Camisa do PSG não combina com Messi (ainda)
Aos 33 minutos do segundo tempo, Nuno Mendes cruzou rasteiro, da esquerda do ataque do PSG, e a bola sobrou para Messi, na entrada da área. O argentino, livre, deu um bico na bola, igual a centroavante pé duro. A bola subiu, subiu, quase saiu do estádio Jean Breydel. Demorou um tempão pra ela voltar para o chão.
No Barcelona, seria golaço, mais um das centenas que marcou em década e meia.
Aquele lance bizarro, no empate por 1 a 1 com o Club Brugge, reforçou o sentimento que tenho - e que, sei, é o de milhões de fãs do astro espalhados pelo mundo: ele é peixe fora do aquário no time francês. A linda camisa tricolor do Paris Saint-Germain não orna com Messi. Bonita, estilosa, símbolo de um dos clubes mais ricos e pretensiosos do momento. Mas não lhe cai bem.
Ainda.
Pra início de conversa, não dá pra engolir Messi com o número 30. Podem me chamar de saudosista, radical, turrão. Porém, não abro mão de uma convicção: o craque tem prioridade, sempre, na escolha do algarismo (ou algarismos) que carregará nas costas. É a marca registrada.
Vejam o Cristiano Ronaldo. Voltou para o Manchester United e ninguém duvidou de que a 7 era dele. Ele é o CR7. Messi é 10, como Pelé, Zico, Maradona, Platini. Só gente dessa linhagem deveria ter o direito de usar a camisa 10. Aliás, que passou a ser considerada mágica justamente por causa do Rei Primeiro e Único do Futebol...
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Pareço repetitivo, pois escrevi algo semelhante dias atrás, quando ele estreou no PSG pelo Campeonato Francês. Sim, Neymar leva a 10, na França, tem mais tempo de casa e até outro dia era o solista maior da companhia.
Mas, que me desculpem os admiradores do brasileiro, Messi é maior, é incomparável: a 10 seria dele em qualquer lugar para onde resolvesse levar seu imenso talento. Fosse o dono do PSG teria uma conversa com Neymar e lhe mostraria, com delicadeza e firmeza, que chegou alguém que lhe está acima.
Caramba, e os dois não são parças? Tá, sei que o Neymar ensaiou o gesto de desprendimento etc. e tal. Mas ficou tudo só no quase, parece, vamos ver. E eis que a gente olha o Messi correr com a 30. Ele já não é nenhum gigante; parece até que fica menorzinho com aquele número gordão a ocupar-lhe todo o espaço das costas.
O futebol ainda não apareceu - e sei que isso é questão de tempo. Foi a primeira aparição do trio com Neymar e Mbappè, que ainda saiu de campo machucado. Messi tratou de achar espaço (e Pochettino tem o dever de deixá-lo à vontade), deslocou-se, procurou ser garçom, porém não teve esforço correspondido. A primeira experiência com os colegas famosos não impressionou.
Na verdade, o que chamou a atenção foi o Brugge. O time belga tomou um gol, mas reagiu, empatou e foi pra cima. Só não ganhou, e por goleada, porque Navas pegou tudo. O PSG não deu a largada para o sonho do título europeu com o gás todo.
Mas, volto ao Messi.
Com aquela camisa, ainda mais em tom rosado, mas meio esbranquiçado (olhando de longe), que remete ao Real Madrid. Sei não. Não ficou legal.
Quer saber? Merece o fogo eterno, no mundo do futebol, o responsável por ter feito Messi ir embora do Barcelona. Um foi feito para o outro. O mundo sabe disso.
Que crime essa separação!
Camisa do PSG não combina com Messi (ainda)
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