Pá de cal na Superliga, Inglaterra ganha força política e mira sediar Copa do Mundo de 2030
A formalização da vitória da Uefa na disputa que levou à rápida implosão da Superliga chegou nesta sexta-feira (7), com o anúncio de um acordo formal da entidade com nove dos 12 clubes que conspiraram para a criação de um torneio não autorizado.
Apenas Real Madrid, Barcelona e Juventus permanecem agarrados ao barco afundando e ameaçados de punições, enquanto todos os outros se comprometeram a não se envolver mais em planos do tipo - caso o façam, concordam em pagar uma multa de no mínimo 100 milhões de euros para cada (algo como, na cotação atual, R$ 635 milhões).
Os nove serão, inclusive, readmitidos na Associação Europeia de Clubes (ECA), única representação coletiva aceita nas negociações a respeito dos torneios.
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Além disso, aceitaram fazer uma doação conjunta de 15 milhões de euros (R$ 95 milhões) para projetos de formação de jovens e perderem 5% das receitas a que teriam direito em uma temporada nas competições da Uefa. Alguns clubes, como Manchester United, Arsenal e Tottenham, já confirmaram que seus donos arcarão diretamente com estes valores.
A certeza de que nenhum clube da Premier League estaria envolvido foi, na prática, o tiro fatal nos rebeldes. E isso só foi possível por uma combinação de pressão popular e retaliação em todos os níveis da comunidade do futebol inglês, o que levou o governo a agir com mão pesada e ameaças.
Enquanto Florentino Pérez, Joan Laporta e Andrea Agnelli, respectivamente presidentes de Real, Barça e Juve, estudam forma de processar os clubes que abandonaram o projeto e arrancar algum tipo de indenização, quem ajudou a Uefa a ganhar a briga ganha força nos bastidores.
É o caso da federação inglesa (FA, na sigla em inglês, espécie de CBF da Inglaterra), que nesta terça-feira iniciou um movimento para levar para o país a final da Champions League entre Manchester City e Chelsea, após o governo britânico colocar a Turquia, sede da decisão, na 'lista vermelha' de restrições de viagem em função da pandemia de COVID-19.
Torcedores foram desaconselhados a viajar para Istambul, já que teriam de cumprir quarentena no retorno em hotéis de preços salgados determinados pelas autoridades. Nem mesmo os jogadores, às vésperas da Euro 2020, teriam isenções.
Assim, não será surpresa caso haja uma nova decisão de alterar o palco da final, que já deveria ter sido disputada em Istambul no ano passado, antes da decisão da Uefa de formar uma bolha em Portugal para a conclusão do torneio interrompido.
Copa do Mundo de 2030 é o alvo
Mas os olhares ingleses miram bem além de uma decisão em algumas semanas. Mais cedo, foi revelado que o Reino Unido tem um plano para sediar 97 grandes eventos esportivos ao longo dos próximos dez anos - e entre eles está a Copa do Mundo de 2030.
A candidatura reuniria as quatro nações do reino (Inglaterra, País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia) e a Irlanda e entraria em conflito com outra já lançada por Portugal e Espanha. Considerando que nunca houve três Mundiais seguidos fora da Europa, a tendência é que se olhe para o continente como favorito.
A estratégia da Uefa, porém, é se concentrar em uma candidatura única, de forma a não dividir votos. Com a postura belicosa de Real Madrid e Barcelona, e a falta de ação mais rígida da federação espanhola em combatê-los, é difícil ver simpatia da entidade pela proposta ibérica.
No xadrez político do futebol, é difícil ver alguém em posição de poder melhor que os ingleses neste momento.
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