Jornal: Em reunião tensa, presidente defendeu que Barcelona jogasse, Piqué quis WO e Messi se calou

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Segundo o jornal Marca, uma reunião muito tensa ocorreu antes da vitória por 3 a 0 do Barcelona sobre o Las Palmas, no último domingo, pelo Campeonato Espanhol.

No encontro, o presidente da equipe blaugrana, Josep Maria Bartomeu, defendeu que o elenco entrasse em campo normalmente para atuar, mesmo com todo o clima de tensão que marcava o referendo pela independência da Catalunha, ocorrido também no último domingo - mais de 800 pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia, que tentou impedir a votação, considerada ilegal e inconstitucional pelo Governo central da Espanha, de acontecer. 

"O presidente entrou no vestiário acompanhado do vice-presidente Jordi Mestre e se reuniu em primeira instância com os jogadores. Bartomeu lhes explicou a situação e disse que o time arriscava perder seus pontos se desse o WO. O cartola também discursou aos atletas: 'Essa partida vale muito para nós no terreno esportivo. Se perdermos a Liga por esses seis pontos, ninguém se lembrará da suspensão dessa partida, só que não fomos campeões'", escreveu o diário.

Em seguida, contudo, o zagueiro Gerard Piqué, que é um dos principais defensores da separação da Catalunha na mídia, posicionou-se contra Bartomeu, opinando que o elenco azul-grená não deveria entrar em campo, perdendo o confronto com o Las Palmas por WO. Também nascido na região, o meio-campista Sergi Roberto foi outro que defendeu esta posição.

Outro líder do elenco e capitão do time, o meia Andrés Iniesta disse que aceitaria a decisão da maioria dos atletas: "Que fique registrado que não fomos nós (jogadores) unicamente que tomamos a decisão. É uma questão que envolve todo o clube", bradou o atleta, segundo o Marca.

Já o técnico Ernesto Valverde disse que a decisão mais "prudente" seria entrar em campo, evitando assim a perda de seis pontos nos tribunais. Contudo, disse que acataria às ordens da diretoria, independentemente da escolha dos cartolas. 

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Lionel Messi, por sua vez, ficou calado e não emitiu qualquer opinião.

No fim das contas, a maior parte do elenco blaugrana optou por entrar em campo, e os atletas atuaram normalmente, vencendo o Las Palmas com facilidade por 3 a 0. A postura foi muito criticada pelos jornais esportivos da Catalunha, que descreveram a atitude dos jogadores como "vergonhosa". O L'Esportiu, inclusive, deixou em branco sua matéria da partida como protesto. 

Por ordem de Bartomeu, porém, o jogo foi realizado com portas fechadas, e as arquibancadas do Camp Nou ficaram vazias de maneira melancólica.

O referendo na Catalunha foi cheio de polêmicas, já que o governo espanhol o declarou ilegal e fez de tudo para impedi-lo, com direito a violência nas ruas. Com isso, só 2,2 milhões  de pessoas votaram - 42,3% dos eleitores aptos para isso. 

A expectativa é de que haja muita disputa política nos próximos dias, já que o Governo catalão prometeu declarar independência da Espanha até a terça-feira. 

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De qualquer forma, o Barcelona é um grande interessado no que está acontecendo. Até porque Javier Tebas, o presidente da Liga Espanhola, já disse mais de uma vez que caso a independência catalã se concretize, o Barça e todas as outras equipes da região não poderão jogar o Campeonato Espanhol.

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"Os clubes catalães não poderão jogar a Liga Espanhola caso avance o processo de independência, que acredito que não terá êxito. Eu não entendo Espanha sem Catalunha, e para mim Catalunha é Espanha", afirmou o cartola, em setembro. 

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