Neste domingo, o Manchester United, vice-líder da Premier League, recebe o líder Manchester City em um jogaço cercado de expectativa, às 14h30 (de Brasília), com transmissão ao vivo e exclusiva da ESPN Brasil e do WatchESPN. 

E para vencer e se aproximar da ponta do Campeonato Inglês, o time comandado por José Mourinho aposta muito alto em um belga de 24 anos com faro goleador apurado.

Trata-se de Romelu Lukaku, centroavante matador que foi contratado pelos Red Devils na última janela de transferências por incríveis 84,7 milhões de euros (pouco mais de R$ 326 milhões) e tem ótimos números na atual temporada: 13 gols e quatro assistências em 23 partidas pelos britânicos.

Revelado pelo Anderlecht, o gigante de 1,90m chegou à Premier League em 2011, quando foi contratado pelo Chelsea como uma aposta por 15 milhões de euros (R$ 58,32 milhões, na cotação atual). No entanto, ele jamais chegou a se firmar com a camisa dos Blues e foi emprestado ao West Bromwich, em 2012/13, e ao Everton, em 2013/14. Com a camisa do time de Liverpool, se destacou e acabou comprado por quase 35 milhões de euros (R$ 136 milhões), rendendo bom lucro ao Chelsea. 

No Everton, porém, Lukaku se transformou no jogador que todos esperavam. Imparável, anotou 71 gols em 133 partidas entre 2014/15 e 2016/17 e despertou a cobiça do United, que despejou um caminhão de dinheiro para contratá-lo a pedido de Mourinho, ganhando a portentosa camisa 9 dos "Diabos Vermelhos". 

 

Quem conheceu o atacante ainda jovem, porém, diz que sempre esperou todo esse sucesso.

É o caso do meia Fernando Canesin, revelado pelo extinto Olé Brasil, de Ribeirão Preto-SP, e que atualmente defende o Oostende, da Bélgica. Ele atuou ao lado de Lukaku na temporada 2010/11, no Anderlecht, quando o centroavante fez 20 gols em 48 duelos e acertou sua transferência para o Chelsea na sequência. O brasileiro diz que o belga já era acima da média naquela época, mas que fica melhor a cada ano.

"Quando eu cheguei ao Anderlecht o Lukaku já estava jogando demais. Era um fenômeno, na Bélgica só se falava dele. Ele já era muito forte e tinha uma explosão fora do normal. Ninguém conseguia pará-lo", lembra Canesin, ao ESPN.com.br. 

"Só que naquela época ele ainda não era tão técnico, hoje já evoluiu demais neste aspecto. Antigamente, ele jogava na força e na velocidade, colocava na frente e ninguém pegava. Hoje, ele conseguiu aliar a técnica ao jogo dele, pois ganhou muita experiência e aprendeu coisas novas na Inglaterra", afirma.

Canesin conta que, apesar de ter jogado apenas uma temporada ao lado de Lukaku, formou forte amizade com o artilheiro, principalmente quando descobriu que o jogador fala português fluente - o centroavante é poliglota e ainda fala francês, holandês, inglês, espanhol , alemão e o dialeto de sua família do Congo. 

"Quando eu cheguei à Bélgica a gente não se aproximou tanto, fomos ficar mais amigos recentemente. Esse ano ele veio ver um jogo do Anderlecht contra o Oostende, meu time. Daí a gente se encontrou depois no estacionamento e fui falar em francês com ele. Aí ele me responde na lata: 'Fernando, pode falar em português mesmo', e deu uma risada. Eu não sabia que ele falava! Depois ele me explicou como aprendeu", relata o brasileiro.

"Quando ele começou a jogar o Anderlecht tinha um atacante brasileiro chamado Kanu, e eles eram muito amigos, andavam sempre juntos. Aí o Lukaku, que é muito inteligente, fala umas seis línguas, aprendeu português direitinho. Até por isso ele ficou muito amigo do David Luiz, do Willian, do Ramires e do Lucas Piazon no Chelsea depois", revela Fernando Canesin, também amigo do irmão mais novo de Romelu Lukaku, Jordan, que é lateral esquerdo e defende a Lazio-ITA. 

"Eu fiquei muito amigo do Jordan, pois jogamos juntos no Anderlecht e no Oostende. É uma família muito bacana e os dois são muito gente fina", elogia. 

O meio-campista também diz que Romelu é fascinado pelo Brasil e adora culinária brasileira, além dos refrigerantes daqui.

"Lukaku é muito extrovertido, brinca demais com todos. Ele nem parece que é belga, nunca fica de cara fechada. Parece brasileiro, mesmo! Por isso se enturma tanto com os jogadores latinos", ressalta.

"E ele não mudou nada depois que ficou famoso. A gente se fala sempre pelo celular. Toda vez que ele está tomando um Guaraná me manda uma foto. Ele adora, você não tem noção (risos). E sempre que está matando um prato de arroz e feijão ele me manda no Snapchat e escreve alguma coisa engraçada em português", sorri.