Rival do Brasil, goleira alemã venceu câncer duas vezes e foi heroína em classificação épica à semi da Champions
A temporada 2022-23 ainda não acabou, mas é certamente uma das mais marcantes na vida de Ann-Katrin Berger.
Antes mesmo de a campanha começar, a goleira do Chelsea viveu a emoção de integrar o elenco que foi vice-campeão da Eurocopa com a Alemanha. Ao mesmo tempo, lidava com a notícia de uma reincidência de um câncer na tireoide.
Em meio ao torneio que fez a seleção alemã se reerguer, apresentar um futebol vistoso e retornar a uma decisão da Euro, após uma decepcionante queda nas quartas de final em 2017, Berger lidou com exames e a preocupação do resultado que viria – e que não seria positivo.
"Estar na Euro quando ninguém sabia, a emoção da Euro me tirou a parte negativa do meu cérebro", disse à BBC em entrevista publicada em fevereiro deste ano. "Foi um bom ano. Eu não deixar minha doença vir e dizer: 'hey, você não deveria ter um bom ano porque eu estou aqui de novo.'"
Em novembro de 2017, Berger tinha sido diagnosticada pela primeira vez e perdeu alguns meses da temporada, mas retornou e foi titular em 14 dos 18 jogos do Birmingham da edição 2017-18 da Women’s Super League.
Contratada pelo Chelsea na temporada seguinte, a alemã se firmou como titular e colecionou taças: tricampeonato da WSL, além de duas da FA Cup e mais duas da Copa da Liga. Além disso, passou a integrar a seleção alemã em 2020, participando de seu primeiro grande torneio no vice da Euro passada, na condição de reserva de Merle Frohms.
A reincidência do câncer tornou Berger ainda mais forte, como ela própria disse. E tal força se apresentou dentro das quatro linhas, com a atleta de 32 anos voltando a jogar já em setembro e atuando regularmente desde então. Enquanto o Chelsea segue firme na briga pelo título em uma edição disputadíssima da liga nacional, a equipe acaba de conseguir uma classificação histórica à semifinal da Champions League.
Ainda que o grande desempenho não seja novidade - será a quarta vez que o time londrino chega tão longe no torneio, sendo vice-campeão em 2020-21 -, ele merece ser ressaltado por dois aspectos. Primeiramente, os Blues foram eliminados na fase de grupos da edição passada; em segundo lugar, a classificação veio de forma dramática diante do Lyon, atual campeão da competição.
As francesas ganharam a taça na edição passada batendo o poderoso Barcelona por 3 a 1 na decisão, com um primeiro tempo avassalador. Foi a oitava taça do time francês, o dobro do que qualquer outro.
Nesta edição, o Lyon parecia caminhar para mais uma semifinal, após ter devolvido o placar de 1 a 0 que tinha sofrido em casa no jogo de ida e ter feito o segundo gol já no segundo tempo da prorrogação. Porém, um pênalti convertido por Maren Mjelde com oito minutos de acréscimo levou à decisão às penalidades.
Berger brilhou e pegou as cobranças de Wendie Renard e Lindsey Horan e acabou sendo decisiva para que o Chelsea avançasse e agora defina com o Barcelona um classificado à decisão da competição continental.
Porém, antes dos duelos das semis, ela se apresentará à seleção alemã que fará amistosos contra Holanda e Brasil em 7 e 11 de abril, respectivamente. É a reta final de preparação para a Copa do Mundo para as germânicas, que inclusive podem ser as rivais das brasileiras em uma eventual oitavas de final.
Muita coisa boa espera por Ann-Katrin Beger, uma vencedora dentro e fora das quatro linhas.
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