Após sustos, grandes seleções europeias encaminham classificação para a Copa do Mundo de 2022
Após alguns sustos, as principais seleções europeias terminam esta Data Fifa com suas classificações para a Copa do Mundo de 2022 muito bem encaminhadas. Todas as cabeças-de-chave estão neste momento na liderança e definirão em casa a passagem para o Mundial, aproveitando-se também do tropeço recente de concorrentes.
Se o qualificatório europeu terminasse hoje, como diria algum poeta, estariam classificadas de forma direta as boas seleções de Portugal, Espanha, Itália, França, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Croácia, Inglaterra e Alemanha. A tendência agora é de uma forte disputa pela segunda vaga nos grupos e para definir quem vai disputar os playoffs mais tarde. Sérvia, Suécia, Suíça, Noruega, Turquia e Rússia ainda possuem possibilidades razoáveis de desbancarem os favoritos de seus grupos, mas estão em situação de inferioridade na tabela, seja pela pontuação, seja pelos duelos diretos na casa do adversário a serem travados na chave.
Portugal, em meio a algumas críticas ao conservadorismo do técnico Fernando Santos, sofreu para virar no fim contra a Irlanda (2 a 1 com gols de Cristiano Ronaldo) quase tanto quanto havia sofrido no empate com a Sérvia (2 a 2 com um gol de CR7 mal anulado, o que deveria ter ampliado o recorde do português como maior artilheiro da história das seleções). A Irlanda e a Sérvia, as desafiantes dos lusos, ficaram no 1 a 1 em Dublin e permitiram a Portugal abrir frente na pontuação. Na última rodada, a Sérvia decide a vaga em Lisboa no dia 14 de novembro, com a seleção da casa possivelmente jogando pelo empate.
A Espanha tinha se complicado bastante após perder da Suécia de virada por 2 a 1 fora de casa, mas a situação mudou na medida em que os suecos perderam da Grécia, também por 2 a 1. Com isso, os espanhóis voltam a depender apenas das próprias forças para se classificarem de forma direta. Há um jogo perigoso contra os gregos na condição de visitante (a Espanha amargou um empate contra a Grécia em casa por 1 a 1, o que a deixou em situação desconfortável na chave), mas na última rodada a seleção de Luis Enrique vai receber a Suécia em Sevilha, no dia 14 de novembro, e tudo indica que esse confronto direto vai definir o classificado.
A Itália, agora invicta há 37 partidas e sem perder faz três anos, escorregou em casa ao ficar no 1 a 1 com a Bulgária, o que permitiu à Suíça tomar a ponta do grupo C. Só que os suíços tiveram dois jogos sem gols em sequência (contra a própria Itália, em casa, e contra a Irlanda do Norte, fora). Agora, a Azzurra terá a chance de selar sua classificação no Olímpico de Roma no dia 12 de novembro, possivelmente jogando pelo empate.
A França não conseguiu vencer a Ucrânia nem em casa nem fora (foram dois 1 a 1), seu futebol não está à altura de suas várias individualidades, mas a vaga direta na Copa está praticamente garantida. Os ucranianos, que posam de segunda força da chave, não venceram ninguém ainda: são cinco empates em cinco jogos. Não há mais o confronto direto, e a Finlândia, que ainda poderia sonhar com a liderança, acaba de perder de 2 a 0 dos franceses.
A forte seleção da Bélgica prova mais uma vez ser um leão nas eliminatórias. São 16 pontos em 18 disputados em um grupo que poderia ser mais equilibrado, uma vez que conta com a República Tcheca e o País de Gales. Os belgas fizeram 21 gols em seus seis jogos e bateram a rival mais ameaçadora agora por 3 a 0: os tchecos não têm mais confronto direto e vão lutar apenas pela segunda posição da chave contra o time de Gareth Bale.
Mesmo antes da boa Eurocopa que fez, a Dinamarca já era apontada como a força destacada do grupo F. E a campanha até aqui é perfeita em um grupo muito acessível: os 100% de aproveitamento continuam mesmo sem o meia Eriksen. Os dinamarqueses deverão se classificar matematicamente antes mesmo da rodada final, quando irão visitar a Escócia. Ressalto que apenas a Dinamarca venceu todos os seus jogos nas eliminatórias europeias, uma prova da competitividade da disputa.
A Holanda estava desfalcada e com muitas dúvidas quando perdeu de 4 a 2 da Turquia com Frank de Boer no comando. Ele caiu em meio à Eurocopa, e Van Gaal, em três jogos e com Van Dijk em campo, mostrou que a Laranja podia ser muito melhor. Atropelou a mesma Turquia por 6 a 1, goleou também a seleção de Montenegro por 4 a 0 e segurou a Noruega de Haaland fora de casa (1 a 1) na estreia do experiente treinador que estava aposentado. Com um saldo de gols expressivo (+16), tudo indica que a Holanda vai definir sua sorte contra a Noruega, de Haaland, em Roterdã no dia 16 de novembro jogando por um empate para se classificar.
A Croácia, vice-campeã mundial na Rússia, é a líder do grupo das eliminatórias em que a briga pela primeira posição está mais equilibrada, justamente porque a Rússia tem os mesmos 13 pontos e apenas um gol a menos de saldo do que os croatas. Só que o confronto direto na Rússia já aconteceu e terminou sem gols. Isso dá a entender que o jogo da volta, na última rodada, dia 14 de novembro, em Split, permita à Croácia avançar, talvez com um empate. Croatas e russos vão buscar o melhor saldo possível de gols até este confronto do leste europeu que pode ser o mais quente da rodada derradeira do qualificatório europeu.
A Inglaterra perdeu sua condição de 100% de aproveitamento ao levar o empate da Polônia no final do jogo em Varsóvia (1 a 1). Só que sua vantagem é bem significativa no grupo, que tem em segundo lugar no momento a Albânia, quatro pontos atrás dos ingleses. Não há mais confronto direto entre Inglaterra e Polônia, e a vice-campeã da Europa pode carimbar seu passaporte para o Catar no confronto em Wembley contra a Hungria ainda no dia 12 de outubro, um duelo em que o racismo será de novo um tema importante após os 4 a 0 dos ingleses em Budapeste recheados de ofensas e ataques deploráveis dos ultras húngaros.
A Alemanha, em processo de reconstrução com Hansi Flick, deu bom passo para a vaga na Copa ao golear a Islândia por 4 a 0 fora de casa. A derrota surpreendente em casa para a Macedônia do Norte (1 a 2) não deve ter consequências maiores em termos de classificação. Ainda em outubro, no jogo em casa contra a Romênia e na partida de volta contra a Macedônia do Norte, a Alemanha pode garantir sua participação em mais um Mundial. São quatro pontos de vantagem hoje para o segundo colocado, a Armênia. Os alemães já passaram pelo seu pior momento.
E no resto do mundo?
Se as coisas estão muito bem encaminhas nas eliminatórias europeias, no resto do mundo ainda existem muitos jogos e dúvidas. Mas quase todos os favoritos estão bem colocados, começando por Brasil, Argentina e Uruguai na América do Sul (mesmo com o recente jogo suspenso dos dois primeiros em Itaquera). Na Concacaf (Américas Central e do Norte e Caribe), México, Estados Unidos e Canadá, os países-sede da Copa de 2026, estão nas primeiras posições. Na Ásia, Irã e Austrália mostram força, e Coreia do Sul e Japão se recuperaram. Na África, Argélia, Tunísia, Nigéria, Mali e Senegal estão na liderança de suas chaves. A briga promete ser boa entre Costa do Marfim e Camarões, entre África do Sul e Gana, entre Líbia e Egito e entre Marrocos e Guiné-Bissau. Na Oceania, o qualificatório ainda nem começou, deve ser só em 2022.
Europa ainda mais favorita para 2022 que em 2018
Para quem acha que a Europa vai dominar mais uma Copa do Mundo, o cenário está muito bem desenhado em termos das principais forças. Não deveremos ter ausências de grandes seleções, o que aconteceu em 2018 com a Itália e a Holanda. Isso significa dizer que o resto do mundo vai ter bastante dificuldade. Olho atento com os playoffs envolvendo os segundos colocados dos grupos europeus, de onde podem sair outras ameaças para times de fora do Velho Continente.
O Brasil passou por um grupo com Suíça e Sérvia em 2018, mas é melhor evitar algo assim. A Europa está chegando para o Mundial de 2022 ainda mais favorita do que chegou para a Copa de 2018.
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