A vergonha por não demitir um técnico
Quem viu a entrevista do vice-presidente gremista Marcos Herrmann ao responder os questionamentos sobre se demitiria ou não o técnico Tiago Nunes após a derrota por 2 a 0 para o Juventude, na noite dessa quarta-feira (30), certamente notou seu constrangimento ao dizer que não, não o demitiria, pelo menos por enquanto.
Feita a importante ressalva de que acreditava na comissão técnica por perceber que seu trabalho nos treinos é bom, realizado com afinco e intensidade, Herrmann parecia se desculpar com os torcedores pela decisão de manter um técnico contratado há pouco mais de dois meses.
“Vamos fazer algum fato novo, mas nesse instante não é a troca de técnico, pelo menos não nesses dias”, afirmou o dirigente, pouco antes de deixar claro que o “nesses dias” significa o período até domingo (4), quando o Grêmio precisará derrotar o Atlético-GO para não passar por uma nova troca de treinador - quem sabe tentando contratar o mesmo nome demitido em abril (Renato Gaúcho).
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O constrangimento de Herrmann não é um caso único, claro, e só ficou escancarado porque o dirigente se dispôs a conceder entrevista logo após a derrota, algo que nem todos os cartolas costumam fazer.
Dirigentes brasileiros costumam usar demissões de treinadores como escudos, e mesmo quando não pretendem fazê-lo, como foi o caso nessa quarta, sentem-se de tal forma pressionados que chegam a se envergonhar por não atender aos clamores de demissão. Porque trocar de treinador é a resposta mais óbvia e lógica, é o padrão. O melhor “fato novo”.
Em 2017, quando perguntado pelo repórter João Castelo-Branco se dois ou três meses bastavam para se avaliar o trabalho de um técnico, Pep Guardiola deu risada. Para o melhor e maior técnico do planeta, a ideia de que um treinador possa ser avaliado e demitido em tão pouco tempo é tão anômala quanto é, para nós, a ideia de não demitir um técnico de clube grande após seis jogos sem vitória.
Quem estará com a razão?
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