VAR no Brasil = Vamos Aumentar as Reclamações. O de Santos x Ceará é um exemplo desse novo significado
O VAR no Brasil parece que tem uma dificuldade enorme em saber quando interferir no jogo ou não, o que é erro claro e óbvio ou interpretativo, fase de ataque pela posse (APP, na sigla em inglês), cartão amarelo ou vermelho. Claro que não se pode generalizar, há árbitros no VAR com competência, entretanto, a falta de critérios que antes ocorria somente no campo parece que tem aumentado fora dele através do VAR.
Em Santos x Ceará, nesse sábado (21), foram duas intervenções que fogem do protocolo:
- Gol do Santos validado em campo, onde na intermediária jogadores adversários se agarram na frente do árbitro que deixa a jogada seguir, na sequência há um braço de apoio não sancionável. O APP mencionado pelo protocolo do VAR deve ser acionado quando há uma infração na fase inicial de ataque (que também gera interpretação, já escrevi sobre isto aqui), o que não ocorreu no lance, pois na minha visão, o Ceará já tinha passado da fase de transição para organização defensiva quando o ataque realmente começa.
- Expulsão do Richard Coelho não foi uma conduta violenta, foi, sim, falta fora do lance, tem uma mão no rosto que desconsidera o risco para o adversário gerando cartão amarelo, entretanto não há força excessiva, não atinge com cotovelo ou parte dura do braço, foi mais um empurrão no rosto que caracteriza o cartão amarelo.
Ou seja, em ambos os lances que mudaram o jogo, o VAR interferiu de maneira equivocada. E o árbitro em campo, Sávio Pereira Sampaio, poderia sim ter batido no seu escudo da Fifa, que carrega no peito, e tomado as decisões corretas após as análises no vídeo, que foi exatamente o que Raphael Claus fez na final do Paulistão quando o VAR sugeriu revisão em uma possível penalidade do São Paulo contra o Palmeiras.
Em compensação, pela Série B do Brasileirão, o Bahia teve um pênalti claro não marcado a seu favor contra a Ponte Preta em um puxão de camisa dentro da área. Por ser em um lance de escanteio, a visão do árbitro poderia estar encoberta em função de muitos jogadores na área. O VAR deveria ter sugerido revisão, mas se calou.
O VAR no Brasil parece cada vez mais perdido, sem saber quando interferir ou não, e claro que isso vai aumentar as reclamações, pois se continuar sendo usado de forma equivocada seguirá prejudicando o jogo ao invés de ajudar a legitimar os resultados.
Se o produto final, que é o campo, está ruim, é porque há falha no processo que não vemos, e a uniformidade de critérios dentro de campo e no VAR precisa prevalecer.
VAR no Brasil = Vamos Aumentar as Reclamações. O de Santos x Ceará é um exemplo desse novo significado
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