Mais um zagueiro, lateral-esquerda, vaga extra no meio-campo e centroavante: o que está em disputa na seleção
Alisson, Éder Militão, Thiago Silva, Marquinhos e Alex Telles; Lucas Paquetá, Casemiro e Neymar; Raphinha, Richarlison e Vinicius Jr. Essa escalação titular, definida para enfrentar Gana nesta sexta-feira, será uma das mais ofensivas do técnico Tite na seleção brasileira.
O amistoso em Le Havre, penúltimo antes da convocação final para a Copa do Mundo, tem aspecto decisivo para alguns jogadores, assim como acontecerá na partida seguinte, diante da Tunísia, em Paris, na próxima terça. São as "observações finais", como uma fonte confirmou para a reportagem da ESPN sobre a importância desses dois derradeiros compromissos.
Há aspectos táticos importantes com esses 11 jogadores. A saída de bola será feita no 3-2, como bem define a comissão técnica, com Militão, Thiago e Marquinhos, tendo Casemiro e Alex Telles à frente na construção média. O lateral do Sevilla trabalhará como construtor nessa fase do jogo, enquanto o zagueiro do Real Madrid formará a base de saída pela direita. Padrão tático da seleção em vários outros jogos.
"Militão tem DNA de lateral", afirmou Tite na coletiva de imprensa, citando também a versatilidade do atleta. Com Carlo Ancelotti, ele não é uma opção para a lateral-direita, apesar de ter jogado nessa posição ao longo da carreira; Nacho é improvisado na posição, por exemplo. A utilização de Militão como lateral pela seleção se deve muito mais à falta de opções do que qualquer outro fator.
Diante do Japão no último amistoso, a partir de 25 minutos do segundo tempo, a equipe, com a entrada de Thiago Silva na vaga de Daniel Alves, jogou desta maneira. Ou seja, é uma opção justamente pela versatilidade do atleta. O titular, porém, é Danilo, mas como a situação de Daniel no Pumas não é a melhor possível, a comissão decidiu fazer esse teste desde o início. "O campo fala", também disse Tite na coletiva, deixando claro que as portas estão abertas para qualquer atleta - incluindo Bremer e Roger Ibañez, estreantes na lista atual, chamados pelo ótimo desempenho em seus clubes, mas também pela possibilidade de levar um zagueiro a mais ao invés do segundo lateral-direito; Gabriel Magalhãs, do Arsenal, também concorre.
Ainda na defesa, a já bem conhecida disputa na lateral-esquerda se tornou direta com a lesão de Guilherme Arana. Alex Telles está à frente de Renan Lodi, sendo que os dois mudaram de clube na última janela de transferências, justamente para obterem mais minutos, de olho no Catar. Sete jogos, uma assistência e 324 minutos para Telles no Sevilla, contando LaLiga e Champions, e três partidas com 249 minutos para Renan na Premier League pelo Nottingham Forest.
Já no meio-campo, a opção de Lucas Paquetá formando o trio com Neymar e Casemiro provoca alteração na fase ofensiva da equipe. Antes, com Fred, o Brasil tinha o quinto jogador da última linha chegando de trás; agora terá o meia do Lyon já entrelinhas sendo esse quinto elemento. Da direita para a esquerda: Raphinha, Paquetá, Richarlison como pivô, Neymar e Vinicius; tendo ainda o lateral, que por características, neste jogo deve ser mais Alex Telles do que Militão, para ser o sexto com o bloco alto. Na fase defensiva, o Brasil vai marcar no 4-4-2, com Paquetá fechando a segunda linha por dentro, ao lado de Casemiro.
Na prática, o ex-jogador de Flamengo, Milan e Lyon repetirá a função que exerceu no 4 a 0 contra o Paraguai, pelas eliminatórias, no Mineirão em 1o de fevereiro. Naquela ocasião, o Brasil teve Paquetá, Fabinho, Philippe Coutinho, Raphinha, Matheus Cunha e Vinicius do meio para frente. A ausência de Coutinho na lista atual despertou dúvidas sobre a presença dele na Copa. Nome frequente com Tite, mesmo quando estava em baixa no Barcelona, o meia-atacante ainda é um nome provável no Catar, assim como Gabriel Jesus, outro que ficou de fora, basicamente pelos mesmos motivos: dar espaço na lista para as observações finais.
Na prática, além da dúvida na nas laterais, há pelo menos duas outras situações de grande indefinição: a vaga extra no meio-campo e o oitavo atacante. Éverton Ribeiro recuperou força com a chamada; Danilo, do Palmeiras, chegou a estar bem cotado; Douglas Luiz, do Aston Villa, já foi um dos favoritos; Arthur, hoje no Liverpool, corre por fora. Enfim, indefinição total. Não está nos planos da comissão técnica, mas não seria surpreendente se nenhum meio-campista a mais fosse chamado e a opção se tornasse um defensor extra.
Já no ataque, dos oito nomes, sete estão bem encaminhados: Raphinha, Antony, Gabriel Jesus, Richarlison, Neymar, Vinicius Jr e Rodrygo. Assim, Matheus Cunha, Roberto Firmino e Pedro disputariam uma única vaga restante.
Matheus, infelizmente, tem sido pouquíssimo utilizado por Diego Simeone no Atlético de Madrid nesta temporada: somente 93 minutos até aqui, divididos entre cinco jogos de LaLiga e um na Champions, ainda sem gol ou assistência. Já o atacante do Liverpool voltou a ser muito importante para sua equipe, tanto é que em oito jogos contando todas competições em 2022-23 soma três gols, três assistências e 489 minutos jogados. Em outro calendário, jogando competições de nível técnico inferior a de seus concorrentes, são 24 gols e dez assistências em 53 partidas (2748 minutos); mais do que os números, o que pesa a favor do flamenguista é seu jogo clássico de centroavante, algo que falta no elenco da seleção.
É importante ressaltar, mais uma vez, o que a comissão técnica sempre deixa claro: as portas estão abertas para qualquer atleta. Naturalmente, a menos de dois meses para a Copa do Mundo e com apenas mais dois amistosos pela frente, todos os possíveis convidados para a festa já estão definidos. Grandes surpresas são improváveis. Falta fechar a lista de 26, o que não será tarefa simples. Os próximos dias serão determinantes.
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