Após o movimento sindical Taula per a la Democràcia convocar greve geral para a próxima terça-feira na Catalunha, por causa da violência do Governo central da Espanha contra o referendo de independência realizado no último domingo, o Barcelona declarou que irá aderir ao movimento e inclusive irá parar seu departamento de futebol durante todo o dia.
"A diretoria decidiu somar-se à greve do país. O clube irá paralisar suas atividades durante todo o dia, e nenhuma das equipes profissionais e de base irão treinar na Ciudad Deportiva", informou o presidente do clube blaugrana, Josep Maria Bartomeu, em nota oficial.
"Neste momento transcendental em nossa história, o Barcelona se reafirma em seu posicionamento de compromisso com as liberdades e com o povo da Catalunha. O que se passou ontem em nosso país é inadmissível", completou.
Vale lembrar, no entanto, que a maior parte do elenco da equipe catalã nem está em Barcelona, já que diversos jogadores foram liberados para defenderem suas seleções nacionais nas próximas datas Fifa, como o volante brasileiro Paulinho, por exemplo.
Bartomeu ainda justificou sua decisão de ter mandado o time ir a campo no último domingo, em meio ao caos na Catalunha. O cartola afirmou que foi "uma das decisões mais difíceis" que tomou como presidente do clube e explicou seus motivos.
"Compreendo perfeitamente que muitos de nossos sócios e torcedores preferiam que a partida fosse suspensa. Por isso, tenho que dizer que essa foi uma das decisões mais difíceis que já tive que tomar como presidente do Barça. Contemplamos muito seriamente a opção de adiar a partida, mas não conseguimos que a Liga de Futebol Profissional aprovasse nossa solicitação", salientou.
"Quando chegamos a esse ponto, decidi que jogaríamos a portas fechadas, porque acreditamos que a imagem de uma partida de futebol em um Camp Nou completamente vazia mostraria responsabilidade de nossa parte com a segurança, mas também uma maneira de tornar visível nossa reclamação ante a situação inadmissível que a Catalunha viveu ontem", prosseguiu.
"Hoje, sabemos que a transmissão da partida foi feita para 174 países do mundo, com milhares de pessoas acompanhando a excepcionalidade desse jogos, além da mídia internacional explicando a singularidade do que se vivia no Camp Nou", complementou.
O dirigente ainda prestou solidariedade às quase 900 pessoas que ficaram feridas em confrontos com a Guarda Civil espanhol, que foi enviada por Madri para tentar impedir a votação do referendo, e usou força de maneira desproporcional em muitos momentos contra a população.
"Queremos nos solidarizar com todos os cidadãos anônimos que ontem defenderam um bem tão valioso como nossa democracia. O Barcelona quer apoiar as 893 pessoas que foram vítimas de agressões, e deseja que todos se recuperem o mais rápido possível", finalizou.
Outro clube da Catalunha, o Espanyol, não tão alinhado ao separatismo, anunciou que a seu centro de treinamento estará fechada ao público, mas deu aos funcionários do clube liberdade para aderirem à greve se quiserem.
Barcelona adere a greve por protesto catalão e para até futebol por um dia
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