Cleiton Thiele/Divulgação

Pedro Lucas é uma das promessas das categorias de base do Internacional

Nos últimos anos, o Internacional revelou atacantes que fizeram sucesso no futebol, como Alexandre Pato, Nilmar, Rafael Sóbis, entre outros. Uma das novas promessas coloradas que deseja seguir esse caminho é o jovem Pedro Lucas Schwaizer, de apenas 17 anos, que tem multa rescisória na casa dos 50 milhões de euros (R$ 225 milhões) para clubes estrangeiros.

Capitão e artilheiro do time gaúcho na última edição da Copa do Brasil sub-17, o jogador tem o futebol no DNA da família: seu tio é o ex-jogador Edson Kaspary, campeão da Copa do Brasil pelo Juventude em 1999, seu pai atuou na base do Grêmio e sua irmã encanta nos gramados.

Trata-se de Maria Luisa Schwaizer, a Malu, que chegou até a seleção brasileira sub-17 com apenas 14 anos. "Eu sou o mais velho e ela me acompanhava sempre pra jogar bola. Como morávamos no interior, não tínhamos computador ou celular. Só jogávamos futebol dia todo. Era tudo misturado", conta, em entrevista ao ESPN.com.br.

Pedro se derrete ao comentar as qualidades da caçula. "Eu tenho muito orgulho dela, somos bem grudados. Ela é uma verdadeira camisa 10, muito fã da Marta, mas joga com a direita. Ela tem muita velocidade, faz gols e tem um bom passe. A gente brinca que ela joga melhor que eu, é a verdadeira craque da família (risos)", sorri.

A garota passou pela base do Grêmio e atualmente está em uma escolinha conveniada ao Santos. Ela deve ir jogar em breve nos Estados Unidos.

"A ideia é ela jogar e conseguir uma faculdade porque o ensino lá é bom. Meus pais valorizam muito isso. Sempre cobraram da gente, minha mãe sempre fica no nosso pé", ressalta.

"No começo minha mãe não concordou que ela jogasse, mas hoje apoia demais e vai atrás de tudo pra ela jogar. Está ajudando a conseguir moradia e tudo mais para ela nos EUA", comemora.

Lesão de Ronaldo e inspiração em Fernandão

Mesmo tão jovem, Pedro Lucas já teve que superar uma grave lesão na patela do joelho. Um médico disse que ele nunca mais poderia atuar, porém, ele não se conformou com o diagnóstico e não desistiu.

Divulgação CBF

Malu defendeu a seleção brasileira sub-17

"Eu e o Inter fomos a outros médicos que nos deram mais esperança. Fiquei um ano todo tratando em 2012, fortalecendo a musculatura para sustentar o joelho. Mexeu muito com a família, que me apoiou demais", relembra.

Embora seja fã de Ronaldo "Fenômeno", quem faz a cabeça do jovem é Fernandão, ídolo colorado falecido em 2014, em um acidente de helicóptero.

"Por ter sido criado aqui eu ouvia falar muito dele, tanto pelo jeito dentro de campo quanto fora. Era um baita capitão. Eu também fui capitão na sub-17 o ano passado. Gosto de fazer esse trabalho fora de campo, resolver problemas, eu me inspiro nele por isso", revela.

Dentro de campo, ele tem algumas características parecidas com Fernandão, como a boa presença de área e cabeceio, mas também procura sair da área para fazer o pivô. Fora deles, tem uma boa estrutura familiar, assim como o ídolo colorado.

"Meu pai é dono de uma empresa de alimentos que cuida de batata, cebola e alho, mas nunca precisei trabalhar. Minha mãe é psicóloga, com especialidade em coaching. Várias equipes grandes estão usando esse serviço e algumas vezes ela me ajuda. No serviço dela usa muito esse trabalho com metas especificas", relata.

Sonho de profissional

Pedro Lucas nasceu em Esteio e morou em Vale Real, cidade perto de Caxias do Sul. Depois de se destacar em uma partida contra o Juventude, foi para o clube alviverde, em 2006. Um ano depois, o garoto, que jogava de lateral como o tio, virou atacante e foi vice-campeão estadual, perdendo a final para o Inter.

"Meu pai já trabalhava em Porto Alegre e todo mundo veio para cá, porque depois de 2009 começou a ficar mais sério, com campeonatos e treinos todo dia", lembra.

Arquivo Pessoal

Pedro foi campeão e artilheiro da Ruhr Cup

Mesmo tão jovem, Pedro já rodou vários países e enfrentou gigantes europeus em torneios com as categorias de base do Internacional. Sua primeira competição fora do Brasil foi a tradicional Copa Nike sub-15, na Inglaterra. "Ficamos em quinto. Ganhamos de Arsenal, Real Madrid e Borussia Dortmund. Perdemos nos pênaltis, mas terminamos invictos", relatou.

Em 2014, em uma competição na Malásia, o Inter ficou em terceiro, mas Pedro foi artilheiro do time. Ele também participou de outras duas competições na Alemanha. Depois de não atuar no torneio de Fallerhof, na Evonik Cup a história foi diferente.

"Comecei os dois primeiros jogos no banco. Na terceira partida eu entrei e vencemos. Fui titular em mais quatro jogos e artilheiro do campeonato com três gols. Jogamos contra o Barcelona também e fomos bem, pressionamos e vencemos por 2 a 0", vibra.

O jogador está na equipe sub-20, que venceu o Gaúchão da categoria ano passado, mas não participou da última edição da Copa São Paulo por estar machucado. Agora ele quer se firmar na última etapa antes de chegar ao time principal.

"Eu quero subir ao profissional, sei que é difícil e tem muitos caras bons, mas é o meu objetivo. Meu sonho é fazer história aqui, ser campeão e a torcida me conhecer. Só depois disso penso em Europa", projeta.