Euro feminina: Alemanha mostra repertório e se confirma como forte candidata ao título
Vindo de quedas nas quartas de final na Euro de 2017 e Copa de 2019, seus desempenhos mais discretos em sua história, a seleção alemã podia gerar certa desconfiança antes de chegar à Inglaterra para a disputa da atual edição da competição continental. E não apenas por esse retrospecto recente.
As germânicas - que sofreram uma surpreendente derrota para a Sérvia nas eliminatórias para a Copa em abril - apostaram em uma preparação pautada em mais treinamentos e só um amistoso (vitória sobre a Suíça por 7 a 0) para a Eurocopa. Assim, como saber exatamente como chegaria a Alemanha? A resposta tem sido a melhor possível.
Depois de atropelar a Dinamarca, sua algoz em 2017, a seleção oito vezes campeã do continente venceu um duelo de candidatas ao título ao bater a Espanha por 2 a 0 nesta terça-feira. São duas vitórias contra adversárias fortes, seis gols marcados, nenhum sofrido e classificação garantida de forma antecipada no ‘grupo da morte’.
Metade dos gols saiu de situações de bola parada, dois deles vieram com sua marcação alta forçando erros das adversárias (se bem que nesta terça a maior parte da conta fica para a goleira Sandra Paños) e outro com uma jogada bem trabalhada coletivamente, com ultrapassagem e infiltração de uma meio-campista na área para dar assistência.
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Não só pela variedade dos gols, a Alemanha se viu em cenários bem diferentes em ambas as partidas.Jogou na estreia dominando territorialmente com 64,9% de posse de bola e amassando a Dinamarca mesmo quando tinha o placar sob controle; já contra a Espanha, abriu o placar muito cedo e soube se comportar muito bem tendo apenas 30,4%.
As espanholas tiveram controle territorial, mas as comandadas de Martina Voss-Tecklenburg souberam conduzir muito bem o jogo neste panorama e poderiam até ter construído uma vitória maior caso o VAR tivesse intervido para alertar quanto a uma eventual expulsão para Irene Paredes após falta não marcada em Alexandra Popp.
Por falar em Popp, ela teve a missão de substituir Lea Schüller (testou positivo para COVID-19) na única alteração em relação à equipe que iniciou o jogo passado. A quinta maior artilheira da história da Mannschaft deixou sua marca, assim como já havia feito quando entrou no lugar da própria Schüller no decorrer do segundo tempo contra a Dinamarca – Schüller, aliás, tinha marcado pouco antes de sair.
A Alemanha convenceu com um jogo de encher os olhos na sexta e com eficiência nesta terça. Sua bola parada ofensiva é muito forte, a intensidade do trio de meio-campistas formado por Lina Magull, Lena Oberdorf e Sara Däbritz influencia demais em seu jogo extremamente coletivo. O elenco não depende de uma estrela em si e tem profundidade, sendo a situação Schüller/Popp uma argumentação a favor disso.
Já classificada para as quartas, fase em que entrará como favorita contra Noruega ou Áustria, a Alemanha terá a possibilidade de dar descanso a algumas atletas para o jogo contra a Finlândia, como no caso das suspensas Oberdorf e Felicitas Rauch.
É impossível saber se a Alemanha vai ser campeã, ainda mais em um torneio com tantas boas candidatas, mas não tenho mais dúvida que essa seleção tem bola para isso.
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