O Flamengo revive velha lição: a Libertadores cobra caro cada vacilo
Parece um tremendo lugar-comum, mas não é: a CONMEBOL Libertadores costuma cobrar com crueldade qualquer vacilo. Principalmente cometido por gigantes. O Flamengo conhece essa máxima da competição continental, porém voltou a derrapar, como aconteceu em outras ocasiões. Desta vez, diante do estreante Aucas, que o bateu por 2 a 1, em Quito, nesta quarta-feira, na abertura do Grupo A.
Vitor Pereira optou por time misto, quase reserva, na caminhada pelo tetra sul-americano. Escolha compreensível, pois no domingo tem final do Estadual com o Fluminense. É possível alegar que o tira-teima doméstico não tem tanta importância; no entanto, trata-se de engano. A taça passou a valer muito, depois de início de temporada com algumas decepções. Gritar “É campeão!” tornou-se necessário para a autoestima do elenco e do treinador.
O português também preferiu jogar com linha de três zagueiros, como tem feito em várias ocasiões. Pablo, Rodrigo Caio e Filipe Luís até deram conta do recado no primeiro tempo, quando o Flamengo esteve ajustado e não permitiu tanta pressão da equipe equatoriana. Mesmo assim, o ataque do Aucas chegou algumas vezes com perigo perto do gol de Santos (fez uma boa defesa em cobrança de falta).
O campeão da América cadenciou o ritmo, poupou fôlego e, a rigor, na melhor oportunidade (e não foram muitas) criada ficou em vantagem, num lindo gol de Matheus França. Foi para o intervalo com a sensação de dever cumprido.
O segundo tempo foi um desastre. O Aucas largou a timidez de lado, apertou na marcação e forçou na frente. As chances surgiram, assim como os gols. Castillo fez aos 13 e dobrou alguns minutos mais tarde. Mas o gol foi anulado por falta na origem do lance. A fragilidade do sistema defensivo rubro-negro ficou escancarada, a linha de três zagueiros ruiu, Vitor Pereira não mudou a estratégia e a turma casa virou aos 40 minutos, com Ordoñez ao tocar por cima de Santos. A ocasião para empatar veio numa cabeça de Gabigol que Galindez defendeu.
A derrota não é um desastre irrecuperável, nem motivo para pânico, pois haverá ainda outros cinco jogos. Ok, e também se dá um desconto pela altitude. Mas a derrapada vale como lição, a principal e que também soa como conversa fiada e não é: não dá para cochilar nem diante de um adversário com zero tradição na Libertadores, porque vem a cobrança.
Também fica uma questão para Vitor Pereira: por que não mudar de tática, se ela deixa de funcionar, como se viu em Quito? Nem a entrada de vários titulares, como Pedro, Ayrton Lucas, Gerson (além de Varela e Cebolinha, que têm entrado com regularidade), serviu para alterar o quadro negativo.
O Flamengo revive velha lição: a Libertadores cobra caro cada vacilo
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