Cinco motivos para acompanhar a World Series
Sete jogos em nove dias, no máximo. Não há nem tempo para respirar direito e, quando menos se espera, já saiu o novo campeão da Major League Baseball. A World Series começa nesta terça, com Washington Nationals e Houston Astros se enfrentando em uma série que deve ser marcada como uma das mais bem arremessadas da história.
Se você estava muito absorvido pelas primeiras rodadas da NFL ou ligado demais nos preparativos para a temporada da NBA, aí vão cinco bons motivos para reservar os próximos dias para dar uma atenção ao beisebol.
Obs.: os jogos serão dias 22, 23, 25, 26, 27, 30 e 31 de outubro, sempre às 21h de Brasília. Para mais informações, acesse a página de programação deste site. Para tirar dúvidas sobre beisebol, fiz um fio no meu Twitter com links para vários texto e vídeos explicativos.
Tem brasileiro na parada
Yan Gomes é o catcher do Washington Nationals. O time promove um rodízio entre o brasileiro e Kurt Suzuki na posição, mas Yan foi melhor ofensivamente nas finais da Liga Nacional -- a MLB o elegeu como melhor na posição nas duas decisões de liga -- e deve ter muitas oportunidades na World Series.
Não é a primeira vez que o catcher chega à finalíssima da MLB. Em 2016 ele estava no time do Cleveland Indians que foi derrotado pelo Chicago Cubs na decisão. No entanto, o brasileiro voltava de contusão e pouco apareceu nos sete jogos.
Caso o título vá à capital americana, Yan -- que é torcedor do Santos e usa a camisa 10 em homenagem a Pelé -- se tornaria o segundo brasileiro a conquistar a World Series. Em 2015, Paulo Orlando foi campeão pelo Kansas City Royals.
Arremessadores
Se alguém fizer um ranking dos cinco melhores arremessadores do mundo neste momento, a lista muitíssimo provavelmente terá três nomes que estarão na World Series: Max Scherzer (Nationals), Justin Verlander e Gerrit Cole (Astros). Se o tal ranking for de dez melhores, aparece mais um, Stephen Strasburg (Nationals), com chance de ainda outro, Zack Greinke (Astros).
Os Astros têm em Verlander e Cole os dois candidatos mais fortes a título de Cy Young (melhor arremessador) da Liga Americana nesta temporada. Os Nationals conseguiram levar dois no-hitters além da sexta entrada contra o St. Louis Cardinals na final da Liga Nacional.
Quer mais evidências? Dos dez arremessadores com mais strikeouts na temporada, cinco estarão na World Series. É apenas o segundo confronto na história da World Series com os dois times com mais strikeouts na temporada regular. Aliás, os Astros são o time com mais percentual de eliminações por strike na história da temporada regular… e os Nationals na história dos playoffs.
As duas rotações são incrivelmente talentosas e tendem a dar o ritmo dos confrontos: jogos de placares baixos, com times tentando transformar em corrida qualquer migalha de produção ofensiva, sobretudo nas primeiras entradas. Isso los leva para o quarto item...
Jogos tensos
O beisebol é um esporte mais relaxado na temporada regular. São 162 jogos, perder algumas dezenas no caminho é aceitável e, com partidas quase todo dia, muitas vezes não vale a pena se matar para ganhar em uma noite se o esforço prejudicar os próximos compromissos.
Nos playoffs é tudo diferente. A intensidade é brutal, pois cada arremesso, cada rebatida, pode fazer todos aqueles meses de jogos e mais jogos irem pela janela. Não se pode dar margem para nada, e a estratégia de treinadores e pressão sobre os jogadores chega ao limite. Claro, isso passa para o torcedor, que tem a oportunidade de ver uma das modalidades mais tensas que existem.
Fim de um tabu?
O Washington Nationals surgiu em 2005, depois de o Montréal Expos se mudar para a capital americana. A franquia nunca conquistou nenhum título (aliás, essa é a primeira vez que chega a uma final). Mas o tabu também se estende à cidade.
Washington teve duas outras franquias, ambas chamadas Washington Senators. A primeira foi fundada em 1901 e ficou na capital americana até 1960. Nesse período, conquistou apenas um título, em 1924, e chegou à World Series em 1925 e 1933. A segunda surgiu em 1961 e ficou apenas 11 anos na cidade (mudou-se para Dallas e virou oTeas Rangers), sem nunca disputar os playoffs.
Dessa forma, a torcida de Washington não vê um título há 95 anos e não vê um jogo sequer da final há 86. Uma vitória dos Nationals recolocaria a capital americana no mapa do beisebol e ajudaria a manter o bom momento da cidade, que celebrou recentemente o título da NHL (Capitals em 2018) e da WNBA (Mystics em 2019).
Dinastia texana?
A MLB tem fama de ser uma liga previsível, mas nada poderia estar mais longe da verdade. Não há campeão repetido desde o New York Yankees em 1998-99-2000. Esses 19 anos são a maior série da história da liga sem repetir campeão, igualando a maior da NBA (entre 1969 e 87). A maior série da NFL é a atual, de 14 anos (desde Patriots 2004-05) e a maior da NHL foi entre 1999 e 2016 (com um ano de greve no meio).
Então, falar em dinastia no beisebol tem sido difícil, mas o Houston Astros talvez se candidate a uma pequena. O time texanos foi campeão em 2017 e caiu na final da Liga Americana em 2018 (seria, digamos, terceiro colocado no campeonato). Agora está na final novamente, com uma base forte e que deve seguir competitiva por mais alguns anos.
Considerando que a divisão demorará um pouco para ter um concorrente à altura e a gestão do clube é agressiva na busca por título, é uma franquia que tem boas chances de seguir entre as melhores e, eventualmente, levantar um ou outro troféu a mais em um futuro próximo.
Fonte: Ubiratan Leal
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