Árbitro relembra como Collor e Eurico atrasaram pênaltis de única final São Paulo x Vasco na Copinha
Roberto Perassi já apitava futebol amador e se formou árbitro na Federação Paulista em 1984, e em 1992 foi escalado para apitar a final da Copa São Paulo, bati um papo com ele sobre este jogo:
Como foi receber a escala?
Foi motivo de honra e orgulho, porque com oito anos já formado pela Federação eu ainda tinha a expectativa e sonho de apitar um jogo do Desafio ao Galo (importante campeonato amador que tinha na cidade de são Paulo) e aí recebo esta escala com surpresa.
Como descrever o ambiente de uma final no Pacaembu?
Indescritível e uma grande novidade pra mim, ver aquele monte de torcedores indo para o estádio, todo aquele movimento ainda não tinha acontecido na minha carreira, porque até aquele jogo eu ainda não tinha contato com grande público. Fui ao Pacaembu com um grande amigo da arbitragem, o Renato Giglio, sua esposa Vilma e minha esposa Irvana. A partida foi cercada por uma grande expectativa pela trágica morte do torcedor Rodrigo Gasperi que aconteceu na semana antes do jogo e eu me lembro que as rádios e TVs das grandes emissoras estavam no Pacaembu e me cercaram para entrevistas e as perguntas ficaram sobre o tema da segurança, coisa muito nova pra mim.
Qual o jogador que te marcou?
Alguns jogadores acompanharam minha carreira quando eu fui apitar no profissional e eu encontrei com eles em vários jogos, mas me lembro do Alexandre que era um grande goleiro e veio a falecer em um acidente, a promessa Catê com seus dribles e velocidade, que também faleceu, outros jogadores se destacaram como o Doriva, o Valdir Bigode, o lateral Pimentel pelo vigor físico e não posso deixar de falar do goleiro Caetano que fez uma grande partida.
O que a final representou para o crescimento da sua carreira?
Foi importantíssima porque alavancou minha carreira, como foi transmitida para todo o Brasil, os dirigentes me enxergaram e passei a ter oportunidades importantes na carreira, inclusive em nível nacional.
Que recomendações você daria para o árbitro que vai apitar a final, pensando no que você vivenciou?
Hoje a arbitragem se modernizou em vários aspectos, tem o conhecimento das equipes e isso é fundamental, estudar o comportamento das equipes e jogadores. Entender o controle de jovens de até 20 anos, com conjunto de ferramentas para controlar o jogo. Excelente preparação em todos os aspectos: alimentação, concentração, físico, técnico e emocional.
O que mais acha importante falar sobre a final de 92? Alguma curiosidade?
No dia da final teve o Presidente Fernando Collor de Melo fazendo um pronunciamento em rede nacional de aproximadamente de 20minutos no horário em que estava terminando a prorrogação. Eu confesso que não me lembro de nada do discurso. Os dirigentes e a imprensa me procuraram, inclusive o Eurico Miranda pedindo para não iniciar as cobranças dos tiros penais antes de terminar o pronunciamento e os pênaltis foram iniciados somente após a fala do Collor, o São Paulo perdeu o primeiro pênalti e o Vasco foi campeão ganhado de 5x3.
Os Assistentes no jogo foram Antonio Cláudio Perin e Sérgio Cenedesi.
Roberto Perassi foi árbitro de alto nível no futebol brasileiro, dois anos à frente ele apitou no Pacaembu Corinthians 1 x 2 Palmeiras"}" data-sheets-userformat="{"2":513,"3":{"1":0},"12":0}">Palmeiras, último jogo do Paulistão de 94 com o Palmeiras do Luxemburgo campeão.
Perassi foi Diretor da Escola de Árbitros da Federação Pualista, é Instrutor internacional de árbitros e Vice-Presidente da Comissão de Arbitragem da FPF.
Fonte: Sálvio Spinola
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