhou torneios nacionais em série, virou bicampeão da América e do mundo. O que era o Napoli antes de Maradona? Um clube simpático do sul da Itália que ostentava, basicamente, dois troféus da Copa da Itália. Com Maradona, o time virou bicampeão italiano e ganhou a Copa da Uefa. O que era o Barcelona antes de Messi? Um clube grande que tinha sete títulos internacionais reconhecidos pela Uefa. Com Messi, acumulou mais dez troféus internacionais oficias, virou tricampeão mundial e faturou quatro vezes a Champions League (antes, só tinha um título da disputa, em 1992, quando o nobre interclubes europeu nem tinha o atual nome).
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Messi não transformou tanto o Barcelona como Pelé fez com o Santos e como Maradona fez com o Napoli apenas porque o time espanhol já era uma potência mundial quando a “Pulga” chegou ao clube. Pelé e Messi sempre tiveram ótimos companheiros nos seus clubes históricos. Maradona sofreu bem mais com isso ao longo da carreira, precisando carregar mais nas costas a sua equipe.
Pelé foi quem lucrou menos com exposição global, pois o
mundo não tinha muito como ver seus jogos no Brasil. Maradona viveu o auge no calcio,
o Eldorado da Bola na década de 80 e até em parte dos anos 90, sendo muito mais
visto e seguido. Mas nada que se compare a Messi, que surfou na era das TVs a
cabo, da internet e das mídias sociais. Ele foi muito mais consumido do que
foram Pelé e Maradona. Gerações se acostumaram a admirar Messi ao vivo duas
vezes por semana com a camisa do Barça.
O número de “viúvas” do Messi é incalculável, vai muito além da torcida do Barcelona. O genial argentino tem pouca rejeição, talvez só os fãs mais ardorosos de Cristiano Ronaldo peguem no pé do camisa 10 que virou o maior jogador da história do Barça, superando ninguém menos do que Cruyff. Dos 26 títulos espanhóis que a equipe catalã conquistou, dez foram na era Messi. No Barcelona, há quem diga que Ronaldinho iniciou essa nova fase no clube, mas quem merece mesmo ser associado a uma era é Messi, mais longevo, mais vitorioso, mais premiado e quase tão artístico quanto o craque gaúcho.
Messi está para a história do Barcelona assim como outros craques estão para outros clubes que viraram lendários. Cruyff começou a mudar a história do Ajax e a colocar o clube holandês no mapa-múndi, dando hoje seu nome à arena em Amsterdã. Beckenbauer ajudou a transformar o Bayern na potência que é hoje, lembrando que até os anos 60 o time de Munique não era grande nem na Alemanha. Sir Bobby Charlton sobreviveu, literalmente, e reergueu o Manchester United a ponto de ser campeão europeu com o clube inglês.
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Puskás,
que dá nome ao prêmio da Fifa de melhor gol da temporada, fez do Honvéd uma lenda
muito além da Hungria, com mais de um gol por jogo no clube (foram 379 gols em 367
partidas entre os anos 40 e 50). Coisa parecida fez Eusébio no Benfica, com 471
gols em 440 jogos, sendo o astro do time português campeão europeu 1961/62. O Real
Madrid virou o gigante e dominante que a Europa e o mundo reverenciam por conta,
sobretudo, de dois nomes: Di Stéfano, no século 20, e Cristiano Ronaldo, no
século atual.
Messi ainda não se aposentou. Seus números,
feitos, recordes e títulos devem continuar com outra camisa agora. Mas já dá
para dimensioná-lo na história. O luto que boa parte do planeta vive agora com
a sua saída do Barcelona mostra bem o quanto ele cativa, o quanto ele
representa. Não há quem não queira Messi em seu clube de coração. O maior
talento que o futebol produziu neste século caminha para o final da carreira e
terá um novo desafio pela frente. Ainda tem muita lenha para queimar e até uma última
Copa do Mundo no ano que vem para tentar vencer.
Se nós contarmos gols na base e em amistosos,
como Romário fez, Messi já ultrapassou a marca dos mil gols na carreira. Seriam
1163 gols em 1307 partidas. Sendo mais honesto e tirando os gols dele como
juvenil, seriam “apenas” 824 gols em 1024 jogos. As contas oficiais apontam “só”
748 gols e 314 assistências em 929 partidas. Isso ignorando a seleção argentina
sub-23 (ele foi campeão olímpico), a seleção argentina sub-20 (ele foi campeão
mundial) e os amistosos pelo Barcelona, que aqui no Brasil seriam contados por
quase todos os jogadores. São 38 títulos relevantes na carreira, sendo a maior
ameaça ao recorde de Daniel Alves, como eu destaquei em meu último post aqui neste
blog.
Como sou maluco por listas, pensei em fazer
um ranking com os jogadores que mais mudaram a história de um clube de futebol.
Não é uma tarefa fácil, então, eu aceito sugestões e todo tipo de ajuda. Com
bons argumentos, posso mudar de boa a lista que posto aqui, que engloba apenas
grandes craques da história.
1º Pelé (Santos)
2º Beckenbauer (Bayern de Munique)
3º Cruyff (Ajax)
4º Di Stéfano (Real Madrid)
5º Puskás (Honvéd)
6º Maradona (Napoli)
7º Messi (Barcelona)
8º Eusébio (Benfica)
9º Zico (Flamengo)
10º Bobby Charlton (Manchester United)
11º Yashin (Dinamo Moscou)
12º Cristiano Ronaldo (Real Madrid)
13º Garrincha (Botafogo)
Messi deixa milhões de viúvas e, até na despedida do Barcelona, é comparável a Pelé e Maradona
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