Três supertimes, dois deles gigantes da liga e um que nunca conquistou um título sequer. A temporada 2021 da MLB começa nesta quinta com três candidatos mais destacados ao título, Los Angeles Dodgers, New York Yankees e San Diego Padres, mas uma série de equipes têm pretensões realistas de levantar o troféu no final de outubro.
É esse o cenário para o Opening Day, mas muita coisa pode mudar ao longo da temporada. Ainda mais porque voltaremos ao calendário tradicional, com 162 jogos na temporada regular e, salvo alguma surpresa de última hora, apenas cinco times classificados aos playoffs em cada liga. Outro elemento mais conhecido é o público, que retornará gradualmente aos estádios (ainda que o Texas Rangers já tenha liberação de 100% de público em seu estádio).
Jogadores do Los Angeles Dodgers celebram a conquista da World Series em 2020
Getty
Da temporada 2020, realizada cheia de excepcionalidades devido à pandemia, ficarão duas mudanças de regras: rodadas duplas terão jogos de apenas sete entradas e as partidas que forem a entradas extras começarão sempre com um corredor na segunda base.
Em todo esse cenário, o que cada time pode fazer? Cravar é sempre difícil na MLB, mas dá para classificar todas as equipes de acordo com suas perspectivas de início da temporada. Confira abaixo e fique ligado nas transmissões da ESPN e do Fox Sports.
LIGA AMERICANA
O FAVORITO
Dos supertimes que formavam a Liga Americana no final da década passada, o New York Yankees é o único que não conquistou nenhum título. E talvez por isso o único que continua como um supertime. O ataque continua com a potência de Aaron Judge, Gary Sánchez (que deve se recuperar de um 2020 muito ruim), Giancarlo Stanton (recuperado de lesão) e DJ LeMahieu. Além disso, o time parece ter uma rotação mais sólida que nos últimos anos, com Gerrit Cole, Corey Kluber, Jameson Taillon, Domingo Germán e Jordan Montgomery, além de Luis Severino (que deve retornar de lesão no meio da temporada).
Yankees comemoram vitória sobre os Twins' da MLB
ESPN
OS DESAFIANTES
O Chicago White Sox é visto como maior ameaça aos Yankees. A rotação tem bons nomes como Lucas Giolito, Lance Lynn e Dallas Keuchel, enquanto o ataque confia na potência de José Abreu, Yoán Moncada, Tim Anderson e Luis Robert. Além disso, contratou Liam Hendricks, um dos melhores fechadores da MLB.
Ainda assim, há quem nem veja os White Sox como o melhor time da Divisão Central. O Minnesota Twins merece muito respeito pelo seu ataque, que conta com Miguel Sanó, Nelson Cruz, Josh Donaldson, Max Kepler, Byron Buxton e Andrelton Simmons. No entanto, a rotação -- problema crônico dos Twins -- com Kenta Maeda, José Berríos, Michael Pineda, JA Happ e Matt Schoemaker ainda não parece ser capaz de segurar uma briga pela World Series.
Quem ainda deve ser visto como ameaça é o Tampa Bay Rays. A equipe da Flórida perdeu Blake Snell e Charlie Morton, dois desfalques significativos para a rotação. Mas contrataram Michael Wacha e conseguiram Chris Archer de volta. Considerando a capacidade da comissão técnica dos Rays de tirar melhor desempenho dos arremessadores, são jogadores que podem compensar parte das perdas. Além disso, o bullpen continua o melhor da MLB e o ataque é o mesmo que levou o time ao título da Liga Americana em 2020.
CORREM POR FORA
Há um grupo de bons times que brigam por vagas em playoffs e, com uma mistura de sorte com competência na hora certa, pode sonhar com uma grande temporada. O principal integrante desse pelotão é o Oakland Athletics, que tem uma base consistente com Matt Chapman, Stephen Piscotty, Matt Olson e Ramón Laureano. O bullpen também é forte, mesmo com a perda de Liam Hendricks.
Os A’s se transformaram em favoritos da Divisão Oeste, deixando para trás o Houston Astros e o Los Angeles Angels. Essas duas equipes vivem trajetórias opostas.
Os Astros estão em fase de final da janela competitiva. Perderam Gerrit Cole e George Springer nos últimos dois anos, estarão sem Justin Verlander por lesão, mas ainda contam com jogadores da base campeã da World Series de 2017. Os Angels estão no sentido contrário, com crescimento e formação de um grupo que tente levar a franquia a seu segundo título em alguns anos. Com Mike Trout e Anthony Rendón e José Iglesias, conta com um trio que teve bom desempenho na temporada passada. A rotação ainda não é das melhores, esse é um problema. Ah, e Shohei Ohtani vai novamente arremessar e rebater, o que é sempre espetacular de se ver.
Myke Trout, dono do maior contrato dos esportes americanos
Ezra Shaw/Getty Images
Na Costa Leste, o azarão é o Toronto Blue Jays. Talento há de sobra: Vladimir Guerrero Jr, Bo Bichette, Cavan Biggio, e Teoscar Hernández terão a companhia dos recém-contratados George Springer e Marcus Semien. O problema é a rotação, que tem em Ryu Hyun-Jin o único nome realmente confiável.
MELHOR ESPERAR 2022 (ou 2023, 24…)
Das equipes com menos esperanças na temporada, o Boston Red Sox até tem um ou outro motivo para acreditar. A franquia está claramente em processo de reconstrução, se desfazendo de jogadores mais caros para reformular o elenco. No entanto, há bons jogadores no grupo, como JD Martínez, Alex Verdugo, Kiké Hernández, Rafael Devers e Xander Bogaerts, e o ânimo que o retorno do técnico Alex Cora, campeão em 2018, naturalmente traz. Se a rotação fosse melhor (Chris Sale está contundido), poderia entrar no patamar de “corre por fora”.
De resto, a expectativa de Seattle Mariners e Kansas City Royals é seguir em um processo de evolução gradual para se tornarem competitivos em alguns anos. Enquanto Cleveland Indians (na última temporada antes de mudar de nome) e Texas Rangers tentam evitar que o processo de reconstrução no qual entraram não seja tão traumático quanto os de Baltimore Orioles e Detroit Tigers, que dão sinais de melhora após algumas campanhas terríveis.
LIGA NACIONAL
O FAVORITO
Alguns analistas estão tão empolgados com o Los Angeles Dodgers que até projetam se o time seria capaz de bater o recorde de 116 vitórias em temporada regular, estabelecido pelo Chicago Cubs em 1906 e repetido apenas pelo Seattle Mariners em 2001 (curiosidade: nenhum dos dois times venceu a World Series no ano da marca). A equipe já tinha Clayton Kershaw (agora sem a pressão de ganhar um título), Walker Buehler, Mookie Betts, Cody Bellinger, Corey Seager, Max Muncy e Justin Turner. Agora ainda terá o reforço do recém-contratado Trevor Bauer (Cy Young da Liga Nacional em 2020) e David Price (preferiu não jogar a temporada passada para se preservar da Covid-19). Timaço.
OS DESAFIANTES
O principal obstáculo aos Dodgers está em sua própria divisão, em seu próprio estado. O San Diego Padres talvez seja o segundo time mais forte da MLB no momento. O elenco talentoso que chegou aos playoffs em 2020 se manteve. A estrela é Fernando Tatis Jr, mas Manny Machado, Eric Hosmer, Wil Myers, Thommy Pham e Jake Cronenworth formam uma base de respeito. A rotação é ainda melhor: Dinelson Lamet, Chris Paddack e Joe Musgrove terão o reforço de Blake Snell (que calou o ataque dos Dodgers na World Series) e Yu Darvish (segundo colocado no prêmio Cy Young da Liga Nacional em 2020).
San Diego Padres
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Os Padres atrairão as atenções, até pela rivalidade californiana envolvida, mas não é prudente descartar o Atlanta Braves. A equipe da Geórgia ficou a uma vitória de eliminar os Dodgers nos playoffs de 2020 e manteve toda a base, com Ronald Acuña Jr, Ozzie Albies e Austin Riley, além do ótimo Freddie Freeman, MVP da Liga Nacional no ano passado, e Marcell Ozuna. E a rotação também merece respeito, com Max Fried, Charlie Morton, Mike Soroka e Ian Anderson.
Quem quer entrar nessa categoria de desafiante é o New York Mets. O time foi comprado pelo bilionário Steve Cohen, investidor no mercado financeiro que serviu de inspiração para o personagem Bob Axelrod, da série de TV Billions. O Cohen não colocou seu dinheiro pelo retorno financeiro, mas por ser torcedor fanático do time do bairro do Queens. E chegou fazendo barulho, contratando Francisco Lindor, James McCann e Carlos Carrasco. Considerando que o elenco ainda tem Jacob deGrom, Marcus Stroman, Noah Syndergaard (deve retornar de lesão durante o ano), Pete Alonso, Jeff McNeil, Michael Conforto e Dominic Smith, dá para sonhar alto. Claro, se ninguém lesionar, o que acontece com uma frequência incrível nos Mets.
CORREM POR FORA
A Liga Nacional está muito forte nesta temporada, então a lista de equipes que têm motivos para pensar em playoffs não é pequena. O Washington Nationals, campeão de 2019, é um exemplo. A equipe da capital tem uma rotação com Max Scherzer, Stephen Strasburg, Patrick Corbin e Jon Lester, um quarteto capaz de derrotar qualquer equipe da liga a qualquer momento. Ainda tem em Juan Soto uma das novas estrelas do beisebol.
Na mesma divisão, a Leste, o Philadelphia Phillies tem um ataque que impressiona. Bryce Harper e JT Realmuto são as referências, mas Andrew McCutchen e Alec Bohm também contribuem bastante. O problema é o bullpen, talvez o pior entre os times que têm pretensão de chegar ao mata-mata.
Phillie Phanatic exibe tênis exclusivo ao lado de Bryce Harper
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A Divisão Leste da Liga Nacional é a mais forte da MLB e sobram times fortes, exatamente o contrário da Divisão Central. O favorito é o St. Louis Cardinals, que contratou Nolan Arenado e manteve Paul Goldschmidt, Yadier Molina e Paul DeJong. Os arremessadores também são competentes, mas não chega a ser um time que salta aos olhos como candidato a título. A consistência é a principal marca, e talvez ela que o diferencie dos demais vizinhos de grupo.
O Milwaukee Brewers conta com Christian Yelich, um dos melhores jogadores da liga e que estará motivado para mostrar que a má temporada de 2020 foi uma aberração de um ano confuso. O ataque como um todo funciona, mas ainda é uma equipe que precisa contar com o limite da rotação e do bullpen para ser competitiva, o que nem sempre é possível.
Ainda na Divisão Central, Cincinnati Reds e Chicago Cubs deram um passo para trás. Perderam jogadores importantes, como Trevor Bauer (Reds) e Yu Darvish e Jon Lester (Cubs). Em teoria, seriam equipes que poderiam estar no grupo de “melhor esperar 2022”, mas ambos ainda contam com alguns bons jogadores e a concorrência na divisão não é das mais fortes. Assim, até dá para acreditar em playoffs caso tudo dê certo.
MELHOR ESPERAR 2022 (ou 2023, 24…)
Com os supertimes de Dodgers e Padres, ficou difícil para os outros times da Divisão Oeste. Arizona Diamondbacks, Colorado Rockies e San Francisco Giants entraram firme no processo de reconstrução. O Pittsburgh Pirates já está nessa reformulação desde o ano passado, e é candidato forte a pior campanha de toda a MLB.
Quem entra nesse grupo e nem merecia é o Miami Marlins. O time tem bons jogadores -- Starling Marté, Corey Dickerson e Sandy Alcántara -- e até se classificou para os playoffs em 2020, eliminando o Chicago Cubs na primeira fase. O problema é que a Divisão Leste está muito forte neste ano e, em uma temporada de 162 jogos, é difícil que o jovem grupo dos Marlins consiga se manter na zona de classificação até o final. Mas é um elenco realmente promissor para os próximos anos.
Fonte: Ubiratan Leal
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