Por que Buffon é um dos maiores goleiros da história do futebol
Gianluigi Buffon anunciou nesta quarta-feira a sua aposentadoria do futebol, aos 45 anos, colocando ponto final em uma das maiores trajetórias de um goleiro já registradas na história.
O ponto principal para isso não é “simplesmente” o fato de ter atingido o topo, mas o tempo em que se manteve por lá. Não à toa, participou de cinco Copas do Mundo e poderia ter sido o único homem a disputar seis, caso a Itália não tivesse ficado de fora da edição de 2018.
Por falar em seu país, ele somou 176 jogos e é o recordista, justamente por uma das seleções mais concorridas do mundo, ainda mais quando o assunto é goleiro. Quem mais se aproxima dele é Fabio Cannavaro, com 40 partidas a menos.
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Reserva no Mundial de 1998, Buffon logo mostrou ser fora da curva, a ponto de ser contratado pela Juventus junto ao Parma em 2001 por um valor recorde para goleiros, marca que permaneceria por mais de 15 anos.
Da sua ida à Turim ao prêmio recebido como melhor goleiro do mundo pela Fifa em 2017 (após ter sido titular no vice da Champions League), houve um intervalo de 16 anos. Muitos de seus grandes adversários na posição já tinham parado, e ele adquiriu novos rivais na disputa de quem era o melhor camisa 1 naquele momento.
Oliver Kahn, Edwin van der Sar, Iker Casillas, Dida, Petr Cech.. foram inúmeros goleiros brilhantes que atuaram no século 21, mas nenhum seguiu por tanto tempo no topo como Buffon, que teve aos 40 anos a sua última temporada como titular em um nível mais alto. Depois passou por PSG sem se destacar, retornou à Juventus como reserva e se aposenta após dois anos como titular jogando a segunda divisão pelo Parma.
Não enxergo um goleiro maior que Buffon entre as traves no século 21. Uma boa discussão é o quanto Manuel Neuer, com o fato de ter influenciado fortemente a mudança na posição com sua qualidade absurda para sair (muito) da área e de jogar com os pés, atrelado a sua longevidade em alto nível, pode rivalizar com o italiano. Por outro lado, é de certa forma injusto cobrar de Buffon um recurso que só veio a ser mais desenvolvido já com ele em um momento mais avançado da carreira. Fica aberta a discussão.
Outro ponto a se destacar é que toda essa longevidade e recorde pela Itália não seriam tão impactantes caso Buffon não tivesse tido uma carreira tão vitoriosa, sendo importante no título mundial da Itália e conquistando dez vezes o Campeonato Italiano com a Juventus (um número recorde de troféus para um único jogador na liga), conta que não inclui os dois títulos cassados em meio ao escândalo de manipulação de resultados.
O camisa 1, aliás, poderia ter se mantido na elite e conquistado ainda mais troféus, caso não tivesse permanecido na Velha Senhora para a disputa da Série B 2006-07 e participado da redenção do clube, que só voltaria a ser campeão da primeira divisão em 2011-12.
Além disso, o amargor de quatro vices mostra o quão perto ele chegou de ser ainda mais lendário: foram três derrotas em finais de Champions como titular da Juve e uma na decisão da Eurocopa com a Itália.
Esses reveses, no entanto, não impedem Buffon de pendurar as luvas hoje e ir direto para o olimpo dos goleiros na história do futebol mundial.
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