Dúvidas MLB 5: O que acontece com a bola retirada de campo, jogadores europeus na MLB, camisas aposentadas e rivais da mesma cidade
O Dúvidas MLB é publicado toda terça, respondendo perguntas do fã de esporte que quer entender mais do beisebol ou apenas quer bater papo sobre um assunto. Pode mandar sua pergunta no Twitter, marcando o meu perfil (@ubiraleal). Se sua dúvida principal é de regras básicas da modalidade, funcionamento da liga, conhecer os times, entre outras coisas, dá uma conferida neste link. Ali tem muita informação para ajudar quem está chegando agora a entender o esporte. Se ainda assim ficou alguma ponta solta, pode mandar sua pergunta sem problema.
Quando a bola não vai pra torcida, qual é a vida útil dela em jogo? Por que as que caem no chão não voltam para partida?
Yan Domit, Curitiba
Até dois anos atrás, a maioria das bolas era recolocada em jogo normalmente. Desde então, uma bola rebatida com mais força já é retirada da partida e o arremesso seguinte é com bola nova. A exceção sempre foram as bolas que batem na terra, essas sempre foram retiradas. O motivo é que, ao bater no chão áspero, a superfície da bola fica arranhada, o que facilita a pegada do arremessador (e cria uma vantagem injusta em favor dele). Em geral, as bolas utilizadas em jogo que são retiradas de ação são guardadas para uso em treinos.
A MLB já teve jogadores de nacionalidades diferentes das de japoneses, coreanos e o pessoal latino?
Trindade, @Ovelhaatomico
Teve e tem. No final do século 19 e início do século 20, era comum jogadores nascidos na Europa que haviam imigrado para os Estados Unidos com os pais ainda criança e, crescendo nos EUA, se desenvolveram no beisebol. Além disso, há uma quantidade razoável de jogadores filhos de militares americanos que estavam servindo em bases fora do país. E, claro, sempre há casos de jogadores estrangeiros que aprenderam o esporte, se desenvolveram e acabaram chamando a atenção de um olheiro.
A maioria dos estrangeiros realmente nasceu na América Latina, no Caribe, no Canadá ou nas três potências asiáticas (Japão, Coreia do Sul e Taiwan), mas a MLB já teve ou tem atletas nascidos em Afeganistão, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Áustria, Bélgica, China, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, Filipinas, França, Grécia, Guam, Holanda, Hong Kong, Ilhas Virgens, Indonésia, Irlanda, Itália, Jamaica, Letônia, Lituânia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, Rússia, Samoa Americana, Singapura, Suécia, Suíça, Tchéquia, Ucrânia e Vietnã. Entre os jogadores na ativa, temos como destaques Max Kepler (Minnesota Twins, alemão), Liam Hendriks (Chicago White Sox, australiano) e Didi Gregorius (Philadelphia Phillies, holandês), Na história, nomes importantes são de Bert Blyleven (holandês, está no Hall da Fama), Bruce Bochy (francês, em breve estará no Hall da Fama), Jack Quinn (austro-húngaro, nome de nascimento era Joannes Pajkos), Elmer Valo (tchecoslovaco) e Bobby Thomson (escocês, responsável pelo home run mais famoso da história da MLB, o que decidiu a Liga Nacional em 1951).
Nunca entendi o fato de o New York Yankees ser da Liga Americana e o New York Mets ser da Liga Nacional, assim como o Los Angeles Angels ser da Liga Americana e o Los Angeles Dodgers ser da Liga Nacional.
Gabriel Leal, @gleal91
Não pense com a lógica da NBA ou da NHL. Essas duas ligas se formaram a partir de uma grande liga de alcance nacional e tiveram, no máximo, absorção de alguns times de uma liga menor que tentou aparecer como concorrente (ABA no basquete e WHA no hóquei no gelo). Assim, elas sempre se organizaram nacionalmente e se dividiram em conferências geográficas (leste e oeste). A MLB e a NFL têm histórias diferentes. Tanto no beisebol quanto no futebol americano, houve um momento em que duas ligas muito fortes e de alcance nacional disputavam o protagonismo. Elas acabaram se fundindo dentro de uma organização, mas continuaram operando seus torneios com algum nível de separação.
Assim, tanto Liga Nacional e Liga Americana na MLB quanto Conferência Nacional e Conferência Americana na NFL continuaram tendo abrangência nacional nas suas equipes. E, para manter um certo equilíbrio de mercado entre as duas, havia propositalmente uma busca por torná-las iguais. Se há dois times de uma mesma região metropolitana ou de um mesmo estado, cada um vai para uma liga. É assim com Mets-Yankees (Nova York), Dodgers-Angels (Los Angeles), Cubs-WhiteSox (Chicago), Giants-Athletics (Bay Area), Marlins-Rays (Flórida), Nationals-Orioles (Washington-Baltimore), Reds-Indians (Ohio) e Cardinals-Royals (Missouri). Era assim com Expos-Blue Jays (Canadá), mas os Expos se mudaram, e com Astros-Rangers (Texas), mas os Astros mudaram de liga em 2011. E veja como a NFL também faz isso com Giants-Jets (Nova York), Rams-Chargers (Los Angeles), Cowboys-Texans (Texas), Dolphins-Buccaneers (Flórida), Eagles-Steelers (Pensilvânia) e Commanders-Ravens (Washington-Baltimore), e fazia com 49ers-Raiders (Bay Area, quando os Raiders eram de Oakland), Cowboys-Oilers (Texas, antes de os Oilers virarem o Tennessee Titans) e Rams-Raiders (quando os dois times estavam em Los Angeles).
Aposentaram a camisa 11 do Zimmerman no Washington Nationals. Se o time mudar de cidade, como ficam as camisas aposentadas?
Nilson Franco, @NilsoFrcoPC
Não existe uma regra fixa. Em geral, as camisas são aposentadas pela franquia, e elas seguem aposentadas no novo time. O próprio Washington Nationals são um exemplo, pois o time imortalizou os números 8 (Gary Carter), 10 (Andre Dawson e Rusty Staub), 11 (Zimmerman), 30 (Tim Raines) e 42 (Jackie Robinson). Robinson tem seu número aposentado em toda a MLB, mas, dos demais, apenas o 11 se deve ao desempenho do jogador pelos Nats. Carter, Dawson, Staub e Raines eram ídolos do Montréal Expos (nome da franquia de 1968 a 2004) e seus números aposentados foram “carregados” para Washington.
No entanto, se a cidade de Montreal receber uma nova equipe da MLB e o nome e o símbolo dos Expos forem ressuscitados, é possível que os donos desse time queiram celebrar a história dos Expos originais e também aposentem esses números, ou mesmo que os Nationals abram mão de celebrar a parte canadense de sua história para que os novos Expos o façam. Isso aconteceu na NBA, onde o New Orleans Pelicans cedeu ao novo Charlotte Hornets a preferência para celebrar o legado dos Hornets originais.
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