Semana MLB: Direção dos Red Sox acha seu bode expiatório
Uma série de quatro jogos em casa contra o New York Yankees era a oportunidade para o Boston Red Sox embalar para buscar uma improvável vaga nos playoffs. O rival vinha mal, e o momento dos Meias Vermelhas permitia sonhar em uma varrida ou, pelo menos, três vitórias. Mas foram os nova-iorquinos que venceram três partidas, e as chances de pós-temporada para os bostonianos se tornaram apenas matemáticas.
Foi o suficiente para a diretoria virar a chave e já começar a se mexer. Na verdade, nem precisou terminar a série contra os Yankees para isso. Após perder os dois primeiros clássicos, os Red Sox anunciaram a demissão de Chaim Bloom, general manager da equipe. Uma medida que parecia jogar nas costas de Bloom a responsabilidade por mais uma campanha fraca da equipe. Nada mais injusto.
É compreensível que o torcedor dos Red Sox fique irritado com as decisões tomadas pelo general manager. Ele é a figura pública da direção, acaba personalizando o sentimento negativo ou positivo que uma torcida tenha sobre as decisões que o clube toma. Mas Bloom teve de trabalhar com muitas limitações, e a imagem de seu trabalho acabou vinculada a isso.
Os Red Sox contrataram Dave Dombrowski como general manager em 2015. Quando uma franquia contrata Dombrowski, o recado é claro: “a missão é ganhar o título a qualquer custo”. E é isso o que ele fez. Montou um time caro, cheio de estrelas e medalhões, e competitivo, mesmo raspando o caixa dos donos da franquia – que estavam conscientes disso e deram um orçamento generoso – e cedendo as principais promessas da base da equipe. Deu certo, e o Boston foi campeão em 2018.
Missão cumprida, hora de mudar a chave. Os Red Sox demitiram Dombrowski em 2019 e contrataram Bloom para reconstruir o time. O problema é que o novo gerente esportivo encontrou um cenário devastador, como é comum a quem sucede Dombrowski (Detroit Tigers que o diga). Com os donos mandando economizar na folha salarial e sem talento jovem e barato para promover da base, Bloom foi obrigado a tomar medidas muito impopulares, a começar pela negociação de Mookie Betts, principal ídolo da torcida, para o Los Angeles Dodgers.
Nessas quase quatro temporadas em que esteve no comando dos Red Sox, Bloom teve sempre de dosar a necessidade de manter o time minimamente competitivo no presente com a reconstrução da base para que o futuro fosse mais otimista. E sem liberação para oferecer salários polpudos para manter os craques que ficavam sem contrato, como JD Martínez e Xander Bogaerts.
Na temporada em que os Red Sox são sinal de evolução, com o ótimo desempenho de Masataka Yoshida (contratado do Japão) e as promoções de jovens como Triston Casas, Brayan Bello e Ceddanne Rafaela, Bloom é demitido. Roeu o osso, e deixou o filé para algum outro dirigente degustar. Como se os anos de desmanche do time fossem escolha dele, e não ordem dos donos da franquia.
O Semana MLB é um post em forma de newsletter sobre os principais temas (e a programação de TV) da MLB. Toda sexta (vez ou outra atrasa para o sábado) uma nova edição
O NÚMERO DA SEMANA
26 a 7
Placar somado nos quatro jogos em que o Texas Rangers varreu o Toronto Blue Jays no Canadá. A série mudou toda a tendência das duas equipes: os Blue Jays vinham em alta e os Rangers com sequência de derrotas. Após os jogos, e com placares contundentes,
PERSONAGEM DA SEMANA
David Stearns
O general manager que ajudou a transformar o Milwaukee Brewers em uma força da Liga Nacional Central está com novo clube. Ele havia deixado os Cervejeiros ao final de 2022, e já se imaginava que acabaria acertando com outra franquia em algum momento. Essa nova casa é o New York Mets, que precisará muito do olhar mais apurado de Stearns (torcedor dos Mets de infância, diga-se) para desenvolver jogadores e construir elencos competitivos sem gastar tanto dinheiro. Pode ser uma nova era no Queens.
VÍDEO DA SEMANA
O Hanshin Tigers tem uma das mais fanáticas – talvez a mais fanática – torcidas do beisebol japonês. E uma torcida que criou uma curiosa tradição: se atirar no rio Dotonburi para celebrar as (raras) conquistas do clube. Nesta quinta, a equipe da Grande Osaka conquistou a Liga Central na temporada regular. Isso apenas garante uma vaga na final dos playoffs da Liga Central, mas os torcedores não se importaram. Ignorando os 1.300 policiais destacados para impedir que as pessoas se jogassem no nas águas poluídas do canal, vários se atiraram no sem medo. Para entender melhor a história, veja esse fio que fiz no Twitter.
O QUE VEM POR AÍ
A briga pelas duas últimas vagas do wildcard da Liga Americana está apertadíssima. Seattle Mariners, Blue Jays e Rangers disputam jogo a jogo, sendo que o Houston Astros – tecnicamente fora da disputa por liderar a Divisão Oeste – não pode bobear demais, pois pode perfeitamente ser ultrapassado por Mariners ou Rangers. Nesse cenário, a semana traz vários confrontos importantíssimos nessa disputa, como os Astros recebendo o Baltimore Orioles (melhor campanha da Liga Americana), os Blue Jays enfrentando os Yankees (que ainda têm chances mínimas) e o confronto direto entre Texas e Seattle. Os canais ESPN e o Star+ transmitem partidas dessas três séries. Imperdível.
PROGRAMAÇÃO #MLBnaESPN
Sexta, 15/set
20h - Boston Red Sox x Toronto Blue Jays (ESPN 2 e Star+)
Sábado, 16/set
19h30 - New York Yankees x Pittsburgh Pirates (Star+)
Domingo, 17/set
20h - Chicago Cubs x Arizona Diamondbacks (ESPN 4 e Star+)
Segunda, 18/set
22h30 - Seattle Mariners x Oakland Athletics (ESPN 3 e Star+)
Terça, 19/set
21h - Baltimore Orioles x Houston Astros (ESPN 2 e Star+)
Quarta, 20/set
20h - Toronto Blue Jays x New York Yankees (ESPN 2 e Star+)
Quinta, 21/set
23h - San Francisco Giants x Los Angeles Dodgers (Star+)
Sexta, 22/set
21h - Seattle Mariners x Texas Rangers (Star+)
MAIS BEISEBOL E SOFTBOL NO STAR+
Sexta, 15/set
23h - LMB (Final): Pericos de Puebla x Algodoneros de Unión Laguna, jogo 6
Sábado, 16/set
22h - LMB (Final): Pericos de Puebla x Algodoneros de Unión Laguna, jogo 7
Obs: Horários de Brasília. Grades sujeitas a alteração
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