Calendário do esporte americano em 2021

Ubiratan Leal

A pandemia bagunçou todo o calendário do esporte em 2020. Praticamente todas as competições já retornaram, mas não é que a agenda de 2021 esteja normal. A parada forçou diversas mudanças de datas, de adiamento de um evento do tamanho dos Jogos Olímpicos à mudança (temporária) de período de disputa de ligas.

O esporte americano é um exemplo bastante claro disso. A temporada 2020-21 da NHL será, na prática, uma temporada 2021. A NBA começou quase no Natal e vai invadir julho. Os All-Star Games de NFL, NBA e NHL foram cancelados. E muitas datas importantes ainda nem foram anunciadas, há apenas uma intenção de realizá-la em determinada época do ano.

Para não se perder nessa bagunça toda, aí vai o calendário de 2021. Reforçando que todas as datas estarão sujeitas a mudanças de acordo com restrições que podem surgir pela pandemia.

Obs.: a WNBA ainda não anunciou seu calendário para 2021 e, como ela costuma evitar a concorrência direta com a NBA, não é possível projetar se ela manterá o período de disputa tradicional (maio a outubro) ou se também deslocará sua temporada

JANEIRO

1 - Semifinais do futebol americano universitário
9 - Início dos playoffs da NFL
11 - Final do futebol americano universitário
13 - Início da temporada da NHL

FEVEREIRO

7 - Super Bowl
27 - Início do Spring Training, a pré-temporada da MLB

Raymond James Stadium, sede do Super Bowl programado para 7 de fevereiro
Raymond James Stadium, sede do Super Bowl programado para 7 de fevereiro Joe Robbins/Getty Images Sport

MARÇO

16 - Início do March Madness, os playoffs do basquete universitário

ABRIL

1 - Início da temporada da MLB
5 - Final do March Madness
29 - Draft da NFL

MAIO

Primeira quinzena - Início dos playoffs da NHL (data ainda não definida)
22 - Início dos playoffs da NBA

JUNHO

22 - Início do pré-olímpico masculino de basquete

O Brasil disputará uma vaga no basquete olímpico com Croácia, Tunísia, Alemanha, Rússia e México
O Brasil disputará uma vaga no basquete olímpico com Croácia, Tunísia, Alemanha, Rússia e México MARK RALSTON/AFP/Getty Images

JULHO

? - Finais da Stanley Cup, a decisão da NHL (datas ainda não definidas)
4 - Final do pré-olímpico masculino de basquete 11 - Draft da MLB
13 - All-Star Game da MLB
21 - Início do torneio de softbol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
22 - Data de um eventual jogo 7 das finais da NBA
23 - Draft da NHL
24 - Início dos torneios masculino e feminino de basquete 3x3 dos Jogos Olímpicos de Tóquio
25 - Início do torneio masculino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
26 - Início do torneio feminino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
27 - Final do torneio de softbol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
28 - Final dos torneios masculino e feminino de basquete 3x3 dos Jogos Olímpicos de Tóquio
28 - Início do torneio de beisebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
Fim do mês - Época provável para o Draft da NBA (pode ser no início de agosto)

AGOSTO

7 - Final do torneio masculino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
7 - Final do torneio de beisebol dos Jogos Olímpicos de Tóquio
8 - Final do torneio feminino de basquete dos Jogos Olímpicos de Tóquio
12 - Jogo do “Campo dos Sonhos” da MLB (Chicago White Sox x New York Yankees)

SETEMBRO

Início do mês - Época provável para o início da temporada 2021-22 do futebol americano universitário
9 - Início da temporada 2021-22 da NFL

OUTUBRO

5 - Início dos playoffs da MLB
Primeira quinzena - Época provável para o início da temporada 2021-22 da NHL
Segunda quinzena - Época provável para o início da temporada 2021-22 da NBA

O San Diego Padres investiu pesado para conquistar o título da MLB pela primeira vez em sua história
O San Diego Padres investiu pesado para conquistar o título da MLB pela primeira vez em sua história Getty Images

NOVEMBRO

Primeira quinzena - Época provável para o início da temporada 2021-22 do basquete universitário
3 - Data de um eventual jogo 7 da World Series
25 - Rodada de Dia de Ação de Graças da NFL

DEZEMBRO

Segunda quinzena - Época provável para o início da temporada de bowls do futebol americano universitário
25 - Rodada de Natal da NBA

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Seahawks x Rams: como a temporada de MVP de Wilson 'foi para o vinagre' e ataque voltou 'à moda Carroll'

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

O Seattle Seahawks recebe o Los Angeles Rams neste domingo, às 18h25 (de Brasília), com transmissão da ESPN e do ESPN App, em partida que pode decidir a divisão Oeste da Conferência Nacional da NFL. O jogo é também uma revanche do confronto dos dois rivais ocorrido há pouco mais de um mês, quando os comandados de Sean McVay impuseram a Russell Wilson uma de suas piores atuações na temporada.

Tradicionalmente um time que prioriza as corridas, os Seahawks iniciaram 2020 com um ataque aéreo avassalador que colocou seu quarterback como um dos favoritos na discussão para MVP. Desde a partida em Los Angeles, entretanto, a unidade ofensiva vem mostrando menos poder de fogo, passando dos 30 pontos apenas em um duelo, contra o fraquíssimo New York Jets. E as conversas de Wilson como melhor da temporada 'foram para o vinagre'.

Alvin Kamara faz o jogo da sua vida, e Saints detonam Vikings; veja o show

Não é de hoje que a torcida em Seattle pede uma estratégia que valorize mais passes. Afinal, além de ser uma tendência da NFL como um todo, se encaixaria nas habilidades únicas de um quarterback raro como Wilson, considerado um dos melhores de toda a liga. O movimento #LetRussCook (deixe o Russ cozinhar, em tradução literal), ganhou as redes sociais nos Estados Unidos e virou uma realidade dentro da franquia, como mostrou Antony Curti neste post (clique aqui e leia).

O treinador Pete Carroll, contudo, nunca foi o maior fã da filosofia aérea. Já na semana 1, após enfiar 38 pontos no Atlanta Falcons, ele reclamou da priorização pelo jogo de passes.

"Sete e seis carregadas (números de Hyde e Carson naquele jogo) não são suficientes para nossos caras. Queremos mais. Tivemos 20 corridas. Queremos mais do que isso no geral", declarou.

Dada a queda no rendimento em pontos do ataque dos Seahawks e ausência do nome de Russell Wilson nas discussões sobre MVP na segunda metade da temporada, veio o questionamento: Seattle voltou a correr com a bola e a sabotar o próprio ataque?

Chamadas de passe dos Seahawks
Chamadas de passe dos Seahawks Chartbuilder

Como mostra o gráfico acima, o ataque comandando por Brian Schottenheimer de fato teve uma queda na porcentagem de chamadas de passe nas últimas semanas, especialmente se comparadas ao meio da temporada, quando Seattle constantemente se aproximava ou até passava da marca de 75% de dropbacks (jogadas onde o quarterback recua para passar, independentemente do resultado ser uma tentativa de passe, um sack ou um corrida improvisada).

Somente o fato dos Seahawks estarem voltando ao plano de correr mais com a bola, no entanto, não quer dizer automaticamente que isso tenha atrapalhado Wilson. Aliás, ao se comparar a produção do quarterback com a porcentagem de chamadas de passe do time, uma tendência até surpreendente aparece.

Usando o índice bruto de QBR (uma nota matemática calculada pela ESPN, de 0 a 100, que representa a produção do quarterback tanto no jogo aéreo como no terrestre), é possível ver que Russ não necessariamente está na sua melhor forma quando se coloca todo o ataque em seu braço.

Wilson: Produção x Chamadas de Passe
Wilson: Produção x Chamadas de Passe Chartbuilder

O gráfico acima mostra: quanto mais para a direita, maior a porcentagem de passes chamados naquela determinada partida. Quanto mais para cima, melhor Russell Wilson jogou. Os escudos indicam os adversários enfrentados pelos Seahawks em cada duelo.

A produção do quarterback superou os 75 pontos de QBR em 7 de 8 partidas quando Seattle chamou até 66% de passes (número da partida contra os Falcons). A exceção foi o duelo contra os Cardinals, o qual os Seahawks ainda venceram por 28 a 21. Todas as oito foram vitórias.

Quando a proporção de passes se aproxima dos 70% ou mais, por outro lado, a produção de Russ cai. Foram duas partidas terríveis contra Giants e Rams, três boas (mas abaixo dos 75 pontos de QBR) contra Bills, Vikings e Cardinals, além de uma exceção contra os Cowboys, que tinham uma das piores defesas da liga na época. 

Nessas situações, foram quatro derrotas e duas vitórias, isso porque o triunfo contra Minnesota veio no último minuto.

Os 'esnobados' do Pro Bowl: Paulo Antunes lista jogadores injustiçados que ficaram de fora do prêmio da NFL

Claro, sair atrás no placar te obriga a passar mais a bola e aumenta suas chances de derrota, assim como dificulta a vida do quarterback. Mas essa explicação, com exceção ao jogo diante dos Bills, não exclui a teoria de que Wilson precisa de um time mais equilibrado para brilhar.

"No começo da temporada, não precisamos correr muito com a bola, porque estávamos voando com os passes, parecia quase óbvio. Fico desapontado com isso, porque (as corridas) são o elemento do nosso futebol americano que nos faz ser o que somos e que faz o trabalho do Russ ser diferente de quando ele precisa lançar a bola 40 ou 50 vezes. Ele certamente consegue fazer isso, adora fazer isso, nós não nos importamos em fazer isso, mas nosso futebol americano é melhor quando temos equilíbrio", disse Pete Carroll após a magra vitória por 23 a 17 sobre os Eagles na semana 12.

Estaria Pete Caroll... Certo?

Para adicionar mais uma evidência à teoria, é relevante olhar os mesmos gráficos de comparação entre QBR bruto e porcentagem de chamadas de passe de outros três candidatos ao MVP: Aaron Rodgers (em cinza), Josh Allen (em vinho) e Patrick Mahomes (em vermelho).

Rodgers: Produção x Chamadas de Passe
Rodgers: Produção x Chamadas de Passe Chartbuilder
Allen: Produção x Chamadas de Passe
Allen: Produção x Chamadas de Passe Chartbuilder
Mahomes: Produção x Chamadas de Passe
Mahomes: Produção x Chamadas de Passe Chartbuilder

Dos três, dois não seguem a tendência de Wilson e mantêm números altos mesmo com altas porcentagens de chamadas de passe, em ataques mais unidimensionais e menos equilibrados. Só Rodgers decai com altas porcentagens de jogo aéreo.

Logo, é possível dizer que, ao menos nesta temporada, entregar o ataque nos braços de Russell Wilson e "deixá-lo cozinhar" como a torcida pediu não é a melhor resposta. 

Agora, se isso é responsabilidade única da habilidade do quarterback ou se o ataque desenhado por Brian Schottenheimer não é criativo o suficiente para sustentar uma proporção maior de passes é discussão que renderia outro post inteiro...

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Sem espírito natalino: o dia em que torcedores dos Eagles atacaram Papai Noel

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal


Época de festas é sempre assim: a chegada do Natal e a aproximação do reveillon leva as pessoas a se esforçarem para esquecer tudo o que ocorreu durante o ano para se alimentar da esperança que as coisas vão melhorar. Hora de reunir a família e priorizar o que importa. Menos para a torcida do Philadelphia Eagles. Ah, não tem clima natalino que resiste à corneta da Filadélfia. Pior para o Papai Noel.

Essa história começa em 1967. A temporada não havia sido das mais agradáveis para a torcida dos Eagles. O time vinha da quarta posição da NFL no ano anterior, mas caiu de rendimento e fechou o campeonato com 6 vitórias, um empate e 7 derrotas. Foi o suficiente para terminar em segundo lugar na divisão, mas o time ficou de fora dos playoffs. 

A expectativa para 1968 era se recuperar dessa queda, ao menos ser competitivo. Mas nem o mais pessimista torcedor das Águias imaginava o que viria. O Philadelphia caiu na estreia para o Green Bay Packers. Depois perdeu para os rivais New York Giants, Washington Redskins e Dallas Cowboys. E seguiu perdendo: Cowboys de novo, Chicago Bears, Pittsburgh Steelers, St. Louis Cardinals (atual Arizona, não o time de beisebol), Redskins de novo, Giants de novo e Cleveland Browns.

Após 11 rodadas, os Eagles tinham zero vitória, zero empate e 11 derrotas. Era o primeiro time da NFL a perder os primeiros 11 jogos de uma temporada desde os próprios Eagles de 1936 (o Oakland Raiders perdeu os 13 primeiros em 1962, mas isso ocorreu ainda na época de AFL). 

Tudo péssimo, mas a torcida teve um motivo para se animar. Com aquela campanha terrível, os Eagles ficariam com a pior campanha e teriam a primeira escolha no draft. E, naquele ano, todos estavam de olho em um running back fenomenal da USC, um dos melhores da história do futebol americano universitário: OJ Simpson (sim, o mesmo que ficou mais famoso hoje pelas páginas policiais).

[]

Faltando três rodadas para o final do campeonato, ter a prioridade para draftar OJ era o que dava alento ao torcedor dos Eagles. Até que veio a partida contra o Detroit Lions: vitória por 12 a 0. Ainda dava, o Buffalo Bills também tinha apenas uma vitória. Mas, na penúltima partida, o Philadelphia vence mais uma, 29 a 17 no New Orleans Saints.

Aí era demais para a paciência da corneteira torcida dos Eagles. O time igualava recorde de derrotas seguidas, era lanterna da divisão, perdeu de todos os rivais, e nem ao menos teria a primeira escolha do draft. O humor do torcedor filadelfiano era dos piores em 15 de dezembro, quando sua equipe receberia o Minnesota Vikings para a despedida da temporada.

O clima era péssimo. Torcedores tiveram de encarar a neve no caminho para o jogo e mesmo nas cadeiras, já que o estádio não era coberto e os Eagles não tinham limpado as arquibancadas. O clube tinha contratado um Papai Noel para animar a torcida no começo da partida, mas ele não apareceu. Era uma síntese de uma temporada terrível em todos os sentidos para o Philadelphia.

Ainda assim, a diretoria dos Eagles não tinha desistido de dar uma despedida natalina para seus seguidores. Ao ver um torcedor fantasiado de Papai Noel nas arquibancadas, foram chamá-lo. Era Frank Olivo, de 19 anos. Ele vestia uma roupa de Papai Noel barata, mal acabada e desajeitada. Ainda assim, perguntaram se o torcedor topava desfilar no gramado no intervalo da partida. Olivo topou.

Assim, quando acabou o segundo quarto, um torcedor vestindo uma roupa tosca de Papai Noel entrou no gramado e passou diante da torcida acenando. Ah, era muito otimismo esperar uma reação natalina das arquibancadas naquele cenário. Imediatamente começam as vaias. Quando Olivo chegou à endzone, alguns torcedores fizeram bolas com a neve com a qual ainda dividia espaço e atiraram no Papai Noel improvisado. Em resposta, Papai Noel começou a mostrar o dedo médio para a torcida cantando “vocês não vão ganhar nada do Papai Noel neste ano”.

Naquela temporada, o Buffalo Bills ficou com a primeira escolha no draft e selecionou OJ Simpson. Ele bateu o recorde de jardas corridas em uma temporada. Os Eagles tiveram a terceira escolha e recrutaram o running back Leroy Keyes, que foi titular em 1969, virou reserva em 1970, se tornou safety em 1971 para ter mais oportunidades e foi negociado com o Kansas City Chiefs em 1972, sua última temporada na NFL.

Frank Olivo morreu em 2015, aos 66 anos, vítima de problemas cardíacos. Seu obituário no jornal Patriot-News, começava assim: “O homem famoso na história do esporte da Filadélfia como o Papai Noel que foi vaiado e atingido por bolas de neve em um jogo dos Eagles no inverno de 1968 faleceu”.

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Orlando Duarte: dez Olimpíadas e 14 Copas, mas tudo começou com o… beisebol

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal


“O Eclético.” O apelido que acompanhava Orlando Duarte já enfatizava sua principal faceta: era um coringa do jornalismo esportivo. Analisou futebol com a mesma naturalidade que teve quando foi comentarista de boxe, escreveu a primeira grande obra de referência dos Mundiais no Brasil (“Todas as Copas do Mundo”), mas fez o mesmo para as demais modalidades com seu “Todos os Esportes do Mundo”.

Orlando Duarte escreveu o livro: Pelé, o supercampeão!
Orlando Duarte escreveu o livro: Pelé, o supercampeão! []

Ainda hoje essa é uma característica rara nas redações de esportes, na década de 1950, quando iniciou sua carreira, mais ainda. Com isso, tornou-se uma figura importante no jornalismo esportivo brasileiro, a ponto de ser destacado para cobrir 14 Copas do Mundo e dez Jogos Olímpicos. Uma história profissional que começou com impulso de uma modalidade improvável, o beisebol.

Duarte nasceu em Rancharia, cidade no oeste paulista a 520 km de São Paulo. Ele cresceu próximo à comunidade japonesa e praticou beisebol na juventude. Poderia ser apenas uma passagem rápida de infância, mas o “esporte da base”, como era conhecido na época, o seguiu quando o jornalista se mudou para trabalhar na capital.

Nota da Gazeta Esportiva destacando a primeira cobertura internacional de Orlando Duarte
Nota da Gazeta Esportiva destacando a primeira cobertura internacional de Orlando Duarte Reprodução A Gazeta Esportiva

Como redator da Gazeta Esportiva, Orlando Duarte era o responsável pela cobertura das competições de beisebol. O dia a dia era de notícias dos jogos que aconteciam pelo estado de São Paulo, mas, em 1956, ele foi convidado para acompanhar a delegação do time da Associação Desportiva Osvaldo Cruz na disputa de um triangular em Buenos Aires. Foi a primeira cobertura internacional da carreira do jornalista.

Um ano depois, São Paulo já fazia planos para celebrar o cinquentenário da imigração japonesa no Brasil. Uma das ideias era construir um grande estádio de beisebol no bairro do Bom Retiro, no local do campo de alguns times amadores do futebol paulistano. Duarte acompanhou as reuniões para o que se tornaria o estádio Mie Nishi não apenas como jornalista, mas também como secretário do Conselho Municipal de Esportes.

Anúncio da construção do estádio de beisebol do Bom Retiro
Anúncio da construção do estádio de beisebol do Bom Retiro Reprodução A Gazeta Esportiva

Com o passar do tempo, Duarte foi ganhando espaço e passou a participar das coberturas mais nobres da pauta. Em seu trabalho enciclopédico com o esporte, o beisebol parecia aos olhos do público apenas mais uma modalidade que O Eclético acompanhava. Mas o beisebol teve um papel fundamental no início da brilhante carreira. E o jornalista retribuiu participando do projeto do maior estádio do “esporte da base” no Brasil.

Orlando Duarte faleceu nesta terça, 15 de dezembro, em São Paulo. Ele já sofria com as consequências de Alzheimer nos últimos anos, mas foi vítima de Covid-19.

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O que o beisebol precisa fazer se quiser voltar (mais uma vez) aos Jogos Olímpicos

Ubiratan Leal

Eric Pardinho, arremessador da seleção brasileira de beisebol
Eric Pardinho, arremessador da seleção brasileira de beisebol Divulgação/MLB

A comunidade do beisebol nem pôde sentir o gosto de estar de volta aos Jogos Olímpicos que já tem de lamentar sua saída. Nesta semana, o Comitê Olímpico Internacional oficializou o programa para Paris-2024. E o beisebol foi retirado da lista de modalidades. O pior é que, com o adiamento de Tóquio-2020 por causa da pandemia de covid-19, o anúncio da saída ocorreu antes mesmo de ele retornar efetivamente, o que ocorrerá só em julho de 2021.

A notícia não surpreendeu quem acompanha o noticiário em torno dos Jogos. O COI criou uma nova categoria de modalidade olímpica, que podem entrar em uma edição do evento, mas não é permanente. O beisebol - que foi modalidade olímpica de 1992 a 2008 - conseguiu retornar em Tóquio nesse sistema, aproveitando a popularidade que tem no Japão. Não haveria muitos motivos para mantê-lo em Paris.

Em teoria, dá para acreditar que o beisebol volte nos Jogos de Los Angeles em 2028. No entanto, está longe de ser uma garantia. Até porque o beisebol tem enorme popularidade nos Estados Unidos, mas o beisebol de seleções, principalmente o beisebol olímpico, não é visto como algo especialmente atraente ao público. Considerando a cultura de rua da cidade californiana, é provável que o COI aproveite a oportunidade para colocar mais esportes de ação no programa e recuperar mais terreno entre o público jovem.

Seria péssimo para o beisebol se isso ocorresse, mas seria justo. A modalidade fez um grande lobby para voltar aos Jogos Olímpicos, a ponto de fundir as federações internacionais de beisebol e a de softbol em uma única entidade (a World Baseball Softball Confederation) para articular melhor a campanha. No entanto, no que ganhou a disputa para Tóquio-2020, fez tudo errado e deu argumentos para o COI achar que o beisebol -- e o softbol -- não merecem um lugar nas Olimpíadas. E estar no maior evento poliestportivo do planeta é importante ao beisebol, sim. Para as grandes ligas profissionais do mundo não faz tanta diferença, mas a persença nos Jogos ajuda a destinar mais recursos às federações nacionais de vários países de segundo e terceiro escalão do cenário internacional.

Então, o que o beisebol precisa fazer se quiser retornar aos Jogos em 2028?

1) Criar um torneio realmente atraente

Os torneios de beisebol e softbol em Tóquio-2020 são quase uma ofensa ao torcedor. São apenas seis equipes em cada um, muito pouco para representar a força internacional das duas modalidades, deixando várias potências sem vaga. Para piorar, o sistema de disputa que exige formação em matemática avançada para entender, com dois grupos de três em que todos os times se classificam para o mata-mata.

Como os japoneses e sul-coreanos são fanáticos por beisebol e vão disputar o torneio, é até possível que os públicos nas partidas das duas seleções -- caso tenhamos público sem restrição nos estádios, claro -- sejam bons. Mas o nível de interesse da competição será muito baixo tanto na venda de ingressos quanto na atenção da mídia.

2) Disponibilizar bons jogadores

Um torneio com camisas pesadas e regulamento que promove emoção é importante, mas ter bons jogadores em campo é fundamental para chamar a atenção da mídia e do público. Isso não é uma questão para o torneio olímpico de softbol, mas é grave no beisebol. 

Os Jogos Olímpicos são disputados sempre durante a temporada da MLB, da NPB (liga japonesa) e da KBO (liga sul-coreana). Essas duas últimas ligas abrem uma janela no calendário para o evento poliesportivo devido à importância que Japão e Coreia do Sul dão a suas seleções, mas a liga norte-americana não faz o mesmo.

Claro que seria lindo ver os grandes astros da MLB nos Jogos Olímpicos, mas isso não vai acontecer. E nem precisaria para o torneio despertar interesse. Bastaria a MLB e a associação de jogadores se comprometerem em criar um modelo em que bons jogadores fiquem à disposição de suas seleções. Por exemplo, qualquer jogador de liga menor que não esteja no elenco de 40 de uma franquia da MLB. Isso tiraria todas as estrelas da MLB e alguns dos jovens prontos para estrear, mas ainda abriria espaço para a participação de dezenas de jogadores muito promissores, capazes de integrar um time competitivo e que ainda despertaria o interesse do público que quer ver o futuro craque do seu time em ação.

3) Aumentar o comprometimento com o beisebol internacional

A MLB merece muitos elogios pela criação do World Baseball Classic, a Copa do Mundo do beisebol. É um torneio atrativo, com participação de grandes estrelas das grandes ligas. Mas fica só nisso. O beisebol como modalidade não encontrou um modelo para as competições de seleções.

O motivo histórico disso é fácil de entender: antes da cooperação da MLB e da NPB na criação de um novo Mundial, a federação internacional simplesmente tocava a sua vida com “o resto” da modalidade. O antigo Mundial era basicamente amador e não se criou uma cultura de torneios de seleções relevantes.

Pois agora é momento de mudar. As estrelas da MLB são para o WBC, mas dá para criar um calendário que movimente seleções nacionais girando em torno do desenvolvimento de promessas em ligas menores ou descoberta de talentos estrangeiros. Tendo um calendário com lógica, continuidade e promoção bem feita para mobilizar o público, dá para aumentar o interesse por esse tipo de torneio.

O Premier12 é um torneio interessante, disputado a cada dois anos. Mas ele sempre gira em torno das mesmas seleções e soa distante do público das Américas. Talvez a criação de uma Liga das Nações, com divisões, ajudaria a reforçar rivalidades nacionais e a fomentar o beisebol em países de segundo escalão, como Colômbia, Panamá, Itália, Nicarágua e até o Brasil.

4) Ajudar no desenvolvimento do softbol ou do beisebol feminino

É uma medida importante por três caminhos: social, econômico e político. O social se refere à inclusão de centenas de mulheres e garotas que têm talento beisebol e softbol e não têm oportunidade de transformar isso em uma profissão. Até existe uma liga profissional de softbol nos Estados Unidos, a National Pro Fastpitch, mas ela é completamente desconhecida de boa parte do público. No beisebol feminino, não há nada. Do ponto de vista humano, esse é o motivo mais importante para abraçar essa ideia, mas claramente não será esse o motor de uma decisão.

Então vamos às razões mais pragmáticas. Economicamente, ajudar o desenvolvimento do softbol profissional feminino e estabelecer o beisebol feminino é fundamental para aumentar a popularidade da modalidade entre as mulheres. Só ver como o basquete cresceu entre as mulheres americanas a partir da criação da WNBA. É um público potencial de centenas de milhões de pessoas que ajudariam a reforçar o mercado da MLB.

O impacto político, porém, é o que teria mais influência nos Jogos Olímpicos. O COI claramente tenta tornar o evento o mais igualitário entre gêneros. Ainda que o softbol feminino faça espelho ao beisebol masculino, claramente há uma distância muito grande no desenvolvimento econômico e de apelo de público entre as duas modalidades. Ter uma imagem de modalidade “para todos os gêneros” daria força na disputa por uma vaga no programa olímpico de 2028 ou além disso.

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Falem bem ou falem mal, mas falem de mim: LaVar Ball tumultuou a NBA e agora tem uma família milionária e sonhos realizados

Pedro Suaide

LaVar Ball tem três filhos. Lonzo, o mais velho, é jogador do New Orleans Pelicans. LiAngelo, o do meio, assinou um contrato com o Detroit Pistons. E LaMelo, o caçula, é a esperança do Charlotte Hornets. 

O quarteto (pai e filhos) está na mídia desde que os garotos jogavam em Chino Hills, uma escola da Califórnia. O basquete dos três chamava atenção com o passar dos anos, mas nunca tanta quanto as aparições do falastrão pai. 

- "Se Charles Barkley pensasse como eu, talvez ele tivesse um título da NBA"

- "No meu auge, eu mataria Michael Jordan no um contra um"

- "Lonzo está no caminho de superar Magic Johnson para ser o melhor armador da história"

- "Lonzo já é melhor que Stephen Curry", em 2017, quando seu filho ainda jogava basquete universitário por UCLA.

- "Sem Lonzo em Los Angeles, LeBron não vai ganhar um título. Eu garanto"

[]

Essas são apenas algumas das centenas de frases de LaVar que viraram manchete ao redor do planeta. Nos últimos anos, ele deu uma sossegada, mas sua missão já estava praticamente completa. O resto era questão de tempo.

Em 2017, Lonzo foi draftado pelos Lakers com a 2ª escolha daquele draft. Em 2020, LaMelo foi o 3º. LiAngelo, o pior dos três, nunca foi escolhido, mas ainda assim conseguiu sua vaga na maior liga de basquete do mundo após uma temporada na G-League, a liga de desenvolvimento.


O caminho de Lonzo foi o mais tradicional, jogando o basquete universitário. Os dois mais novos, nas mãos dos pais, jogaram na Lituânia, em uma liga criada pelo próprio LaVar e, LaMelo, até para a Austrália foi, pois já tinha capacidade de ser profissional, segundo... Vocês sabem quem.

Onde eu quero chegar com esse texto? Os três Balls sabem jogar basquete. Mas é bastante questionável se Lonzo e LaMelo seriam escolhas de draft tão altas se não fosse toda a mídia criada ao seu redor. 

Lonzo, por exemplo, era uma escolha quase unânime para os Lakers naquele momento, mas hoje vemos que Jayson Tatum, Donovan Mitchell, Bam Adebayo são jogadores indiscutivelmente melhores do que ele. Isso sem falar em John Collins, De'Aaron Fox, Jonathan Isaac, OG Anunoby e Kyle Kuzma, por exemplo. Todos esses foram selecionados após Lonzo. Sim, talvez seja só mais um dos infinitos erros em draft - acontece. Mas o que sabemos é: LaVar falou, falou, falou... E deu certo.

Em alguns anos, vamos poder fazer a mesma análise sobre LaMelo e sua turma de draft. Mas já sabemos que o garoto, que tem claros problemas dentro de quadra, carrega altíssimas expectativas nas costas mesmo sem nunca ter provado muita coisa jogando em alto nível (nem mesmo 'médio').


Por fim, esse texto está sendo escrito porque, como nos sonhos de LaVar, seus três garotos finalmente estão juntos na NBA. LiAngelo Ball, o menos falado, assinou um contrato mínimo, não garantido, com os Pistons. E quando você viu um negócio tão pequeno gerar tanto fuzuê por aí? É raro - e é mérito do papai. 

Você provavelmente não gosta de LaVar Ball - e possivelmente desenvolveu algum tipo de antipatia com algum de seus filhos (ou talvez com todos), que não têm nenhuma culpa disso. Mas isso não importa para eles. Seus sonhos estão realizados e os bolsos cheios de dinheiro.



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Falem bem ou falem mal, mas falem de mim: LaVar Ball tumultuou a NBA e agora tem uma família milionária e sonhos realizados

Pedro Suaide

LaVar Ball tem três filhos. Lonzo, o mais velho, é jogador do New Orleans Pelicans. LiAngelo, o do meio, assinou um contrato com o Detroit Pistons. E LaMelo, o caçula, é a esperança do Charlotte Hornets. 

O quarteto (pai e filhos) está na mídia desde que os garotos jogavam em Chino Hills, uma escola da Califórnia. O basquete dos três chamava atenção com o passar dos anos, mas nunca tanta quanto as aparições do falastrão pai. 

  • "Se Charles Barkley pensasse como eu, talvez ele tivesse um título da NBA"
  • "No meu auge, eu mataria Michael Jordan no um contra um"
  • "Lonzo está no caminho de superar Magic Johnson para ser o melhor armador da história"
  • "Lonzo já é melhor que Stephen Curry", em 2017, quando seu filho ainda jogava basquete universitário por UCLA.
  • "Sem Lonzo em Los Angeles, LeBron não vai ganhar um título. Eu garanto"

[]

Essas são apenas algumas das centenas de frases de LaVar que viraram manchete ao redor do planeta. Nos últimos anos, ele deu uma sossegada, mas sua missão já estava praticamente completa. O resto era questão de tempo.

Em 2017, Lonzo foi draftado pelos Lakers com a 2ª escolha daquele draft. Em 2020, LaMelo foi o 3º. LiAngelo, o pior dos três, nunca foi escolhido, mas ainda assim conseguiu sua vaga na maior liga de basquete do mundo após uma temporada na G-League, a liga de desenvolvimento.


O caminho de Lonzo foi o mais tradicional, jogando o basquete universitário. Os dois mais novos, nas mãos dos pais, jogaram na Lituânia, em uma liga criada pelo próprio LaVar e, LaMelo, até para a Austrália foi, pois já tinha capacidade de ser profissional, segundo... Vocês sabem quem.

Onde eu quero chegar com esse texto? Os três Balls sabem jogar basquete. Mas é bastante questionável se Lonzo e LaMelo seriam escolhas de draft tão altas se não fosse toda a mídia criada ao seu redor. 

Lonzo, por exemplo, era uma escolha quase unânime para os Lakers naquele momento, mas hoje vemos que Jayson Tatum, Donovan Mitchell, Bam Adebayo são jogadores indiscutivelmente melhores do que ele. Isso sem falar em John Collins, De'Aaron Fox, Jonathan Isaac, OG Anunoby e Kyle Kuzma, por exemplo. Todos esses foram selecionados após Lonzo. Sim, talvez seja só mais um dos infinitos erros em draft - acontece. Mas o que sabemos é: LaVar falou, falou, falou... E deu certo.

Em alguns anos, vamos poder fazer a mesma análise sobre LaMelo e sua turma de draft. Mas já sabemos que o garoto, que tem claros problemas dentro de quadra, carrega altíssimas expectativas nas costas mesmo sem nunca ter provado muita coisa jogando em alto nível (nem mesmo 'médio').


Por fim, esse texto está sendo escrito porque, como nos sonhos de LaVar, seus três garotos finalmente estão juntos na NBA. LiAngelo Ball, o menos falado, assinou um contrato mínimo, não garantido, com os Pistons. E quando você viu um negócio tão pequeno gerar tanto fuzuê por aí? É raro - e é mérito do papai. 

Você provavelmente não gosta de LaVar Ball - e possivelmente desenvolveu algum tipo de antipatia com algum de seus filhos (ou talvez com todos), que não têm nenhuma culpa disso. Mas isso não importa para eles. Seus sonhos estão realizados e os bolsos cheios de dinheiro.



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Falem bem ou falem mal, mas falem de mim: LaVar Ball tumultuou a NBA e agora tem uma família milionária e sonhos realizados

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Raiz de Mahomes, 'tempero' de Lamar e uma inconsistência: como Kyler Murray leva Arizona ao topo da divisão mais disputada da NFL

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

A Divisão Oeste da Conferência Nacional era considerada uma das mais fortes da NFL antes do início da temporada. Depois de 10 rodadas, as equipes confirmaram sua força, mas talvez não na ordem que se esperava. Quem lidera é o Arizona Cardinals, que visita o Seattle Seahawks nesta quinta-feira, às 22h15 (de Brasília), com transmissão da ESPN e do ESPN App.

Ambos tem 6 vitórias e 3 derrotas, assim como o Los Angeles Rams, vice-campeão da liga em 2018. O San Francisco 49ers, que foi ao Super Bowl em 2019, completa a divisão com 4 triunfos e 6 reveses (apesar de um número incrível de lesões). E a liderança da disputada NFC Oeste tem bastante a ver com o jovem quarterback Kyler Murray.

O atleta de 23 anos comanda o ataque que mais produz jardas por partida na liga, com 425,4. Eleito "Calouro do Ano" na última temporada, ele traz em seu segundo ano um gigante desafio para as defesas adversárias: habilidade incomum tanto para correr como para passar a bola.


O padrão de quarterback corredor na NFL é Lamar Jackson, claro, o atual MVP. Mas Murray deixa defensores perdidos e ganha jardas com as pernas com uma agilidade muito semelhante. Inclusive, ele tem mais jardas terrestres (604) e melhor média de jardas por carregada (6,94) que o jogador de Baltimore neste ano.

A diferença, contudo, está no jogo aéreo. As pernas de Kyler não são a base do ataque dos Cardinals - como acontece nos Ravens. Na realidade, as corridas desenhadas para o quarterback, os read options (jogadas em que o quarterback decide se corre com a bola ou se entrega para o running back) e os run-pass options são apenas uma parte do arsenal de Arizona.

Assim como Patrick Mahomes, Murray jogou beisebol em toda sua vida e tirou do esporte um braço forte e um trabalho de pés que o permite lançar com precisão mesmo em condições pouco convencionais para o futebol americano. O 'camisa 1', inclusive, já foi considerado um dos principais prospectos para um Draft da MLB.

Kyler Murray em ação contra os Bills
Kyler Murray em ação contra os Bills Getty Images

Assistir ao quarterback de Arizona é quase certeza de ver belos lançamentos e alguns passes longos. Tal combinação de ameaça aérea e terrestre já gerou 27 touchdowns para ele (10 pelo chão e 17 pelo ar).

O futuro da primeira escolha geral do Draft de 2019 parece muito promissor, mas isso não ajuda os Cardinals a vencerem a divisão nesta temporada - algo que não acontece desde 2015. Para tanto, ele ainda precisará superar uma característica comum a muitos jovens quarterbacks: a dificuldade em realizar as progressões de passe.

A maioria das jogadas de passe na NFL tem um 'roteiro' planejado. O quarterback precisa saber quais são sua primeira, segunda e terceira opções ao ler a defesa e olhar para esses respectivos alvos nessa sequência. Fazer essa "progressão" permite ao ataque atingir todo o potencial planejado por cada chamada do técnico, mas executar isso com consistência costuma ser privilégio de jogadores experientes. Especialmente quando se tem a habilidade de improvisar como Kyler.

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Quando a estrela dos Cardinals vê sua primeira opção aberta, a força do seu braço aparece. Muitas vezes, porém, ele demora a sair do alvo principal e olhar para a segunda leitura. Por consequência, raramente progride em relação a uma terceira opção. 

Para a maioria dos quarterbacks jovens, isso é uma realidade que custa ao ataque. Para Murray, nem tanto. Afinal, ele consegue sair da primeira leitura e improvisar corridas de 5, 10, 15 ou até mesmo 48 jardas. A impaciência do jogador de 23 anos para esperar as jogadas se desenvolverem, no entanto, por vezes impede que Arizona avance em passes mais longos. 

Atleta de Arizona conta como completou 'Ave Maria' milagrosa na NFL: 'Alguém tomou uma enterrada na cabeça'

A tendência, que fique claro, não é absoluta. Murray já mostrou que consegue fazer progressões de passe e olhar para vários alvos antes de lançar. Inclusive, é provável que ele evolua nisso com o passar da carreira. Mas não acontece lance após lance, com consistência, algo que se vê de quarterbacks de elite como seu rival desta noite, Russell Wilson.

Ressalva à parte, Kyler Murray é certeza de jogadas de encher os olhos e um ataque potente. A promessa é de mais um jogão neste Thursday Night Football, assim como foi o maluco 37 a 34 na prorrogação de pouco mais de três semanas atrás. 

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Balanço: os premiados, quem sai em alta e quem sai em baixa na temporada 2020 da MLB

Ubiratan Leal

Um jogo acirrado entre duas equipes, decisão polêmica que valerá discussão por algumas semanas (talvez até mais que isso), um campeão incontestável e que tirou de uma fila de décadas uma das franquias mais populares do país e ainda redimiu um dos maiores jogadores deste século. No final das contas, a Major League Baseball tem motivos para se sentir aliviada com o final da temporada 2020 e o título do Los Angeles Dodgers.

A sensação final é realmente de alívio, mas há quem saiu dessa podendo comemorar ou lamentar. E alguns que ficaram com uma sensação agridoce na boca. Então, que tal um balanço do que a temporada deixou de mais impactante?

PRÊMIOS

MVPs:  José Abreu (Chicago White Sox) e Freddie Freeman (Atlanta Braves)
Cy Young (melhores arremessadores): Shane Bieber (Cleveland Indians) e Trevor Bauer (Cincinnati Reds)
Estreantes do ano: Kyle Lewis (Seattle Mariners) e Devin Williams (Milwaukee Brewers)
Técnicos do ano: Kevin Cash (Tampa Bay Rays) e Don Mattingly (Miami Marlins)

EM ALTA

Los Angeles Dodgers

A franquia se planejou por anos para ter o time mais forte da MLB, e conseguiu fazer isso dominando uma divisão que tem o time mais vitorioso da primeira metade desta década. Só faltava carimbar o processo com o título, e ele sempre vinha escapando. O escândalo de roubo de sinais do Houston Astros em 2017 fez a sensação de vazio ficar ainda maior, e até reenergizou o elenco para 2020. 

O título soou justo e até atrasado por tudo o que os Dodgers vinham fazendo. E, além disso, ainda tirou um pouco o peso da indignação pela derrota de três anos atrás.

Jogadores do Los Angeles Dodgers celebram a conquista da World Series em 2020
Jogadores do Los Angeles Dodgers celebram a conquista da World Series em 2020 Getty

Clayton Kershaw

Um dos melhores arremessadores da história era perseguido pelas atuações fracas em playoffs. Na verdade, Kershaw teve várias grandes atuações em playoffs, mas estas eram sempre seguidas de desempenhos para lá de decepcionantes. Ele precisava de uma pós-temporada inteira de alto nível, e teve uma.

Em cinco jogos, teve apenas um que podemos rotular como “decepcionante”, e ainda assim não foi uma porcaria completa. O ERA de 2,31 na World Series quantifica as boas atuações no momento mais importante do ano. Para melhorar, ele ainda termina o ano como o arremessador com mais strikeouts em jogos de playoff na história.

O currículo dele no mata-mata ainda é muito inferior, mas não cobrarão mais dele a falta de um grande desempenho na hora mais decisiva do campeonato. É um dos maiores da história, e agora sem aparecer um “mas vamos lembrar que” quando falarmos de sua capacidade.

San Diego Padres

Há anos que os Padres estão trabalhando para montar um time competitivo. Reuniram um grupo de jovens muito talentosos e contrataram alguns veteranos interessantes. A evolução existia, mas ainda faltava o momento em que esse elenco explodisse para passar a ser visto como potencial concorrente ao título.

Esse momento veio em 2020. É verdade que a temporada curta pode distorcer a percepção, mas os Padres viram seus jovens crescerem demais, os veteranos apareceram bem e a equipe ainda mostrou capacidade de competir contra equipes mais experientes nos momentos decisivos.

Ver os rivais Dodgers ficarem com o título é ruim, mas o sentido de urgência no time de Los Angeles será menor a partir do ano que vem, o que pode até abrir uma pequena brecha para o San Diego brigar pelo topo da divisão nos próximos anos.

Chicago White Sox

A história dos White Sox é muito semelhante à dos Padres. A base jovem enfim mostrou capacidade de competir no alto nível. Ainda não está tão explosivo como os Padres, mas há uma clara sensação de que o time já está pronto para dominar sua divisão por algumas temporadas. 

Novas regras

Rebatedor designado na Liga Nacional, playoffs expandidos, entradas extras começando com corredores em base e rodadas duplas com jogos de 7 entradas. Todas essas mudanças foram implementadas em 2020 com o argumento da pandemia e não voltam para 2021. Ainda assim, dá para dizer que terminam em alta. Não que tenham necessariamente dado certo (há muita discussão entre o público do beisebol sobre elas), mas o fato de terem achado uma brecha para serem usadas aumentam a chance de acabarem oficializadas no futuro (só a última, a das rodadas duplas, soa improvável).

NO LIMBO

Estatísticas avançadas

Os Dodgers têm o melhor time da MLB, mas utilizam bastante as estatísticas avançadas para realizar seu planejamento de elenco e estratégias de jogo. Quanto aos Rays, dá para dizer que nem chegariam aos playoffs se não usassem um apoio pesado da análise de números. É evidente que as estatísticas se tornaram parte fundamental do beisebol, não adianta lutar contra isso.

No entanto, a decisão do técnico dos Rays, Kevin Cash, de substituir o dominante Blake Snell no jogo 6 da World Series não pode ser ignorada. Os números recomendavam a alteração, mas qualquer observador da partida perceberia que o arremessador estava em um dia fora da curva, inclusive de sua curva. Os Dodgers viraram o jogo e fecharam a série a partir dessa alteração, e já há uma discussão forte sobre quando o instinto do treinador pode ser aplicado a despeito das estatísticas.

Atlanta Braves

Os Braves já eram tidos como o time mais talentoso da Liga Nacional depois dos Dodgers. Isso foi confirmado nesta temporada, com desempenho espetacular de Freddie Freeman, Max Fried, Ian Anderson, Travis d’Arnaud e Ozzie Albies, além de momentos explosivos de Ronald Acuña Jr. Na final da Liga Nacional, a equipe da Geórgia ficou a uma vitória de eliminar os futuros campeões e chegar à World Series.

Sinal de que o time realmente é forte e chega como candidato real ao título em 2021? Certamente, mas também fica uma questão: mais uma vez, os Braves mostraram incapacidade de crescer no momento decisivo. Na temporada passada, o Atlanta já era visto como força emergente e falhou nos playoffs, também em uma série que parecia ganha. 

Como a base é jovem, o time deve ser competitivo por alguns anos ainda. Mas a história da franquia já foi marcada por grandes esquadrões que sistematicamente caíam no mata-mata. Talvez seja hora de investir em alguns jogadores pesados para dar mais contundência à equipe.

Houston Astros

Depois do escândalo de roubo de sinais, era evidente que o desempenho dos Astros seria um dos assuntos do campeonato. Na temporada regular, a narrativa de “o Houston só ganhou porque trapaceou” ganhou força. A equipe fez uma campanha bastante apática, ficando abaixo de 50% de aproveitamento e vendo alguns dos jogadores mais importantes, como José Altuve, Alex Bregman e Yuli Gurriel, com estatísticas muito abaixo do que costumam apresentar.

No entanto, os Astros acabaram se classificando aos playoffs devido à fragilidade dos concorrentes em sua divisão. E, no mata-mata, o time ressurgiu. Altuve, Correa e Springer tiveram grandes atuações e o Houston ficou a uma vitória de chegar à terceira World Series em quatro anos. Serviu de alívio, e comprovação de que a franquia até trapaceou, mas o time tem qualidade para ir longe no mata-mata.

Houston Astros celebram corrida durante a World Series de 2017
Houston Astros celebram corrida durante a World Series de 2017 Getty

MLB na TV

A World Series de 2020 teve a pior audiência de sua história na TV americana. Em média, 9,78 milhões de pessoas viram cada partida da decisão da MLB, superando com folga a marca negativa anterior, de 12,64 milhões da final de 2012 entre San Francisco Giants e Detroit Tigers (uma varrida, o que normalmente tira o interesse dos jogos). Sim, isso é uma notícia ruim para o beisebol, então por que o item ficou como “no limbo”.

Os números são baixos na comparação com os anos anteriores, mas a MLB teve indicações positivas também. Os eventos esportivos como um todo tiveram queda brutal de audiência na TV dos EUA neste ano de pandemia. E, na comparação com as finais da NBA, pela primeira (e provavelmente única) vez na história disputada na mesma época do ano e com times de mercados quase iguais (Los Angeles x uma grande cidade da Flórida), a MLB se saiu melhor. A série entre Los Angeles Lakers e Miami Heat teve média de 7,45 milhões de telespectadores.

Além disso, a MLB ainda teve quatro dos cinco eventos esportivos fora da NFL mais vistos na TV americana desde o retorno das ligas após a parada da pandemia. Ou seja, os números absolutos foram ruins, mas o beisebol mostrou força dentro de um ano ruim para o esporte.

EM BAIXA

Kevin Cash

O técnico do Tampa Bay Rays foi um dos melhores da temporada. Manteve sua filosofia de usar as estatísticas como principal fator nas tomadas de decisão durante todo o ano. E, como ocorreu já na temporada passada, teve muito sucesso. Levou os Rays à melhor campanha na temporada regular da Liga Americana e à segunda participação na World Series.

No entanto, isso tudo é meio o que se sabia que ele era capaz de fazer. Quando precisou lidar com uma situação fora do roteiro, como no caso de manter ou não Blake Snell no montinho no jogo 6 da finalíssima, Cash decidiu sacar o arremessador. A decisão era justificável pelos números, nem tanto pelo instinto. E o instinto venceu neste caso: os Rays imediatamente tomaram a virada e o título foi para Los Angeles.

Cash ainda é um dos melhores técnicos da MLB, mas teve de lidar com críticas de seus próprios jogadores após a partida e será visto com desconfiança por torcedores e jornalistas em 2021.

New York Yankees

A MLB viu o surgimento de alguns supertimes nos últimos anos: Astros, Dodgers, Yankees e Red Sox. Era evidente que, deste grupo, o Los Angeles era o que mais tinha urgência pelo título. Investiu fortunas para montar um esquadrão e seguia em uma fila de mais de três décadas. Mas, enfim, esse título veio.

Agora, os Yankees são o único desses supertimes a não conquistou uma World Series nos últimos quatro anos. Pior, a franquia mais rica e vitoriosa do beisebol já passou mais de uma década sem título, sem sequer chegar a uma World Series. O time atual é muito bom, desde já um forte candidato ao título em 2021, mas vai começar a temporada sob uma pressão ainda maior que o normal.

Aaron Judge, principal estrela dos Yankees
Aaron Judge, principal estrela dos Yankees Sean M. Haffey/Getty Images Sport

Boston Red Sox

Sabia-se que os Red Sox teriam uma temporada de baixa. A franquia jogou pesado para reconquistar o título nos últimos anos, e conseguiu o feito em 2018. Para 2020, trocou o general manager, viu seu técnico ser suspenso por um ano pela participação no escândalo de roubo de sinais do Houston Astros (Alex Cora era auxiliar do time texano em 2017) e ainda topou negociar seu melhor jogador, Mookie Betts. 

No entanto, não dava para imaginar que a queda seria tão brutal. O Boston vagou pela temporada em um ambiente melancólico, uma equipe sem rumo que parecia apenas cumprir tabela desde o primeiro jogo da temporada regular. No papel, a equipe ainda tinha capacidade de fazer uma campanha digna e até ficar no pelotão que pegou um dos wildcards da Liga Americana, mas não passou nem perto. Ficou atrás até do Baltimore Orioles, time sabidamente em reformulação total.

Para 2021, Cora estará de volta e os Red Sox terão o retorno de jogadores importantes como Chris Sale (perdeu o ano todo por lesão). Mas talvez a exigente torcida fique uns dois ou três anos vendo a franquia encontrar um novo rumo até voltar a brigar por títulos.

Rob Manfred

A temporada 2020 aconteceu. Foi marcada uma tabela, praticamente todos os jogadores se apresentaram, as partidas foram realizadas, houve playoff -- até com público em parte dele -- e um campeão reconhecido por todos foi consagrado. Isso já é uma ótima notícia para a liga e seu comissário, Rob Manfred. No entanto, todo o resto gera dúvidas a respeito da capacidade do chefão da MLB liderar a liga.

As negociações com os jogadores sobre como seria o acordo financeiro para a disputa da temporada 2020 foi repleta de problemas e acirrou o clima entre liga e sindicato para a renovação do acordo trabalhista no ano que vem. Além disso, foi preciso ocorrer surtos de covid em alguns clubes para que a liga conseguisse mobilizar os jogadores sobre como respeitar os protocolos de saúde durante a temporada regular. E, ainda assim, a MLB teve de ver atletas reclamando -- com razão -- de dividirem hoteis com hóspedes comuns, que não estariam necessariamente respeitando as normas de segurança.

Por fim, Manfred viu a temporada acabar com um caso de Covid-19 que surgiu no meio do que deveria ser uma bolha da MLB em Dallas, com Justin Turner descobrindo seu caso durante a última partida e se negando a manter o isolamento na hora de celebrar o título. 

O comissário terá muito trabalho para retomar sua força aos olhos do público.

Saúde financeira da liga

Segundo cálculos da própria liga, a MLB teve prejuízo de US$ 3,1 bilhões por fazer uma temporada curta e sem público em 2020. Já se imaginava que seria um ano de perdas, mas é inevitável que isso tenha um impacto nos próximos anos: mais dificuldade para negociar o próximo acordo trabalhista, jogadores com salários mais baixos nos novos contratos e busca por novas formas de arrecadação para minimizar as perdas. Em médio prazo, esse prejuízo pode ainda acelerar a busca pela expansão da liga para 32 franquias.

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Para que times torcem Joe Biden e Kamala Harris

Ubiratan Leal

Uma tradição de presidentes norte-americanos é fazer o arremesso cerimonial na abertura da temporada da MLB, normalmente em seu primeiro ano de mandato e no primeiro jogo em casa do time de Washington. A tradição surgiu com William Taft em 1910, quando o representante da capital no beisebol era o Washington Senators. Desde então, passaram por isso Woodrow Wilson, Warren Harding, Calvin Coolodge, Herbert Hoover, Franklin Roosevelt, Harry Truman, Dwight Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan, George HW Bush, Bill Clinton, George W Bush e Barack Obama. Donald Trump não seguiu a série (ele já fez o arremesso cerimonial, mas em 2006, bem antes de se tornar presidente dos Estados Unidos), mas já está aberto o caminho para Joe Biden retomá-la.

Kamala Harris e Joe Biden
Kamala Harris e Joe Biden Getty Images

Horas após a vitória de a imprensa cravar a vitória de Biden nas eleições, o Washington Nationals postou no Twitter um convite para o futuro presidente fazer o arremesso inaugural da próxima temporada. Na última vez em que isso aconteceu, Obama foi ao montinho com um boné dos Nationals, mas usando uma jaqueta do seu time de coração, o Chicago White Sox (como também é Bears na NFL e Bulls na NBA). O que levanta a questão: para que time torce Joe Biden?


O fato de Obama se identificar como torcedor dos White Sox não foi um problema porque a franquia de Chicago é da Liga Americana e não disputa diretamente nada com os Nationals, não há rivalidade. Mas Biden talvez tenha de pensar duas vezes antes de misturar sua equipe com o Washington.

Biden cresceu em Wilmington, cidade no estado de Delaware próxima a Filadélfia. Além disso, sua mulher, Jill, também é filadelfiana. Com isso, é natural que o presidente eleito adotasse os times da região. 

Ele sempre se mostrou fanático pelo Philadelphia Phillies, rival justamente do Washington Nationals. Antes da abertura da temporada 2020, ele até gravou um vídeo para o time da Filadélfia.

Obs.: Biden também se disse um grande simpatizante do New York Yankees por causa de seu avô, fanático pelo clube nova-iorquino e responsável por sua paixão pelo beisebol. Os Yankees são o time de Donald Trump (assim como o New York Knicks na NBA)

Em 2017, o presidente eleito estava no estádio US Bank, em Minneapolis, durante a vitória do Philadelphia Eagles sobre o New England Patriots no Super Bowl 52.


Outro momento em que o Biden-torcedor foi visto ocorreu no Brasil. Ainda vice-presidente de Obama, ele estava em Natal para ver a vitória dos Estados Unidos sobre Gana na estreia da Copa do Mundo de 2014.


Kamala Harris, a futura vice-presidente, é ainda mais explícita em suas preferências clubísticas. Nascida em Oakland, ela preferiu seguir as equipes do outro lado da baía de São Francisco. Adotou os 49ers na NFL e os Giants na MLB, deixando Raiders e Athletics para trás. 

Na NBA não há polêmica: a região tem apenas um time, e Kamala segue o Golden State Warriors.


No entanto, a vice da chapa vencedora teve uma polêmica no início deste ano. Antes de um debate entre pré-candidatos do Partido Democrata, Kamala chegou ao palco usando um boné do Los Angeles Dodgers, rivalíssimo dos Giants. Ela afirmou que pegou o boné do marido, Doug Emhoff, torcedor dos Dodgers. Inclusive, a imagem da futura vice-presidente usando o boné do rival chegou ao público justamente por meio do Twitter de Emhoff.


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'Big' Ben dá volta por cima de lesão séria, muda estilo e comanda invictos Steelers na NFL com mais cérebro que braço

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

Único time ainda invicto na NFL, o Pittsburgh Steelers visita seu grande rival Baltimore Ravens neste domingo, às 15h (de Brasília), com transmissão da ESPN e do ESPN App, valendo a liderança da divisão Norte da Conferência Americana. A campanha de 100% de aproveitamento marca a volta por cima de 'Big' Ben Roethlisberger, quarterback de 38 anos que sofreu uma séria lesão no seu cotovelo direito na última temporada.

Apoiado por uma das melhores defesas de toda a liga, o atleta duas vezes campeão do Super Bowl dá ao ataque dos Steelers o que faltou em 2019 para alcançar os playoffs. Porém, o Big Ben de 2020 possui estilo claramente diferente dos anos anteriores. Antes conhecido pelo forte braço, ele agora tem demonstrado ser um dos passadores mais conservadores (e cerebrais) da NFL.

O ataque coordenado por Randy Fichtner é baseado em passes curtos e rápidos. Entre os 32 quarterbacks com mais partidas nesta temporada, Roethlisberger fica em 28º na estatística jardas aéreas por tentativa (a média de distância de cada passe), com apenas 6,68 jardas. Sua média na carreira é de 8,79, o que o colocaria na 6ª posição neste ano.

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Seria especulação dizer que a mudança de estilo foi causada pela lesão no braço, mas a diferença é clara. Big Ben também é o quarterback que solta a bola mais rápido neste ano em toda a NFL, com média de 2,27 segundos para cada passe.

O que não é especulação é a dificuldade que Roethlisberger mostra para completar passes mais longos. Só na última partida contra o então invicto Tennessee Titans surgiram vários exemplos. É possível citar a última jogada do 2º quarto, quando Pittsburgh chama uma "Ave Maria". Obrigado a lançar 50 jardas, o quarterback pendurou a bola no ar e facilitou muito a interceptação do safety, deixando seu alvo Diontae Johnson longe de qualquer chance de recepção.

A sua 3ª interceptação na partida, que concedeu à equipe de Ryan Tannehill uma chance de empatar o jogo, também exemplifica a dificuldade. O veloz wide receiver JuJu Smith-Schuster era marcado por um pesado linebacker, mas o passe de Ben não ganhou a altura que deveria. 

Ben Roethlisberger contra os Titans
Ben Roethlisberger contra os Titans Getty Images

Os problemas com a força, entretanto, estão sendo mais que compensados pela inteligência. A própria jogada com JuJu é um bom exemplo: a decisão foi correta de lançar para um wide receiver sendo marcado por um linebacker. Fazer um ataque funcionar com passes curtos e rápidos não é para qualquer um: é necessário experiência e conhecimento para ler defesas e tomar as decisões corretas no menor tempo possível. Isso Big Ben tem mostrado de sobra.

Com um domínio total do ataque e cérebro para explorar os pontos fracos de cada defesa, Roethlisberger dificilmente toma decisões erradas ou lança onde não deveria. Isso é refletido na taxa de conversão de terceiras descidas dos Steelers: 51,1%, a 3ª melhor marca da NFL, atrás apenas de Bills e Saints.

A fórmula de sucesso será testada neste domingo, pois Pittsburgh terá pela frente talvez a defesa mais difícil de sua tabela até o momento (embora o Denver Broncos também seja forte nesse aspecto). O Baltimore Ravens é agressivo, costuma pressionar receivers logo na linha, dar pouco espaço no mano-a-mano e abusar das blitzes diversas e difíceis de se identificar. Não à toa, é a equipe que cede menos pontos por jogo na NFL (17,33).

Tudo ou nada nos Bucs? Paulo Antunes destrincha chegada de Antonio Brown ao time de Tom Brady

Mas os passes rápidos dos Steelers podem dificultar que as blitzes cheguem em Big Ben, que se mostra confortável em "dispensar" uma janela aberta mais longa por uma opção curta. E o coordenador Randy Fichtner também já demonstrou em 2020 ter combinações de rotas desenhadas para bater uma marcação cerrada no mano-a-mano, com wide receivers se cruzando quando necessário.

Será interessante ver como o coordenador defensivo Don Martindale adapta sua unidade para o jogaço e se ele tentará forçar Roethlisberger a passes mais longos.

Uma coisa é certa: com muito em jogo, a rivalidade promete entregar mais uma partidaça digna de Ravens x Steelers. Quem sairá por cima no M&T Bank Stadium e na liderança da AFC Norte?

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Intransponível no chão, violenta no ar: defesa dos Buccaneers é quem lidera Tom Brady à elite da NFC

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

O Tampa Bay Buccaneers impressionou a NFL na última semana ao permitir somente 10 pontos ao até então invicto Green Bay Packers. Os olhos dos fãs de futebol americano estão naturalmente voltados para o time da Flórida pela presença de Tom Brady. E a primeira aventura do quarterback seis vezes campeão do Super Bowl longe do New England Patriots promete!

É normal esperar que o ano inaugural seja de adaptação a um novo ataque e filosofia para Brady. Só que o time comandado por Bruce Arians pode ir longe sem depender tanto assim de seu grande astro. Afinal, a defesa se mostrou nessas primeiras semanas uma das melhores de toda a liga. Neste domingo, o Tampa Bay Buccaneers volta a campo diante do Las Vegas Raiders, às 17h05 (de Brasília), com transmissão ao vivo do Fox Sports.

Os Packers estavam no Top 5 da NFL em jardas terrestres por tentativa de corrida até enfrentar Tampa Bay, mas o jogo pelo chão de Aaron Jones não teve chances. Aliás, até agora, ninguém teve. Não tente correr contra os Buccaneers.

Duelo de invictos, Wilson x Murray e mais: o que Paulo Antunes espera da semana 7 da NFL

A unidade coordenada por Todd Bowles é a melhor da NFL em jardas terrestres cedidas por jogo e por tentativa, com média menos de 3 jardas permitidas por carregada. A força e velocidade da dupla de linebackers Lavonte David e Devin White é simplesmente absurda pelo chão, algo que salta aos olhos em qualquer jogo dos Bucs.

Dá para dizer que essa defesa deixa qualquer ataque rival com apenas uma dimensão para trabalhar: o passe. E ainda que não esteja na primeira prateleira em termos de secundária, Tampa Bay conta com um trunfo para atingir excelência também nesse aspecto do jogo.

Com blitzes constantes e difíceis de se identificar, além de valores individuais como Shaquill Barrett, essa unidade é a número 1 da NFL em taxa de vitória nas batalhas nas trincheiras (a estatística chamada de Pass Rush Win Rate) e Top 5 em taxa de pressões no quarterback rival.

Na última semana, por exemplo, Aaron Rodgers desperdiçou várias oportunidades de avançar com os Packers no campo ao falhar em passes que não costuma errar. Em muitos deles, a defesa o pressionou.

Tom Brady, do Tampa Bay Buccaneers
Tom Brady, do Tampa Bay Buccaneers Getty Images

Tal agressividade nas trincheiras, combinada com organização na secundária, permite à defesa dos Buccaneers ficar também no Top 10 em jardas aéreas cedidas.

A soma de uma defesa terrestre intransponível com a pressão no quarterback rival está refletida nos placares. Só dois adversários passaram dos 20 pontos contra essa defesa até o momento. Os Saints marcaram 34, mas vale lembrar que 7 foram diretamente de uma interceptação de Tom Brady e outros 10 vieram logo após turnovers no próprio campo (outra interceptação de Brady e um punt dropado). 

Se fosse um jogo limpo do ataque da Flórida, os Saints teriam marcado bem menos pontos. Aliás, New Orleans não passou de 189 jardas aéreas e 82 terrestres no duelo da Semana 1 da temporada.

'NÃÃÃÃOOO'; Daniel Jones corre 80 jardas, transforma lance épico em trapalhada ao cair e enlouquece Ari e Paulo

A outra equipe a ultrapassar os 20 pontos foi o Los Angeles Chargers, que marcou 31. Mas adivinhe? Sete deles também foram lançados por Tom Brady em outra 'pick six'.

A defesa de Tampa Bay mostrou nos primeiros seis jogos que está na elite da NFL. As duas derrotas, para Saints e Bears, vieram mais na conta do ataque - e do próprio Tom Brady. Se o quarterback reduzir seus turnovers e liderar sua unidade a chegar próxima dos 30 pontos por jogo, os Buccaneers estarão prontos para competir com o Seattle Seahawks (e quem mais surpreender) no topo da NFC.

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Intransponível no chão, violenta no ar: defesa dos Buccaneers é quem lidera Tom Brady à elite da NFC

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Um guia rápido (e com palpite) para acompanhar a World Series

Ubiratan Leal
Ubiratan Leal
World Series de 2020
World Series de 2020 ESPN

A temporada da MLB chega em seu grande momento. Nesta terça, Los Angeles Dodgers e Tampa Bay Rays começarão a disputa da World Series, a grande final do beisebol. É um momento em que cada torcedor fica a um arremesso ruim de um ataque cardíaco, e, considerando que são dado cerca de 300 arremessos por jogo, dá para imaginar o potencial de emoção dos jogos.

Para você que já está acompanhando ou chegou agora só para ver as finais, aí vai um mini-guia em forma de perguntas e respostas da grande decisão da MLB.

Quais são os times?

Bem, eu já disse lá em cima, né? Mas, vamos lá: Los Angeles Dodgers e Tampa Bay Rays.

Nossa, que coincidência! Essas duas cidades acabaram de ganhar título, né?

Você está esperto! Os Lakers ganharam a NBA há umas semanas e o Lightning ganhou a NHL no finalzinho de setembro.

Já tivemos uma cidade com dois times campeões ao mesmo tempo?

Várias vezes. Já tivemos um caso até de uma cidade ter o título de três ligas ao mesmo tempo. O que nunca teve foi a mesma cidade ganhar dois títulos em um mês, o que vai acontecer agora. Escrevi sobre isso neste link.

Mas, voltando para a World Series, como esses times chegaram à final?

As duas equipes tiveram a melhor campanha na temporada regular em suas ligas. Os Rays tiveram 40 vitórias e 20 derrotas, enquanto que os Dodgers ficaram com 43 e 17. Nos playoffs, o Tampa Bay eliminou Toronto Blue Jays por 2 a 0, o New York Yankees por 3 a 2 e o Houston Astros por 4 a 3. Os Dodgers passaram por Milwaukee Brewers (2 a 0), San Diego Padres (3 a 0) e Atlanta Braves (4 a 3).

Dá para dizer que há alguma surpresa nessa final?

Mais ou menos. Os Dodgers já eram favoritos muito antes de a temporada começar. Os Rays são encarados como zebra por alguns por terem um time barato e não ter tradição, mas a equipe era boa, já vinha de uma ótima campanha em 2019 e muita gente (inclusive eu, deixa eu me gabar um pouco, vai?) a colocava entre as candidatas mais fortes ao título.

Time barato? Como é isso?

Sim! Os Dodgers têm a segunda maior folha salarial da MLB, com US$ 107,9 milhões. Só os Yankees gastaram mais. Os Rays têm a terceira menor, com US$ 28,3 milhões. Só Pittsburgh Pirates e Baltimore Orioles gastaram menos.

Tem algum jogador dos Dodgers que, sozinho, ganhe mais que o Tampa Bay inteiro?

O maior salário dos Dodgers é do arremessador Clayton Kershaw, com US$ 31 milhões. Mas o salário dele não é maior que todo o time dos Rays, porque o valor da resposta anterior já é corrigido para a temporada de 60 jogos. Os US$ 31 milhões do Kershaw estão no contrato, mas valem para um ano normal, de 162 jogos. Com uma temporada de 60 partidas, como foi a de 2020 por causa da parada da pandemia, ele vai ganhar apenas US$ 16,3 milhões.

Ah, então os times tiveram redução salarial com a pandemia?

Isso. Mas a conta foi simples: pegaram o salário integral e pagaram apenas o proporcional pela quantidade de jogos que a temporada teve. A temporada teve 60 jogos, que equivalem a 37% de uma temporada normal de 162 jogos. Então, os jogadores receberam 37% do salário.

Teve mais coisa que mudou com a pandemia?

Várias. Os playoffs estão sendo disputados em bolhas (San Diego e Los Angeles na Liga Americana, Dallas e Houston na Liga Nacional. A World Series é toda em Dallas), a regra do rebatedor designado foi adotada pelas duas ligas neste ano, houve regras para reduzir a duração das partidas na temporada regular e os times tiveram elencos mais cheios, entre outras coisas.

Beleza, mas o que eu tenho de prestar atenção nesta final?

Os dois times adotam largamente as estatísticas para delinear a estratégia de jogo. No entanto, o resultado disso são duas equipes com diferenças razoáveis. Os Dodgers têm um ataque poderoso e valorizam muito os abridores (arremessadores da rotação, os que iniciam os jogos em forma de rodízio). Os Rays têm um ataque que vem jogando mal, mas contam com um bullpen (arremessadores reservas, que entram durante o jogo) bastante confiável e uma defesa capaz de jogadas espetaculares. No papel, os californianos são favoritos. Mas o Tampa Bay é uma equipe bastante inteligente na tática e tentará dar um nó no adversário para levar o título.

Quais os jogadores mais interessantes de cada time?

Nos Rays, o cubano Randy Arozarena vem rebatendo demais, destruindo recordes para jogadores estreantes em uma edição dos playoffs. Também vale ficar atento às jogadas defensivas de Manuel Margot, Willy Adames e Joey Wendle e aos arremessos de Charlie Morton e Tyler Glasnow. Nos Dodgers, o grande nome vem sendo Corey Seager, mas Mookie Betts é capaz de grandes jogadas defensivas e Justin Turner tem sido uma figura importante no ataque, jovens arremessadores como Walker Buehler e Julio Urías estão aparecendo bem. E, claro, vale ficar de olho no que acontece com Clayton Kershaw, um dos grandes arremessadores da história, mas que tem seu legado muitas vezes contestado por não ter uma atuação convincente nos playoffs no currículo.

Quantos títulos esses times já têm?

Os Dodgers têm seis títulos, o último é de 1988. Os Rays nunca foram campeões, têm apenas um vice-campeonato, em 2008.

Já são 32 anos sem título do Los Angeles, hein? É um tabu grande?

A MLB já teve fila de 108 (Chicago Cubs), 88 (Chicago White Sox), 86 (Boston Red Sox) e 77 (Philadelphia Phillies) anos. Atualmente, há uma fila de 72 anos (Cleveland Indians). Nesse aspecto, os 32 anos de jejum dos Dodgers até parecem poucos, mas é uma sequência negativa que incomoda bastante. Sobretudo porque trata-se de uma das franquias mais populares e ricas do esporte americano e já se investiu muito dinheiro para conquistar um título nos últimos anos.

Hmm, achei interessante. Acho que vou torcer pelos Dodgers. Ou tem algo interessante do Tampa Bay levar o título?

Bem, se você gosta do livro ou do filme Moneyball, os Rays são a sua cara. O time segue os mesmos princípios do Oakland Athletics, com o uso de formas inovadoras de avaliar o jogo para montar times competitivos com pouco dinheiro. E, hoje, o Tampa é mais bem sucedido nisso do que os A’s. Se você quiser ver mais do sistema adotado pelos Rays, tem o livro “The Extra 2%: How Wall Street Strategies Took a Major League Baseball Team from Worst to First” (“Os 2% Extra: Como Estratégias de Wall Street Levaram um Time da MLB de Pior para Melhor”), de Jonah Keri. Não foi publicado em português.

Quando são os jogos?

Anota aí: 20 (terça), 21 (quarta), 23 (sexta), 24 (sábado), 25 (domingo), 27 (terça) e 28 (quarta) de outubro, sempre às 21h. Evidentemente, os jogos dos dias 25, 27 e 28 só serão realizados se a série não for concluída até lá.

A ESPN vai passar todos os jogos?

Claro!

Legal! E qual seu palpite?

Acho que os Dodgers levam por 4 a 2.

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Como novo técnico faz Browns sonharem com playoffs na NFL ao tirar a bola de Baker Mayfield

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

O Cleveland Browns visita o Pittsburgh Steelers neste domingo em batalha fundamental dentro da divisão AFC Norte da NFL. E para triunfar no estádio onde só venceu uma vez (há 17 anos, em 2003!), a equipe comandada pelo técnico Kevin Stefanski terá que seguir à risca seu plano e deixar a bola longe das mãos de Baker Mayfield.

Com 4 vitórias e 1 derrota em 2020, os Browns sonham mais do que nunca em encerrar a maior seca de playoffs da liga. A última classificação da franquia veio em 2002 quando, por sinal, foi eliminada pelos Steelers no Heinz Field na rodada de Wild Card. A ESPN e o ESPN App transmitem o duelo ao vivo a partir das 14h (de Brasília).

Mas a aparente ressureição do time que decepcionou tanto na temporada passada não passa pelo seu quarterback, recrutado na primeira escolha geral do Draft de 2018. Inclusive, a escolha de segunda rodada daquele ano tem até mais influência no crescimento do time: o running back Nick Chubb.

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Chubb se lesionou contra os Cowboys e deve ficar mais um mês afastado, mas seu reserva Kareem Hunt não deixa a peteca cair. Afinal, os Browns são o time que mais corre na NFL em 2020 e estão com média de mais de 35 pontos ofensivos por partida desde a semana 2.

A estratégia de Stefanski, que foi coordenador ofensivo dos Vikings em 2019, é parecida com a de seus tempos em Minnesota: correr bastante e correr cedo. Cleveland está disparado na 1ª colocação da liga em corridas chamadas na primeira descida , com 105, 20 a mais que os segundos colocados Cardinals e Rams (já descontando corridas improvisadas pelo QB).

Considerando as quatro descidas, os Browns também são os que mais chamam corridas (167), mas com vantagem menor em relação aos Rams (164).

Por outro lado, como esperado, são os últimos em chamadas aéreas. Mayfield recuou para passar em 50,5% das jogadas, a menor marca da liga, pouco a frente dos Rams (51,4%) e dos próprios Vikings (51,8%).

Baker Mayfield
Baker Mayfield Getty Images

O estilo de jogo fez Kirk Cousins evoluir em Minnesota e parece produzir os mesmos efeitos em Cleveland. As corridas em zona para a lateral misturadas com play-actions e movimentação para o lado oposto tiram a pressão do quarterback, abrem a visão do campo e permitem leituras mais simples, contra menos jogadores na cobertura.

Ao se olhar para o índice QBR (nota calculada pela ESPN que classifica as atuações dos quarterbacks com base em estatísticas), Mayfield saltou da 19ª posição em 2019 (com QBR 54,4) para o Top-10 nesta temporada (com QBR 78,4).

Isso não significa necessariamente que Mayfield é um jogador melhor, como fica aparente ao se assistir às partidas dos Browns. Ele ainda é inconsistente nas leituras de defesas e impreciso em alguns passes, causando turnovers e perdendo oportunidades. Basta olhar as duas feias interceptações que ele lançou na última partida diante dos Colts.

Contudo, sua evolução é notável num sistema que exige menos do quarterback. Em 2019, os Browns foram o 22º time que mais correu com a bola, ou seja, Mayfield era peça mais importante no ataque - e o resultado não foi dos mais positivos.

As melhores jogadas de Baker acontecem nos play-actions, fundamentais para o estilo de Stefanski. Das 163 vezes em que ele recuou para passar, 48 foram em play-actions (30% do total). É a 7ª maior marca da liga até o momento. E vale lembrar que ajuda não falta para receber os passes, com nada menos que a dupla Odell Beckham e Jarvis Landry como wide receivers.

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A partida deste domingo pode ser um marco para os Browns, não só pelo histórico e rivalidade do adversário, mas pela característica da defesa que enfrentará. Os Steelers têm a segunda melhor unidade da NFL em termos de jardas terrestres cedidas, tanto em média por jogo como por tentativa (só os Buccaneers são melhores).

Se Cleveland superar a forte defesa contra a corrida de Pittsburgh, será um sinal da real potência de seu ataque. Porém, se nomes como Cameron Heyward e TJ Watt pararem Kareem Hunt e forçarem Baker Mayfield a situações óbvias de passe, tirando Stefanski de sua 'receita de bolo', fica muito difícil imaginar os Browns quebrando o 'tabu' no Heinz Field.

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Tampa e Los Angeles brigam para ter dois títulos ao mesmo tempo. Quando aconteceu antes?

Ubiratan Leal

Edmonton, Canadá, 28 de setembro. O Tampa Bay Lightning bate o Dallas Stars por 2 a 0 e conquista a Stanley Cup ao fechar a série decisiva por 4 a 2. Foi o segundo título da equipe da Flórida na NHL.

Orlando, Estados Unidos, 11 de outubro. O Los Angeles Lakers vence o Miami Heat por 106 a 93 e leva o título da NBA. Foi o 17º troféu da franquia, igualando o Boston Celtics como os maiores campeões no basquete americano.

Da esq. à dir. - Steven Stamkos, Nikita Kucherov e Victor Hedman, do Tampa Bay Lightining, com a Stanley Cup da NHL
Da esq. à dir. - Steven Stamkos, Nikita Kucherov e Victor Hedman, do Tampa Bay Lightining, com a Stanley Cup da NHL Getty

As duas metrópoles comemoraram bastante as conquistas, mas já estão de olho na possibilidade de uma segunda. Tampa Bay Rays e Los Angeles Dodgers estão nas finais de liga na MLB. Como a World Series terá sua decisão entre os dias 25 e 28 de outubro (depende de ser decidida em 5, 6 ou 7 partidas), é possível que um mercado conquiste dois títulos em menos de 30 dias. Já aconteceu antes? E já tivemos casos de cidades com títulos de mais de uma liga ao mesmo tempo?

A resposta à primeira pergunta é mais simples: nunca ocorreu de uma região metropolitana conquistar dois títulos em menos de 30 dias. Isso só seria possível se o mesmo mercado vencesse a NHL e a NBA ao mesmo tempo, pois as duas ligas costumam terminar em junho (a NFL encerra a temporada em janeiro ou fevereiro e a MLB, em outubro). Incrivelmente, hóquei no gelo e basquete nunca tiveram campeões da mesma cidade ao mesmo tempo.

Em 2020, com a pandemia, a final da NHL e da NBA foram empurradas para outubro, coincidindo com a decisão do beisebol. Isso criou uma nova possibilidade, e é nessa brecha que a Baía de Tampa (aqui vale a região pq o ginásio do Lightning e o estádio dos Rays ficam em municípios diferentes dentro da mesma conurbação) e Los Angeles podem entrar.

No entanto, a pergunta se já houve casos de a mesma cidade ter título de mais de uma liga ao mesmo tem resposta bem diferente. Há um caso único de cidade que teve três ligas ao mesmo tempo: Detroit em 1935, acumulando os troféus da World Series de 1935, a NFL (ainda antes do Super Bowl) e a Stanley Cup em 1936. Boston teve a chance de repetir o feito no ano passado, mas o St. Louis Blues frustrou a torcida bostoniana ao bater os Bruins na decisão da NHL.

Leia mais: Boston tem chance de repetir feito de 80 anos atrás: ser campeã de três ligas ao mesmo tempo

Mas ganhar dois títulos ao mesmo tempo, como tentam a Baía de Tampa e Los Angeles, é mais comum. Ocorreu várias vezes, com regiões tradicionalmente muito vitoriosas como Nova York e Pittsburgh e até com outras de sucesso mais esporádico, como Baltimore.

Veja a lista (em parênteses, as ligas conquistadas na ordem em que os títulos vieram):

- NOVA YORK  NOVA JERSEY: 1938-39 (MLB e NFL), 1956-57 (MLB e NFL), 1969 (NFL e MLB), 1969-70 (MLB, mesmo título da série anterior, e NBA) e 2000 (NHL e MLB), 

- CHICAGO: 1934 (NFL e NHL) 

- DETROIT: 1954 (NFL e NHL)

- BALTIMORE: 1970-71 (MLB e NFL)

- PITTSBURGH: 1979-80 (NFL e MLB, e depois o bi da NFL substituindo o título anterior na série) e 2009 (NFL e NHL)

- LOS ANGELES: 1981-82 (MLB e NBA), 1988 (NBA e MLB) e 2002 (NBA e MLB)

- SÃO FRANCISCO / OAKLAND: 1989-90 (MLB e NFL)

- BOSTON: 2004 (NFL e MLB, e depois o bi da NFL substituindo o título anterior na série) e 2007-08 (MLB e NBA)

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LeBron pode não ser maior que Jordan, mas é inegável que existe um debate sobre quem é superior

Gustavo Faldon

Será impossível não ouvir nos próximos dias, meses, anos, a discussão sobre quem foi o maior da história da NBA: LeBron James ou Michael Jordan.

Um pequeno spoiler: esse texto não irá trazer uma resposta, pois não existe uma certa. O que há de se reconhecer, de fato, é que há uma discussão sobre esse assunto. São dois dos maiores, dois tipos de grandeza e ambos merecem ser colocados na mesma prateleira, escolha seu preferido.

O debate por meros números estatísticos talvez não seja o certo. São eras diferentes, ambos jogaram em sistemas diferentes e são de posições diferentes. Mas existe argumento para os dois lados.

LeBron James tem a seu favor ter jogado na vasta maioria de sua carreira, e durante todo seu auge, no mundo globalizado. Onde todo mundo em qualquer lugar do planeta pode ver todos os jogos e entrevistas diárias dele com alguns cliques, da mesma forma que aquele que moram em Los Angeles. Uma mensagem disparada por LeBron nas redes atinge qualquer pessoa.

Os melhores momentos de LeBron James no título dos Lakers na NBA: acrobacias no ar, passes cortantes e tapa na tabela

E é normal a sensação do que estamos vendo, cobrindo, acontecendo diante de nós, de que aquilo seja a melhor coisa que estamos vendo. Quem nunca tem aquele gol ou atleta favorito no estádio simplesmente porque você estava lá naquele momento?

Michael Jordan não teve isso a seu favor. No Brasil, seus jogos não eram exibidos, com exceções, em especial nas Finais, em alguns anos. Ele não tinha o mundo todo vendo e valorizando suas enterradas segundos depois de acontecerem. Mas isso também pode ter evitado que as pessoas vissem alguns defeitos, já que talvez a memória afetiva deixasse só as impressões do que foi positivo.

Michael Jordan e LeBron James se cumprimentam antes de jogo em 2010
Michael Jordan e LeBron James se cumprimentam antes de jogo em 2010 Getty

Mas Jordan ainda assim foi um fenômeno. Seu impacto no mundo foi único. Mesmo com as dificuldades tecnológicas, ele era visto ao redor do planeta. Bonés e camisas do Chicago Bulls eram moda entre adolescentes no Brasil nos anos 90 que nem o viam direito, nem mesmo nos álbuns de figurinhas ou games da NBA, ambos em que ele não estava licenciado. O camisa 23 dos Bulls se tornou a referência para TUDO no basquete há 30 anos.

Jordan venceu seis títulos, dois a mais do que LeBron tem agora, todos com Phil Jackson, o técnico mais vitorioso da história. E quem duvida que não seriam oito se ele não tivesse se aposentado no auge para tentar a sorte no beisebol?

Aos 35 anos, LeBron James diz que 'dominaria' sua versão de 27 anos na NBA: 'Não tem ideia do que é capaz'


Mas o que LeBron fez também é de uma dimensão jamais vista. Sempre pressionado a ter sucesso. Quatro títulos, esse último em uma franquia onde chegar à final não bastaria, conduzindo times medianos na maioria das vezes às Finais e conseguindo uma virada impossível em uma delas. E em metade de suas campanhas vitoriosas sendo comandado pelo contestadíssimo Tyronn Lue e por Frank Vogel, que mostrou muita qualidade, mas estava "esquecido" pela NBA e está longe de ser da primeira prateleira de técnicos.

LeBron James pode não ser maior que Michael Jordan. Mas ele é o Michael Jordan desta era. Desfrutemos...

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O número 1 da NBA! LeBron maior que Jordan? É apenas questão de tempo

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LeBron vs Jordan virou apenas uma questão de narrativa e gosto

Guilherme Sacco

         
    

Após o título do Los Angeles Lakers, o 17º da história da franquia, e o 4º MVP das Finais de LeBron James no último domingo, voltou à tona o debate que, na verdade, nunca foi embora: quem é o maior jogador de todos os tempos.

O duelo, atualmente, é entre LeBron e Michael Jordan. O camisa 23 dos Lakers é quem é sempre colocado nas discussões com o camisa 23 do Chicago Bulls e, sinceramente, agora é só uma questão de escolher qual sua narrativa preferida.

É inegável que LeBron James atingiu o mesmo patamar que Michael Jordan - não interessa quem seja o seu favorito, isso é indiscutível. Os dois dominaram a NBA por anos e anos, conquistaram títulos e MVP de Finais aos 35 anos de idade - idade que a maioria dos jogadores estava se aposentando ou entrando em declínio - e são duas superestrelas que ultrapassam as quadras como nenhuma outra que veio antes.

Agora, a questão é escolher qual narrativa te agrada mais. Michael Jordan é o cara que pegou uma franquia que estava em vias de deixar de existir, transformou na mais vitoriosa da NBA nos anos 90, disputou 6 Finais e venceu as 6, divididas em dois tricampeonatos e "só não ganhou os dois anos desse hiato porque estava jogando beisebol".

Que teve que superar os Bad Boys do Detroit Pistons que pareciam insuperáveis. Que deu inúmeras voltas por cima antes de chegar a glória pela primeira vez. Que detém até hoje a maior atuação individual de um jogador nos playoffs da NBA em termos de pontos: 63 diante do Boston Celtics.

O que teve uma "Última Dança" perfeita quando tudo parecia perdido. Ainda fez tudo isso na época que a NBA começava a se internacionalizar e ficou conhecido por ser o cara que acelerou esse processo. Jordan foi a primeira grande marca da história da NBA.

LeBron, por sua vez, foi o primeiro jogador da história da NBA a entrar nela com a expectativa de, no mínimo, brigar com Jordan como o melhor da história. Uma expectativa completamente absurda para um garoto de 19 anos que sequer passou pela NCAA. O mais absurdo? James cumpriu com essa expectativa irreal.

[]

LeBron apareceu em Cleveland como o herói local que iria salvar uma cidade que parecia fadada ao fracasso esportivo. Chegou em uma final com apenas 23 anos de idade sendo o melhor jogador da equipe, mas foi varrido. Em 2010, se transformou no maior vilão da história da cidade ao levar seus talentos para South Beach.

Em Miami, chegou em quatro finais em quatro anos e venceu duas antes de voltar para casa. No melhor estilo Batman na trilogia dirigida por Christopher Nolan, LeBron soube ser o vilão que a cidade precisava ter e voltar para ser o herói que a cidade necessitava. Na primeira tentativa de ser campeão, bateu na trave.

Em 2016, alcançou o impossível. Comandou o Cleveland Cavaliers para a primeira virada de um 3 a 1 na história das Finais da NBA e acabou com um jejum de 52 anos da cidade de Cleveland sem títulos nas grandes ligas americanas.

Depois disso, saiu para jogar em Los Angeles, aonde as luzes brilham mais. Nos Lakers, encerrou um jejum de 10 anos sem títulos da equipe em uma temporada que ficou marcada pela morte do maior nome da história da franquia angelina, Kobe Bryant, uma pandemia mundial e o playoff mais único da história da NBA.

Agora, é campeão e MVP das Finais por 3 franquias diferentes. Foi finalista em 9 dos últimos 10 anos, também por três franquias diferentes. Sozinho, tem mais participações em Finais do que 27 franquias da NBA.

Cabe a você escolher qual a narrativa que mais te agrada e mais te dá motivos para apontar um dos dois como o maior de todos - e não tem resposta errada. Eu fico com a segunda.

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Jimmy Butler é a prova viva de que coração ganha jogo, e é assim que ele caminha à imortalidade

Pedro Suaide

Indiscutivelmente, Jimmy Butler é a pior estrela de um finalista da NBA nessa década. E ainda assim, ele segue fazendo história.

Por favor, isso está longe de ser uma crítica a quem vou exaltar durante esse texto. Durante 8 anos seguidos, LeBron comandou o campeão do leste, enquanto do outro lado tivemos Dirk, Durant, Duncan e Curry/Durant, que na última temporada encararam o time de Kawhi. Todos aqui estão um patamar - ou mais - acima de Butler, tanto como jogador como quanto em questão de legado. Mas, em sua primeira chance de disputar um título da NBA, Jimmy deixa claro que seu coração pode o colocar em igualdade às lendas dentro de quadra durante os 48 minutos que duram uma partida.

Butler e LeBron travam batalha épica, Heat vence Lakers nos últimos segundos e ainda não entrega título


49 segundos. Poderia ser o tempo que você esquenta seu achocolatado no micro-ondas pela manhã, mas é o quanto Jimmy Butler descansou no jogo 5 das Finais da NBA.  35 pontos, 12 rebotes, 11 assistências. A vitória. O fim da mística do uniforme Black Mamba. E o mais importante: o respiro de quem segue vivo.

O ponto é que, a cada detalhe que você se lembra, mais você se assusta. Ser o homem que marca LeBron James em grande parte do jogo com certeza não é o que você gostaria de ver de seu principal jogador ofensivo, mas isso não pareceu afetar Jimmy Butler, que inclusive igualou marcar históricas (e surreais) de LBJ. Vamos expor algumas:

- Jimmy Butler se tornou o 7º jogador da história a ter um triplo-duplo de 35 pontos em um jogo de vida ou morte nos playoffs; o primeiro desde LeBron James, em 2009, contra o Orlando Magic

- Nos últimos 4 jogos, Jimmy Butler pontuou ou deu assistências para 240 pontos, a segunda maior marca em qualquer sequência de 4 jogos em Finais na história. À sua frente, LeBron James, em 2017, com 245. Logo atrás, Michael Jordan, em 1993, com 239.

- Jogando suas primeiras Finais da NBA, Jimmy Butler se tornou o jogador com mais triplos-duplos de 30 pontos em Finais, com 2, ao lado de LeBron James. Isso não conta apenas atuações que aconteceram no mesmo ano, mas sim em todos os tempos.

Butler pega rebote, leva porrada na cabeça, faz a cesta antes de cair e rola de dor no chão



Ele não é o melhor arremessador do mundo, longe disso. Também não é o jogador mais atlético, mais alto ou mais habilidoso. É um grande defensor, mas já vimos melhores. Ainda assim, ele tem uma coisa que falta em muita gente. Ele simplesmente não aceita perder, e é por isso que se sente em casa no Miami Heat, que pensa exatamente igual. Afinal, seu apelido não é Jimmy G. Buckets à toa. Bem, o G. é abreviação de Gets (consegue). Buckets significa 'cestas'. De um modo ou de outro, seja bonito ou na marra, Jimmy consegue suas cestas.

Os Lakers eram muito favoritos ao título da NBA, e ainda são. LeBron e Davis são sobre-humanos, e por mais que Miami tenha chegado às Finais com todos os méritos possíveis, talvez jogando até melhor que LA nos playoffs, a linda história de Cinderela deve acabar logo. Mas, apesar do provável gosto amargo da derrota, essa equipe sempre será lembrada com um sorriso no rosto de quem conta seus feitos. E ela definitivamente não vai desistir até o último segundo.

Como se já não sua história de vida, digna de roteiro de cinema, já não fosse suficiente, jogo a jogo, Jimmy Butler escreve seu caminho à imortalidade. 

No último segundo antes do intervalo, Jimmy Butler acerta lindo arremesso de três e comemora com estilo

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Jimmy Butler é a prova viva de que coração ganha jogo, e é assim que ele caminha à imortalidade

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Pressão para quê? Como Belichick limitou Mahomes (de novo!), agora com estratégia diferente

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

Os Chiefs venceram os Patriots na última segunda-feira por 26 a 10, mas o resultado poderia ter sido diferente se New England contasse com um Cam Newton saudável. O que chama atenção é como Bill Belichick uma vez mais limitou a produção de Patrick Mahomes, algo que pouquíssimos técnicos conseguiram.

Aliás, esta é a terceira vez seguida que o treinador que mais venceu Super Bowls na história dificulta a vida de Mahomes. Na temporada regular de 2019, foram apenas 23 pontos, enquanto nos playoffs anteriores a equipe de Andy Reid chegou ao último quarto com só 7 pontos no placar. Tendo uma formação defensiva em sua carreira, Belichick mostrou todo seu repertório ao apostar numa estratégia diferente em 2020.

Mahomes completou menos de 20 passes, ficou abaixo das 250 jardas e teve 2 touchdowns aéreos (ambos em jogadas que são passes apenas na teoria, mas corridas na prática). Bons números, porém certamente abaixo de seu patamar habitual. Desta vez, grande parte da dificuldade do quarterback se deu pela ausência de pressão e aumento dos jogadores na cobertura.

Patrick Mahomes na partida contra os Patriots
Patrick Mahomes na partida contra os Patriots Getty Images

É isso mesmo: pressionar Mahomes para quê? A surpreendente - e efetiva - tática dos Patriots foi mandar com boa frequência apenas três jogadores para pressionar o quarterback, deixando oito na cobertura (normalmente, se mandam quatro na pressão). Blitz? Nem pensar: New England mandou mais de quatro atletas para apressar o passe só duas vezes no jogo.

Nas situações em que New England reduziu a pressão e mandou só três jogadores, Mahomes acertou 3 de 8 passes para só 73 jardas, incluindo a infame interceptação-fumble que a arbitragem não marcou. A maior parte dessas chamadas foi em terceiras descidas e jogadas óbvias de passe, tirando o ataque de Kansas City de campo.

Os Chiefs converteram só 4 de 11 oportunidades em 3rd downs, sendo somente uma delas (uma!) num passe de Mahomes. As outras três foram as seguintes: uma corrida pelo meio, uma corrida improvisada de Mahomes e o touchdown de Tyreek Hill (que, na prática, não é um passe).

Nos momentos óbvios de passe, Belichick ocupou o campo com mais gente na cobertura e identificou uma certa impaciência de Mahomes. Mesmo sem pressão, o quarterback dos Chiefs por várias vezes ficou 'sambando' no pocket, errou passes por estar desequilibrado e se precipitou em lançamentos quando poderia tranquilamente aguardar na sua posição.

Os três homens de pressão também estavam bem instruídos a manter Mahomes 'quieto' no pocket, não tomar caminhos muito alternativos na perseguição ao quarterback e evitar que ele improvisasse como faz tão bem.

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Para que a estratégia funcionasse, claro, foi necessário um trabalho também bem feito nas outras descidas, nas quais os Patriots usaram os tradicionais quatro homens indo atrás do quarterback. Foi o suficiente para forçar 3rd downs e não deixar o plano de jogo óbvio, mas a produção de Mahomes claramente cresceu nessas situações: 16/19 para 163 jardas.

A genialidade não para por aí. Ao se analisar o que os oito homens faziam na cobertura, há uma imensa variedade de chamadas - certamente não são jogadas que qualquer um encontra no videogame. Combinações de marcação homem-a-homem com alguns jogadores em zona na mesma jogada, variando por vezes um, dois, três ou quatro jogadores no fundo do campo. Se viu de tudo e certamente não foi fácil para Mahomes identificá-las.


Estratégia diferente de confrontos anteriores


Na temporada regular de 2019, os Patriots também estiveram muito próximos de vencer os Chiefs. A derrota por 23 a 16 certamente ficou mais na conta do ataque, que teve diversas dificuldades naquele ano, do que da defesa, a melhor da liga na oportunidade.

Até aproveitando o sensacional talento de seus jogadores defensivos naquele ano, Belichick praticamente não usou chamadas nas quais mandava apenas três jogadores para pressionar o quarterback. A maior parte dos lances foi com marcações mais "tradicionais" em mano-a-mano ou em marcações mistas, nas quais os jogadores usam técnicas de mano-a-mano para perseguir os adversários que cruzam sua zona, com possibilidades de trocar seus marcadores.

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Ainda em 2019, mas em janeiro, nos playoffs referentes à temporada 2018, New England deu muito trabalho a Kansas City na final da AFC. Naquela oportunidade, o plano de jogo foi dobrar a marcação nos dois principais alvos de Mahomes (Tyreek Hill e Travis Kelce), anulando-os, e deixar seus melhores marcadores como Stephon Gilmore no mano-a-mano com o restante do ataque. 

Funcionou perfeitamente por três quartos, limitando o ataque rival a só 7 pontos. Verdade, tudo ruiu nos últimos 15 minutos, mas foi suficiente para levar os Patriots ao Super Bowl, que culminaria no sexto título da franquia.

É possível limitar Patrick Mahomes - e de mais de uma maneira. Quando se tem uma lenda viva do esporte no comando, não dá para duvidar de nada. Os Patriots não são favoritos ao título - e nem mesmo à conquista de sua divisão -, mas mostram que nunca dá para descartar um grupo comandado por Bill Belichick.

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Pressão para quê? Como Belichick limitou Mahomes (de novo!), agora com estratégia diferente

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Por que Baltimore 'sabotou' Lamar Jackson contra Chiefs e Titans

Matheus Sacramento
Matheus Sacramento

O aguardado confronto entre Patrick Mahomes e Lamar Jackson no último Monday Night Football deixou uma mensagem clara sobre a superioridade dos atuais campeões. Mas para além da vitória por 34 a 20 do Kansas City Chiefs sobre o Baltimore Ravens, salta aos olhos a baixa pontuação do poderoso ataque liderado pelo MVP da NFL.

A situação lembra o que aconteceu na última rodada divisional dos playoffs, ainda em 2020, quando a equipe de melhor campanha da liga marcou apenas 12 pontos e foi eliminada logo em sua primeira partida de pós-temporada. Mas como Kansas City Chiefs e Tennessee Titans conseguiram esse feito? Talvez a resposta esteja do outro lado do campo, com a própria comissão técnica de Baltimore se sabotando.


As equipes de Mahomes e Tannehill têm méritos, claro. Mas vale observar como a unidade liderada pelo coordenador ofensivo Greg Roman deixou de lado seu ponto mais positivo - a velocidade de Lamar Jackson - e apostou em outro tipo de jogada (leia-se, passes) nos dois confrontos.

Os números mostram: nas duas primeiras semanas desta temporada, os Ravens chamaram 62 jogadas de corrida e 55 de passe (contando as que Lamar improvisou e correu mesmo assim). A proporção é de cerca de 1,13 corrida chamada para cada passe. Na temporada 2019, foram 553 chamadas de corrida e 481 chamadas de passe (proporção de 1,15 corrida por cada passe).

Diante dos Chiefs, foram 18 chamadas de corrida e 31 de passes. Contra os Titans? Assustador: 21 chamadas de corrida para 66 de passe.

Está claro: os Ravens se apavoram quando estão atrás no placar e começam a chamar passes, se afastando do que faz a equipe ser especial. É normal apostar mais no jogo aéreo quando se está em desvantagem, afinal, gasta menos tempo de relógio e se avança mais rapidamente no campo. Mas isso não pode acontecer na exceção que é Baltimore, uma equipe que constrói seu sucesso sobre a dinâmica de Lamar Jackson.

Lamar Jackson contra o Kansas City Chiefs
Lamar Jackson contra o Kansas City Chiefs Getty Images

Que fique registrado: o atual MVP da NFL é um bom passador, longe de ser um "running back" como alguns criticavam no início de sua carreira. Mas para competir com Mahomes e os outros grandes times da NFL? Não, ele não está nesse nível lançando a bola. Ele consegue, sim, competir - e até superar - seus rivais usando sua incrível velocidade e ocasionalmente surpreendendo com um passe em play-action.

Não importa se os Ravens estão perdendo por 14 pontos, a equipe precisa seguir se baseando em seu diverso jogo terrestre, com corridas desenhadas para Lamar, read options e até mesmo com seus running backs.

Veja o exemplo do jogo contra os Chiefs. Boa primeira campanha, terminada em field goal. Na segunda, uma falta prejudicou o ataque. Na terceira, os Ravens chamaram dois passes seguidos em play-actions comuns e um passe normal. Punt. Na quarta, novamente, vários play-actions mal executados que deixaram o ataque em terceira descida longa. Punt. 

Aí já estava 27 a 10 (com ajuda de um retorno de kickoff para touchdown).


Contra Tennesse foi ainda pior. Nas duas primeiras campanhas, Baltimore seguiu seu DNA e se deu mal por outros motivos: um drop de Mark Andrews gerou interceptação na primeira e o bom plano da defesa terrestre de Tennessee (coisa que os Chiefs nem precisaram) deixaram os Ravens zerados na segunda.

Mas já aí, no início do segundo quarto e com 14 a 0 no placar, Greg Roman se desesperou. Terceira campanha: play-action, passe, passe e punt. Quarta campanha: play action, passe e passe com Lamar Jackson 'salvando' uma terceira para 10 jardas com seu braço. Foi assim o jogo inteiro.

Lamar Jackson é um bom quarterback passando a bola, mas não é Mahomes. E os Ravens também não estão preparados em termos de receivers, treinamento e extensão do livro de jogadas para competir em nível de playoff colocando a maior parte da pressão no braço de seu quarterback. Veremos se John Harbaugh aprende com os últimos tropeços na próxima vez que Baltimore estiver em desvantagem.

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