VAR acertou em São Paulo x Santos, e Edu Dracena acabou relatado: 'Vou colocar o nome de vocês para a torcida'
O clássico paulista pegou fogo na última segunda-feira, no Morumbi, pela 4ª rodada do Brasileirão. O São Paulo venceu o Santos por 2 a 1, com um gol de pênalti.
A penalidade foi clara, a bola toca no braço de Rodrigo Fernández, que amplia o espaço corporal de forma antinatural e bloqueia a passagem da bola dentro da área. A arbitragem não viu em campo e o VAR corretamente sugeriu revisão em um erro claro e óbvio de falta.
A reclamação do Santos ficou no arremesso lateral que dá origem à jogada do pênalti. As imagens não são claras se a bola sai totalmente em sua circunferência do campo de jogo e quem a toca por último. Entretanto, o assistente, a princípio, marca lateral a favor da equipe santista, em seguida aponta o lateral para a equipe do São Paulo, provavelmente corrigido pelo árbitro Leandro Vuaden e/ou quarto árbitro (ambos mais próximos do lance).
É sabido que o protocolo do VAR permite que seja sugerida a revisão em um erro claro e óbvio de penalidade. Entretanto, o protocolo não permite a revisão de um reinício de jogo – arremesso lateral, escanteio, tiro de meta, cobranças de infrações – há exceções em casos extremos, mas que não condiz com o que ocorreu ontem no Morumbi.
Segue abaixo pequeno trecho do Protocolo, página 12 do MANUAL PARA ÁRBITROS ASSISTENTES DE VÍDEO (VAR):
“Não admissível:
O VAR não poderá fornecer orientações relacionadas aos seguintes casos ao árbitro (ou AA/AR) (já que isso não pertence à filosofia do sistema de VAR):
- Qual equipe deverá reiniciar a partida;”
Assim como nas Regras do Jogo, o protocolo do VAR também tem suas complexidades, contudo, neste ponto é claro. Ou seja, se houve ou não erro no campo sobre o arremesso lateral, é uma decisão do campo e o VAR não pode interferir neste quesito, pode somente mostrar ao árbitro as imagens do que considerou erro claro e óbvio para a penalidade, acertando em sua ação no jogo de ontem.
Tanto tem se falado sobre a violência no futebol nos últimos dias, que não dá para deixar passar o relato do árbitro na súmula deste clássico, como é possível ver na imagem a seguir:
Este final de semana vimos o caso do jogador Jean Carlo partindo para cima da árbitra Deborah Cecília, após ser expulso; recentemente, o técnico Rafael Soriano deu uma cabeçada na assistente Marcielly Neto; árbitro não pode voltar para casa após o término de um jogo; uma faca em campo na final da Copa São Paulo; jogadores de vários clubes recebendo ameaças e até sofrendo com emboscadas – famílias de Cássio, Willian, Danilo Fernandes e Villasanti atingidos por estilhaços - exemplos não faltam, infelizmente.
E aí o Edu Dracena, um dirigente que deveria dar o exemplo, fala essas coisas para a arbitragem, segundo Vuaden: “Vou colocar o nome de vocês para a torcida, para pegarem vocês na rua.”.
Não está tudo bem no futebol há um bom tempo, alguns estão ‘normalizando’ o que nunca pode ser normal. Vídeos “pedindo desculpas”, notas de repúdio não são as soluções para agressões e ameaças físicas ou verbais.
Infelizmente, tudo isso é um reflexo do que vivemos em nossa sociedade atualmente, onde quem deveria dar o maior exemplo positivo, faz o contrário, onde arma é mais importante que um livro, do que a educação, onde o respeito e empatia têm sido raros.
É preciso mudar tudo isso urgentemente e haver punições severas, antes que acabe numa grande fatalidade.
Futebol não é apenas futebol e nunca será.
VAR acertou em São Paulo x Santos, e Edu Dracena acabou relatado: 'Vou colocar o nome de vocês para a torcida'
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