Amizade no circuito
Existe muita história sobre amizade no circuito. Será que os jogadores são amigos? Se toleram? São politicamente corretos?
Vi e vivi muitas histórias. Fiz amizades verdadeiras, sou amigo de 'oi e aí' de muitos, fui amigo e me distanciei, nem tentei ser amigo...
Realmente a palavra amigo é complexa, mais ainda quando você luta pelos mesmos ideais e espaço. São poucos que tem estômago e inteligência para entender que jogo se ganha na quadra, e espaço se conquista pelo seu caráter e verdade.
No circuito fiz amigos. Poucos de verdade, poucos que se preocupam com você durante e após a carreira. Conto nos dedos, mas fiz. A amizade pode acabar por uma discussão em quadra ou uma atitude fora dela.
O mais normal é que, se a discussão ou problema foi normal, dentro da ética do jogo, a briga fica só no jogo. Caso o problema for 'de sacanagem', atitude antidesportiva, então o 'bicho pega' e a discussão vai para o vestiário. Neste caso, provavelmente, a amizade acaba.
Como no escritório ou na vida, nós também temos códigos e respeito ao outro. Quem passar fica marcado. Poderia marcar muitos nomes de amigos, desafetos, brigas, caras éticos que conheci.
1 - Amigo André Sá. Por ter jogado na mesma época e ter disputado vaga em time, jogos contra, poderíamos ter nos confundido. Mas tenho a maior admiração pelo querido amigo.
2 - Grande parceiro Guga. Vivemos muitas coisas. Aprendi demais com ele e tenho certeza que algo ensinei também. Nos separamos, mas somos amigos. Respeito demais o que ele fez e faz pelo tênis. Somos diferentes, mas verdadeiros parceiros.
3 - Amigo de circuito que virou amigo de verdade. Podemos fazer uma lista. Amigos que nos apoiaram, nos ajudaram em treinos e momentos duros. Amigos que nos surpreenderam. Aqui vou colocar o Fábio Silberberg. Quase morri quando entrava na quadra para jogar a semi de Roland Garros e vejo o Fábio lá sorridente. Não poderia perder este momoneto, então, de um amigo tão querido. Que sensibilidade. Que atitude maravilhosa.
4 - Técnicos. Edu Faria. Aqui posso colocar muitos. Ou melhor, todos que trabalharam comigo e deram o sangue. Mas o Edu é especial. Meu preparador físico que me fez mudar de estágio, mudar de patamar. Me colocou no ponto. Não era o que mais ganhava, não era o que mais viajava, mas era um gênio. Deu o sangue, deu a vida pelo meu objetivo. Nunca poderei retribuir. Nunca poderei dizer o quanto ele foi e é incrível.
5 - Por último, imprensa. Aqui coloco André Kfouri. Tão complicada a relação. Tão difícil para o jornalista ficar próximo do atleta e ser ético, ser correto. André Kfouri é o que eu simplesmente admiro de um jornalista. Teve todas as notícias na mão. Teve furos incríveis, fotos comprometedoras, viu coisas que um jornalista qualquer poderia esquecer em uma amizade. André é ético, é verdadeiro, é correto, é humano e é incrível. Sou fã desse incrível jornalista que virou amigo, que virou da minha família e hoje é um verdadeiro irmão.
Espero ter mostrado a relação de amizade do circuito. Com ela, faço uma singela homenagem a pessoas que eu admiro. Pessoas que eu até hoje me relaciono.
Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br
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