São Paulo precisa decidir o que quer da vida
O São Paulo continua a ser um poço de surpresas - nem sempre agradáveis. Quando se supõe que entrou nos eixos, como na largada da temporada (com o título paulista), dá umas derrapadas e sai fora do prumo. Caiu na Libertadores, corre risco de desclassificação na Copa do Brasil e volta a rondar o Z-4 no Brasileiro.
O time de Hernán Crespo não é confiável. Infelizmente. Para não ser injusto com o argentino, vale lembrar que faz tempo, muito tempo, que não se pode fazer aposta alta no Tricolor. Duas dezenas de técnicos passaram pelo Morumbi, em mais de uma década, e foram poucos os momentos vitoriosos. Até que, em favor de Crespo, tem o fim do jejum no Estadual. Não é proeza extraordinária, mas valeu taça.
O duelo com o Fluminense, na noite deste domingo (12), escancarou as fronteiras, limitadas, do São Paulo. A harmonia que deu as caras, na primeira parte de 2021, se desfaz. A defesa continua a falhar - e a ser exposta por cobertura instável. (Mesmo assim, não está entre as mais vazadas, com 22 gols sofridos.)
Fluminense bate o São Paulo no Maracanã com gols de Luiz Henrique e Nino e mantém time paulista perto do Z-4Em compensação, o meio-campo carece de regularidade, na proteção à retaguarda e na criação. O reflexo se vê também no ataque, que é uma lástima - com 16 gols está dentre os piores da Série A, junto com Atlético-GO e à frente só de Grêmio (14) e Sport (8). Não é por acaso que, com 22 pontos, está em 16.º lugar.
O primeiro tempo no Maracanã foi indigente de criatividade e emoção. Nenhum dos tricolores mostrou apetite para o gol. Praticamente ninguém finalizou. Um preferia deixar espaço para o outro errar. Foi quase um jogo de tênis, cada um de um lado.
O segundo tempo melhorou e acentuou tendências: a do Flu, sob a batuta do interino/permanente Marcão, obtém bons resultados, sobe na classificação, sem alarde (tem 28 pontos e é 7.º colocado). O São Paulo se enrosca e tem carência de jogadores decisivos, que desequilibrem, que chamem para si a responsabilidade de desatar nós apertados. Não há um maestro na equipe.
O elenco tampouco é dos mais brilhantes. Na ala direita, por exemplo, Crespo recorreu a Galeano, para tapar buraco após a ruptura com Daniel Alves. Não deu certo e, já aos 30 minutos, colocou Rigoni por ali, para ver se acontecia algo. O argentino até deu duas finalizações, uma delas em cobrança de falta.
Jogadas bem trabalhadas? Infiltrações? Tabelas perto da área? Dribles? O torcedor do São Paulo não viu. Benitez foi sombra do que já mostrou no clube, assim como Pablo e Luciano raramente tocaram na bola. A defesa do Flu teve pouco trabalho.
O fôlego são-paulino aguentou até o empate, com Reinaldo aos 15 minutos. Antes, aos 7, Nino havia aberto o placar. Mas, aos 20, numa arrancada forte Luiz Henrique fechou a conta. A diferença poderia ter sido maior, se Danilo e outros tivessem melhor pontaria. Pois foi um festival de faltas cometidas pelo São Paulo perto da entrada da área, e só uma foi no alvo, mas Volpi defendeu.
Se quiser ter alguma alegria, ainda, em 2021, a torcida tricolor (paulista) precisa torcer por sucesso no jogo de volta com o Fortaleza, pela Copa do Brasil. O time cearense estava bem, nos 2 a 2 obtidos no Morumbi, mas agora está em fase ruim. É agora ou nunca para o São Paulo sobreviver na luta por título inédito.
Mas vai saber o que esperar desse grupo. O São Paulo parece que não sabe o que quer da vida.
São Paulo precisa decidir o que quer da vida
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