Revanche com o Tigre era bobagem. Importante para o São Paulo foi vencer e reforçar esquema de jogo
Uma frase divertida que se usava em redações, muito tempo atrás, falava em: “Tudo combinado para dar renda”. Dessa maneira se definiam, por exemplo, aquelas encaradas que pugilistas dão na apresentação de lutas. Repare como isso acontece até hoje; parece que os sujeitos vão quebrar o pau ali mesmo, no palco e não no ringue, dias mais tarde. No entanto, não passa de marketing para aumentar o interesse em torno do espetáculo.
Pois, para mim, toda a conversa de “revanche” de 2012 foi uma forma de criar expectativa para o jogo que o São Paulo fez com o Tigre, na noite desta quinta-feira (6), pela rodada inaugural da Copa Sul-Americana. Lembra do episódio? Os dois foram finalistas da edição de 11 anos atrás e o duelo de encerramento, no Morumbi, teve apenas um tempo: os argentinos abandonaram o campo, com placar desfavorável de 2 a 0, alegaram falta de segurança e não voltaram. O Tricolor ficou com o título.
Os incidentes passados foram explorados à exaustão para engrandecer uma partida corriqueira, de início de competição, na qual a vitória era importante mas não decisiva. A turma do Tigre levou um pouco mais a sério essa lenga-lenga e até ensaiou apelar para a ignorância no primeiro tempo.
A preocupação em intimidar os são-paulinos surtiu efeito limitado: os donos da casa dividiram mais forte, tiveram resposta em intensidade semelhante, e o clima esquentado tornou o jogo feio. Para não dizer que não houve nada aproveitável, vale citar a presença firme do goleiro Rafael.
O segundo tempo foi diferente, sobretudo por parte do São Paulo. Erros individuais foram corrigidos, o conjunto melhorou, as jogadas de ataque fluíram, os gols de Erison saíram e o placar no final apontou 2 a 0.
Mais importante do que o resultado foi a possibilidade de Rogério Ceni ver na prática se os ensaios com esquema com três zagueiros funcionou. Ele gosta desse tipo de formação, e a conclusão é a de que Alan Franco, Arboleda e Beraldo se entenderam, assim como satisfez o vaivém de Nathan (com algumas derrapadas no primeiro tempo) e Michel Araújo, a novidade. Mendez e Nestor deram conta da marcação, o que permitiu liberdade aos três mais adiantados, Wellington Rato, David e Erison.
Essa é a tendência para a temporada, com eventuais mudanças de nomes na formação titular, à medida que atletas importantes voltarem, depois de suspensões ou de recuperação física. Pode dar certo. Coloco na condicional porque faz tempo que se cria expectativa positiva e, no fim, o São Paulo decepciona. Torço para o roteiro se modifique em 2023. A conferir.
Revanche com o Tigre era bobagem. Importante para o São Paulo foi vencer e reforçar esquema de jogo
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