O Mundial dos dramalhões
Uma Copa do Mundo sem dramas não é nada. E o Mundial da Rússia coleciona vários. Antes mesmo de a bola rolar, a Espanha, quem diria, dona de um dos campeonatos nacionais mais ricos e desenvolvidos do mundo, protagonizou o papelão de mandar seu treinador Julen Lopetegui embora, no enrosco envolvendo sua contratação pelo Real Madrid.
A Alemanha, tampouco afeita a montanhas russas de emoções, logo na estreia decepcionou, perdendo do México por 1 x 0. Depois, recuperou-se em um jogo infartável contra a Suécia, em um gol de falta de Kroos praticamente no último lance de jogo. Isso tudo para, mais tarde, ser eliminada pela também eliminada Coreia do Sul, uma derrota por 2 x 0 que sacramentou o vexame dos antes inquestionáveis campeões mundiais.
A Suécia, aliás, personificou seu drama em Jimmy Durmaz, de ascendência turca, que sofreu ofensas racistas por ter sido o responsável pela falta que originou aquele gol de Kross. Bonito foi ver o elenco sueco apoiando incondicionalmente seu companheiro.
O oposto da Alemanha foi o México, cuja comemoração do gol da vitória na estreia rendeu registro nos sismógrafos da capital. O dia em que um gol causou um terremoto. Lindo isso. Tão lindo como a celebração em frente à embaixada da Coreia na Cidade do México, com direito a levantamento de diplomata.
Dramas pessoais envolvem vários contundidos. Mo Salah chegou arrebentado e sua ausência na estreia pode ter tirado a chance de o Egito avançar. O reserva Douglas Costa levou o Brasil à vitória sobre a Costa Rica nos minutos finais da segunda rodada, mas foi possível vê-lo sentir a coxa. Talvez fosse titular no jogo seguinte, mas amarga um estaleiro até, talvez, uma eventual semifinal, caso o Brasil avance. Marcelo também viveu seu drama, após sair às lágrimas todo travado por um espasmo na região lombar. E o que dizer de Neymar? Suas simulações, desabafos, destemperos, lances geniais. Esse é um personagem rocambolesco e tanto.
Há outros lesionados, mas nenhum toca tanto quanto James Rodriguez. O colombiano está baleado. Astro da Copa de 2014, não consegue jogar por conta das dores musculares. Vê-lo sair contra Senegal foi de cortar o coração. Será que volta?
A Argentina é um dramalhão que possui um país e um time. Técnico maluco e sem comando. Um gênio, Messi, tentando resolver sozinho. Sangue de Mascherano, brigas, suor. E lá vão os hermanos com Maradona tendo ataques cuidadosamente planejados para as câmeras de TV.
Há também imbróglios étnicos, como Xhaka e Shaqiri, da Suíça, demonstraram em suas comemorações de apoio à causa albanesa contra a Sérvia, de quem ganharam de 2 x 1. Foram multados pela “asséptica” Fifa.
Assim entramos no mata-mata, que dobrará a intensidade e o número de personagens desses dramalhões. E agora eles podem durar 120 minutos. Ou mais. Que venham, pois. A gente adora.
Fonte: Mauricio Barros
O Mundial dos dramalhões
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