Regra da FIFA e da International Board para quê?
As primeiras 13 regras do futebol foram criadas em 1863 pela Football Association, na Inglaterra. Em 1886 as regras do jogo se tornaram responsabilidade da IFAB (International Football Association Board). A criação da FIFA ocorreu em 1904 e a entidade adotou as regras estabelecidas pela IFAB.
Com o crescimento do futebol pelo mundo, especialmente na Europa, a FIFA foi admitida pela International Board em 1913. As alterações das regras e seus estudos são feitos pela IFAB e a FIFA tem direito a voto.
A grande questão atual é a seguinte: para que ter regras de IFAB e FIFA, na teoria universais, se as competições, confederações e federações filiadas, que deveriam segui-las, parecem ter “feito suas próprias regras”?
Digo isso porque vemos regulamentos e orientações muito diferentes de um país para outro ou até mesmo dentro de um próprio país. Ao acompanhar diversos campeonatos pelo mundo – e os canais ESPN e Star+ nos proporcionam isso – percebem-se orientações distintas para marcação de infrações em toques de mão, por exemplo. Muitas vezes o que no Brasil é assinalado, na Inglaterra e Espanha não é.
Outro ponto é a “Regra 4 – O Equipamento dos Jogadores”, a qual deixa claro que as equipes devem usar cores diferentes entre si. Entretanto, o regulamente da Premier Legue permite cores iguais se isso não causar choque visual, o que vai ocorrer, principalmente em lances de bola parada onde os jogadores formam aquela linha e o assistente muitas vezes define uma infração de impedimento pela cor do uniforme.
O chefe de arbitragem da Premier League, Mike Riley, informou em agosto de 2021 que as linhas de impedimento nas análises do VAR seriam "engrossadas", beneficiando os atacantes e provavelmente diminuindo os gols anulados por posição de impedimento. Na época, Riley disse: “Agora o VAR passará a usar as famosas linhas de ‘tira-teima’, mais grossas. Caso elas estejam uma sobre a outra, o jogador que ataca estará em posição legal.” Isso também só ocorre na Premier League.
A Espanha passou novas orientações aos seus árbitros para a temporada 2022/2023, o que gera novas percepções e tomada de decisões aos árbitros do país. Veja algumas delas (e nem colocarei sobre a bola na mão, pois só iria gerar mais controvérsia para o futebol brasileiro):
- Tempo efetivo: para evitar perda de tempo, foi solicitado aos árbitros conversar menos com os jogadores. A política de aumentar os minutos adicionados e perseguir os jogadores que fingem lesões continuará.
- Entradas: insiste em proteger o jogador de desarmes que possam causar lesões, ordenando punir com cartão vermelho as faltas cometidas com força excessiva. No ano passado, houve zagueiros que saíram sem cartão depois de fazer falta que machucou o adversário.
Há diversos exemplos, de vários lugares. Há diferença em instruções da Federação Paulista para a Carioca, da CBF para a Conmebol e assim por diante. Por isso brinco que ao comentar um torneio e depois outro é necessário “trocar o chip” e para os árbitros também.
A Copa do Mundo está chegando e a FIFA tem pela frente um grande desafio, tentar uniformizar os critérios de árbitros que chegam de jogos de futebol com culturas enraizadas e orientações diferentes, apesar da regra ser uma só.
Não há como negar que a arte da arbitragem vai muito além de um livro de regras.
Regra da FIFA e da International Board para quê?
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